sábado, dezembro 30, 2006

Não deixe...

Por favor, não deixe os segundos que restam de 2006 correr sózinhos.

Corra com eles!

Olhe que eles vão correr consigo!

Pague-lhes na mesma moeda.

Corra com eles!


A grande pergunta de 2006

A grande pergunta com que se pode encerrar 2006 é precisamente esta:
A diferença entre as imagens da Praça chinesa de Tiananmen eram tão grandes,entre as apresentadas na página do Google.com e na página do Google.china, em Janeiro de 2006, que não se pode evitar a pergunta:

Em Dezembro de 2006, justifica-se a visão optimista da "Time" de que já entrámos na era da informação em que o utilizador é que domina?
Por cada "You" dominador, quantos "You" ainda dominados?
Por cada "You" que se julga dominante, quanto "You" iludido?




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quinta-feira, dezembro 28, 2006

Mais Natal



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Mais imagens de mais natal.
Muitos natais dentro do mesmo natal.

Natal: Adultos-Adolescentes, Adolescentes-Adultos...

...Que matam e morrem ao volante.
Sem glória nas alturas,
Nem paz nas sepulturas.
Primeiro mandamento português,
nas auto-estradas do Natal:
Matai-vos uns aos outros.
Todos, ou à vez,
Tanto faz
como fez!




«Calma, rapaz!» -
Vozes de prudência faziam-se ouvir.
Compreendia-se, os protectores do rapaz pareciam querer dizer que entre ele e aquelas máquinas não havia distância,
que era uma questão de inteligência,
uma entrega total do rapaz ao corpo dos carros,
uma vocação extraordinária,
não uma inconsciência da sua pessoa,
isso não,
antes uma hiperconsciência da engrenagem mecânica,
o que era fantástico.
Mas reconheciam que jovens assim constituem um perigo,
não distinguem onde o seu corpo começa e onde ele acaba,
e por isso se entregam a corridas desenfreadas,
fazem proezas e acrobacias, ferem-se e matam-se,
precisamente porque entre eles e os objectos não estabelecem dis­tinção,
sentindo-se eternos e invioláveis.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

terça-feira, dezembro 26, 2006

O Natal que fica... (I)



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...No tempo que passa.

Natal...que vai ficando

natal na árvore

O Natal que passa...
E vai ficando pela casa disperso.
É o que acontece tradicionalmente cá em casa.
As expressões mais variadas e mais singulares do presépio, algumas vindas dos quatro cantos do mundo geográfico e do mundo da expressão artística, mais ou menos popular ou mais ou menos erudita, vão encontrando acolhimento e exposição em móvel próprio durante todo o ano.
São muitos anos de procura e muitas peças de recolha paciente ou ocasional por regiões e países.
Algumas vezes lembradas, outras, muitas mais, esquecidas, estas peças vão sendo distribuídas e acomodadas nos móveis e lugares mais imprevisíveis da casa, à medida que o calendário nos aproxima do Natal.
Normalmente começam por tomar conta de um dos cantos da sala com o presépio, de outro com a árvore de natal.
Depois, vão-se dispersando por mesas de função e estilos diversos, combinando o tradicional com o artístico, o espontâneo com o cultivado, o despojado com o mais luxuoso ou aparatoso, o original com a cópia, peças únicas datadas e assinadas com cópias de origem e mão duvidosa.
Tudo acaba por ter lugar.
Tudo acaba por desempenhar algum papel.
Tudo acaba por ficar
pela casa disperso,
assinalando,
no tempo que passa,
o rasto
do natal que fica...
ou vai passando.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

A Quadra Perfeita (II)

Confesso-me obcecado pela ideia de dar a possível continuidade a este tema da quadra perfeita.

Falo em possível continuidade, porque ponho de parte, em absoluto, a hipótese de tentar, eu próprio, rabiscar uma quadra que se aproxime deste modelo.

Falta-me tudo para me dar à ousadia de sequer tentá-lo.
Experiência, inspiração, talento.
Mas não desisto de procurar outros exemplos, entre a numerosa produção poética da literatura portuguesa.
Embora sem referir todos os atributos da quadra de José Gomes Ferreira que, dias atrás, apresentei como modelo, convém deixar claro que me circunscrevo a quadras de 5 sílabas e com todas as combinações de rima possível, a chamada redondilha menor.
Como esta, justamente considerada exemplar, de Fernando Pessoa:

Com que ânsia tão raiva
Quero aquele outrora!
E eu era feliz? Não sei:
Fui-o outrora agora.

