segunda-feira, julho 31, 2006

Os dias da guerra

Os dias da guerra já feita.
Os dias da guerra por fazer.
Os dias da guerra já contados.
Os dias da guerra por contar.

É esta original cronologia que Israel escolheu, agora, para designar esta trágica
"Volta ao Líbano em guerra".

Ao oitavo dia de guerra, o Hesbollah fazia este balanço:


Au huitieme jour du conflit, notre capacité militaire
reste intacte
, aucun de nos responsables du
parti n’a été tué, la population libanaise nous soutient
et les Israéliens n’ont pas atteint leur objectif
annoncé : nous broyer », dit Ali Fayad, membre
du centre de documentation du Hezbollah. La
stratégie ? Elle est simple
: « Pour nous resister c’est gagner,. »

Huit jours de guerre, un pays entier
criblé de milliers d’obus, des centaines de
raids aériens, des casernes, des ponts, une centrale
électrique, des réservoirs de carburant,
des ports, un aéroport, des routes bombardés,
plus de 600 000 réfugiés ou déplacés sur les
routes du Liban et vers la Syrie.
Et sur la frontière
la puissante armée d’Israël, qui pour l’instant
peine à enfoncer les défenses mouvantes
de la guérilla.
« Le Hezbollah, soutenu par 1 million
de chiites, est profondément ancré dans le pays,
dit Waddah Charara. Je ne vois pas comment
Israël peut le détruire. »

Un demi echec israelien
ne peut que servir un Parti de Dieu déjà couvert
de gloire après sa résistance et soutenu par
une partie de la population horrifiée par les
bombardements".


Depois de 18 dias de guerra, Israel pede mais dez a catorze,
segundo os títulos de alguma imprensa.
Acho que nos temos todos de perguntar, para quê?
Quantos Canaãs necessitará Israel para se decidir a
parar com a guerra?


domingo, julho 30, 2006

As "guerras perdidas" de Israel

qanafoto





Israel e o Ocidente son muy superiores en efectivos militares de todo orden. Pero no consiguen silenciar las palabras y ocultar las imágenes que estos movimientos ponen en circulación a través de las ondas.

Estamos en los primeros compases de las guerras del siglo XXI. Son las guerras de la era de la globalización. Los ingresos del petróleo pueden invertirse en televisiones, radios o periódicos. Sus efectos son tan devastadores como las armas más sofisticadas.







Qualquer que seja o resultado final de todas as outras guerras.
A que se trava no terreno. A que se trava nos bastidores da diplomacia. A que se trava nas opiniões públicas e nas ruas esgrimindo opiniões e apoios.
Qualquer que seja o desenlace final de todas estas outras frentes de batalha, a guerra das palavras e das imagens, Israel e, por arrastamento, o Ocidente ( o que quer que se entenda por esta palavra) já a perderam. Precisamente, junto daqueles onde seria vital ganhá-la.
Entre os muitos libaneses, que não desejam ver o seu país, mais uma vez, à beira da destruição, por causas que não lhe dizem respeito.
As opiniões públicas dos países da Região ainda não dominadas pelo fundamentalismo islâmico.
A única forma de Israel marcar alguns trunfos nesta guerra de palavras e imagens, era pela sua rapidez na duração ( duas semanas de guerra, só por si, já são uma derrota) e eficácia sem falhas na execução.
Esta última lendária capacidade do exército israelita também se está  esboroando clamorosamente.
A força das imagens de hoje, de dezenas de crianças mortas no bombardeamento  de Qana, são arrasadoras para Israel.
E, ao contrário, do conhecido banquete bíblico, a tendência é para piorar, à medida que o final