Nota final: Os mais atentos (poucos, pouquísimos, claro) hão-de notar que o próprio Gomes Ferreira faz uma citação indirecta desta quadra, na carta a Fernando LopesGraça

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Entre grandes e pequenos escândalos

É assim que estamos vivendo esta, sempre antiga e sempre nova, época do ano.
Como todo o mundo de influência cristã (re)vivemos a hora alta do aparecimento histórico de Cristo.
"Escândalo para judeus e gentios", assim foi definido por quem lhe fez a síntese da vida e do pensamento.
O grande escândalo da história da humanidade, na visão de outros que não vislumbram, no percurso da humanidade, outro rasto de um Deus que incarna e sofre como qualquer outro ser humano. Apesar de não faltarem traços, na história da cultura pré-cristão, de deuses que se divertem com formas e comportamentos humanos.

Em Portugal, estamos a viver a hora alta-baixa dos pequenos escândalos de dimensão caseira que se sucedem em cadeia.
No mundo do futebol, o escândalo oscila entre a alcova e o gangsterismo de bairro da lata.
Entre Pinto da Costa e a sua ex-Catarina Salgado e o Mantorras e as muitas histórias confusas de intermediários de milhões e intometidos de milhares de euros.
No mundo da política, a cada passo do governo, a oposição descobre o escândalo do passo em falso.
É o escândalo do tatrifário eléctrico.
Que tanto é escândalo por ser elevado demais, como é escândalo por ser baixo de mais.
É o escândalo da demissão do Jorge da ERSE.
Que tanto é escândalo por só agora se ter demitido, como é escândalo porque se demite a poucos dias de terminar o mandato.
Que, afinal, termina, não por o próprio se ter demitido, mas por ter sido dispensado por oportuno despacho ministerial.
Ao que parece, antes de ter tomado a iniciativa da demissão, apenas o PS se terá preocupado em requerer a audição, na Assembleia, do referido Presidente da ERSE.
Agora, todos os partidos querem ouvi-lo, como se ele ainda fosse aquilo que já não é, mas não acham grande interesse em ouvi-lo, na qualidade de "individualidade", única coisa que ele, agora, é.
E é tudo?
Não. Não é.
Ainda falta o escândalo maior ( ou o mais pequeno).
O escândalo de um governo, que, acusado de cometer "crimes" de inconstitucionalidade, tem o supremo descaramento de se defender perante o Tribunal onde é acusado.
Já viram maior escândalo (anti) democrático do que este?
Um acusado, a defender-se?!
É lá possível!
Mas é o que a lei prevê.
Para toda a gente e para todos os casos.
E não só para o governo e para este caso.
Não interessa.
É um escândalo.
Jornalista dixit.
Está dito.
E político repetiu.
Está redito.

Quando será que inteligente jornalista (e político idem) percebe que se tudo é escândalo, nada é escândalo?














No seu requerimento, o PS lembra que no dia 12 deste mês tinha apresentado “um requerimento oral para a audição do então presidente da ERSE, engenheiro Jorge Vasconcelos”, sobre outras matérias “além da questão do tarifário da electricidade suscitada pelo BE”.O PS recorda que queria ouvir o presidente da ERSE sobre “as questões da política energética e, estando a individualidade em referência em fim de mandato, sobre a experiência no relacionamento entre a entidade reguladora e a Assembleia da República”.
PUBLICO.PT










terça-feira, dezembro 19, 2006

O luto de Tom e Jerry







E a tristeza dos Flinstones.
Pudera!
Nenhum de nós é filho da sua arte e do seu talento.
E estamos de luto.
E estamos tristes com a morte de Joe Barbera.

Porque todos vivemos muitas horas da nossa vida, com Tom, Jerry, Silvestre e os Flinstones.
Que, por isto mesmo, como Tom & Jerry & os Flinstones, foram horas de vida que devemos a Joe Barbera
.


Não era bem de nenhuma destas horas que Joe Barbera falava, quando recomendava:




Nós é que podemos falar dessa hora definitiva como a hora-Barbera.
E desejar que ela tenha sido a hora em que Joe Barbera se tenha podido encontrar consigo próprio, para além das personagens que criou e da personagem que foi.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Eu, a pessoa do ano?

Tu, a pessoa do ano 2006?
Eu, quando sou tu e tu quando és eu, as pessoas deste ano?
Será só porque ele está a acabar e é para atirar para o caixote do lixo da história com a última folha do calendário de 2006? Não.
Garantem-nos que não.
Não. Não é por causa dos anos velhos e dos anos novos que todos os anos acontecem.
É por causa de um mundo novo que está a nascer todos os dias em que martelas duas linhas para um blogue.
TU e EU?
e Eu e TU?
TU como EU e Eu como Tu.
Será mesmo certo que estes monossilábicos pronomes pessoais têm dentro de si a chave para esse mundo novo?
Não nos deixemos paralisar pela interrogação.
Continuemos a tentar.
Tu e Eu.
Tu como EU.
Eu contigo e Tu comigo.

No fundo, NÓS.

TIME.com: Harriet Klausner -- Dec. 25, 2006 -- Page 1

Person of the Year Cover Story: Person of the Year: You Yes, you. You control the Information Age. Welcome to your world.
TIME.com: Harriet Klausner -- Dec. 25, 2006 -- Page 1



domingo, dezembro 17, 2006

Lula :O melhor

Gazeta do Sul


Lula é considerado o melhor presidente da história 17/12/2006 - 14:15 | O instituto Datafolha divulgou ontem (16) o resultado de uma pesquisa que aponta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o melhor presidente da história do País.
De acordo com o levantamento, Lula foi o preferido de 35% dos entrevistados. Fernando Henrique Cardoso foi o segundo colocado, com 12% das preferências, seguido por Juscelino Kubitscheck, que teve 11%. A pesquisa também constatou que 59% da população tem expectativas positivas com relação ao segundo mandato de Lula, esperando um governo ótimo ou bom.
Gazeta do Sul








Mesmo encolhendo os ombros, com o habitual refrão: as sondagens valem o que valem.
Mesmo assim, os números desta sondagem não deixam de ser expressivos:
a) Para um Presidente que acabou de sair de uma eleição que o obrigou à difícil prova de uma segunda volta.
b) Para um Presidente que termina um primeiro mandato extremamente complexo pelas altas expectativas que marcaram o seu início e pela abrupta queda na opinião pública dessas expectivas no seu final.
c) Para uma função presidencial que, em termos de responsabilidade efectiva nos rumos da governação do Brasil, está nos antípodas da distanciada responsalidade do semi-presidencialismo português.
d) É tão grande a diferença para com o seu antecessor directo, Henrique Cardoso, que tem o sabor amargo de injustiça popular.





sexta-feira, dezembro 15, 2006

A quadra perfeita (I)




Ontem, resolvi não acrescentar mais nenhuma informação à "quadra perfeita", para ela poder ressaltar sem sombras e para não a manchar ou diminuir com a imperfeição de outras mensagens.
Hoje, passado esse momento de fulgor, inevitavelmente fugidio mas imprescindível, parece-me ser altura de acrescentar alguns dados.
Em primeiro lugar, o texto em que ela aparece, em atenção daqueles que, porventura, não tenham oportunidade de o ler no JL.

É este o texto:



Este caro Fernando é o Fernando Lopes Graça.

A "Rústica" de que fala Gomes Ferreira é uma das chamadas "Canções Heróicas" de Fernando Lopes Graça.

Alguma informação útil relacionada com José Gomes Ferreira e a importância que a músiva teve
no início da sua vida artística pode ser colhida aqui:


http://www.esec-j-gomes-ferreira.rcts.pt/AmusicadeJoseGomesFerreira.htm

quinta-feira, dezembro 14, 2006

A quadra perfeita







terça-feira, dezembro 12, 2006

A música que é a filarmónica ou a filarmónica que é a música

Todos sabemos que, para a nossa ruralidade açoriana, até há muito pouco tempo, estas duas realidades confundiam-se.
A música, não eram os cantos da igreja.
A música, não eram as modas tradicionais.
A música, não era o piano que a senhora martelava na casa nobre ou rica.
Menos ainda a viola que muitos dedilhavam por tradição familiar ou gosto pessoal.
A música era a filarmónica.
A filarmónica da Praia era a música da Praia.
A música da Vila era a filarmónica da Vila.

É, em memória desses tempos,
e aproveitando a comemoração dos 120 anos da SFUS (Sociedade Filarmónica União Sebastianense) a que já fiz referência neste blogue e no Epigrama, que vou deixar também aqui, a transcrição dos versos sobre o ensaio e a bandeira, da "Festa Redonda" de Vitorino Nemésio, dedicados à Música da Praia, precisamente na sua "Décima da Música da Praia":

A Bandeira


Bandeira da filarmónica,
Tu é que me hás-de embrulhar
Na serpente a ponto cheio,
Cruz negra que eu vi bordar...


Bandeira de seda fina,
Alva como uma rainha!
Ainda tremes da pureza
dos dedos da Lucindinha!


O Ensaio


A casa do ensaio à noite
(Cá fora chuva e galochas)
Parece a câmara ardente
Rodeadinha de tochas...



Geme o fá, o si repica,
Berra o sol, o lá desanda,
Dó chora, ré mia ao mi,
Cada um pra sua banda...


Mas, de repente, na estante,
Bate a batuta o papel:
A força do folgo é tanta
Que se ouve em São Miguel!








Nota final (com segundas intenções e para segundas interpretações):

Às vezes, é preciso mesmo muito "folgo," para, da Terceira, ser ouvido em São Miguel!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

O que morre com Pinochet

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A morte deste sanguinário ditador chileno significou a morte de muita coisa.
Algumas positivas, outras negativas.
A morte de uma era na América latina.
A era dos ditadores do século XX,
que teve uma vida mais longa do que na Europa,
mas que parece, finalmente, encerrada.
Entre as negativas, recordemos apenas, a morte da esperança de os representantes das vítimas o levarem, vivo, a um tribunal chileno que o condenasse pelos seus crimes contra os chilenos e no Chile cometidos.
Mas, sobretudo, morreu, a sua busca perversa da impunidade para os seus crimes, recorrendo a expedientes legais.
E isto é o que mais importa para o futuro da humanidade e de todos nós.
A hora da sua morte (17h15 TMG de 10 de Dezembro de 2006) é uma hora decisiva para todos.







Le précédent Pinochet  Comment les victimes peuvent poursuivre à l’étranger les criminels des droits de l’homme



Ce qui dans l’affaire Pinochet frappe tout d’abord, c’est qu’un juge espagnol ait eu le pouvoir d’ordonner l’arrestation de Pinochet pour des crimes commis principalement au Chili et contre des Chiliens. Ce pouvoir se base sur la règle de compétence universelle, c’est-à-dire le principe que chaque État est fondé à traduire en justice les auteurs de crimes spécifiques d’intérêt international, quel que soit le lieu où le crime a été commis, et sans égard à la nationalité des auteurs ou des victimes.
Le précédent Pinochet Comment les victimes peuvent poursuivre à l’étranger les criminels des droits de l’homme


(via Chili : Augusto Pinochet est mort, CHILI)

sexta-feira, dezembro 08, 2006

8 de Dezembro Senhora da Conceição

Se, para si, o dia 8 de Dezembro não é, apenas, mais um dia feriado, mais um dia de montras ou de iluminações natalícias em várias cidades açorianas.
Ou se é tudo isto, mas você deseja que seja algo mais.
Ou se é mesmo algo mais, na linha de uma tradição religiosa que dedica este dia à celebração do mistério da Imaculada Conceição de Maria.
Ou mesmo se não é nada disto, mas você sente um vago e indefinido mal estar por este dia não ser algo mais do que o muito ou pouco que já é.

Então, está na hora de dar um salto até ao



ÁLAMO ESGUIO




ÁLAMO ESGUIO

e deliciar-se com versos como estes:


Avé Maria dos pobres
De porta em porta a pedir
sem migalha para a fome
nem andrajo de cobrir...


Avé Maria dos presos
Encerrados na cadeia...
Avé Maria dos bêbados
dormindo à lua-cheia.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

A filarmónica de São Sebastião - O livro da Fundação



A Filarmónica de São Sebastião é uma preciosidade histórica com 120 anos.
Este livro, cuja capa acima ser reproduz, também o é.
Tem a mesma idade da filarmónica.
Não terá exactamente o mesmo valor social e artístico.
Mas também não teve direito à mesma consideração e empenho que a própria filarmórnica sempre mereceu aos sócios, executantes, dirigentes e aos sebastianenses em geral.
Embora uma filarmónica seja, por definição, uma instituição com muitas estantes, provavelmente, o livro que regista os seus primeiros passos e devia registar as principais datas da sua vida, nunca chegou a ter direito, sequer, a uma banal prateleira.
Teve de resignar-se ao fundo de uma esconsa e esquecida gaveta.
Por isso, acho que merece ser aqui lembrado, a propósito da celebração, no passado dia 29 de Novembro, dos 120 anos da Filarmónica União Sebastianense.
A história desta designação, Sociedade Filarmónica União Sebastianense, e das suas vicissitudes históricas, tais como as da própria instituição, que as sucessivas designações testemunham, só a poderemos conhecer e tentar compreender, se tivermos a oportunidade e a curiosidade de espreitar para as actas da sua fundação.
É o que faremos.

terça-feira, dezembro 05, 2006

O senso comum...é o menos comum dos "sentidos"

Cincuenta años de inteligencia artificial y los robots aún no tienen sentido común - 20minutos.es


Crear una inteligencia artificial dotada de "sentido común" y que sea capaz de pensar como las personas es "tan difícil" como explicar el origen del Universo, advirtió López de Mántaras, quien se lamentó de que algunos científicos de otras disciplinas "exigen" que la inteligencia artificial consiga en 50 años "lo que no han conseguido ellos en siglos".
Cincuenta años de inteligencia artificial y los robots aún no tienen sentido común - 20minutos.es







Só mesmo a subtil ironia "cartesiana" podia ter levado Descartes a começar a erguer o seu método das ideias claras e distintas, partindo do pressuposto contrário.


Ou seja, que:
"O bom senso é a coisa mais bem partilhada do mundo, porque todos pensam possuí-lo tanto que, mesmo os mais difíceis de contentar em tudo o resto, não costumam desejar mais do que aquele que já têm".


Esta é, como todos (os franceses) sabem, a primeira frase do "Discurso do Método" de Descartes.








segunda-feira, dezembro 04, 2006

Ser Europeu




Ser europeu é preferir:


As catedrais às pirâmides;
Bruges a Quioto;
o mar Egeu às Caraíbas;
o sentido estético ao sentido prático;
as interrogações às certezas;
o cepticismo ao fanatismo;
a dissidência à ortodoxia;
a liberdade às verdades;
a sabedoria ao saber;
a síntese à retórica;
as palavras às estatísticas;
a imprensa à televisão;
a literatura à tecnocracia;
o indivíduo às massas;
a lucidez da razão às profecias sem razão;
as heranças aos testamentos;
as memórias dispersas à memória única;
a diversidade à uniformização;
o valor dos homens ao valor do dinheiro;
a visão de conjunto à visão parcelar;
a inquietação ao optimismo;
o sonho à diversão;
a contradição ao apaziguamento;
os cafés e esplanadas aos bancos e seguradoras;
o curso do Danúbio ao curso do Amazonas;
Porto­fino a Acapulco;
Santorini a Punta del Este;
o lago Cuomo ao lago Titicaca;
a Grécia de Péricles à China da dinastia Han;
o império Austro-Húngaro à Turquia dos sultanatos;
a Roma imperial ao Japão dos samurais;
o Spectator ao New Yorker;
o vinho à Coca-Cola;
Margaret Thatcher a Indira Gandhi;
De Chirico e Delvaux a Portinari e Andy Warhol;
Fellini e Truffaut a Spilberg e Tarantino;
Malaparte e Yourcenar a John dos Passos e Kawabata;
Mouzinho de Albuquerque a Pancho Vila;
Garibaldi a Sun-Yat-Sen;
Marco Aurélio a Confúcio;
por fim,
uma noção equilibrada do tempo,
nem estática nem acelerada.

Numa palavra, a história da Europa à história universal.

Abril 2002

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Costa Neves & Costa Neves, Sociedade de banalidades anónimas e lugares comuns ilimitados



Em 8 anos,
Entre 1998 e 2006,
Entre um primeiro mandato como líder do PSD-Açores,
E um segundo mandato como líder do PSD- Açores,
Costa Neves nada aprendeu e nada esqueceu.
Mantém os mesmos refrões, os mesmos lugares comuns,
a mesma incapacidade de pensar e reflectir, em análise e propostas,
as mudanças da sociedade açoriana.

É o seguinte o retrato mental de Costa Neves em 1998:

















É o seguinte o retrato mental de Costa Neves em 2006:




Diario Insular 2006




(...) eu digo pior, digo que não há modelo de desenvolvimento no arquipélago, não há uma estratégia, não há um fio condutor.(...)




(...) Portanto, há uma ausência completa de políticas, a todos os níveis.(...)




(...) eu acho que não há estratégia.




(...) o PS falhou em toda a linha em dez anos de Governo regional.





Diario Insular 2006

Alguma diferença substancial entre estes "apanhados"
do Costa Neves líder-98 e o Costa Neves- líder 2006?

Nenhuma, claro.

Mas é também claro que, em oito anos, tudo mudou.

Menos Costa Neves.

Então, que fazer?

Mudar quem não muda, para se poder acompanhar

aquilo que muda?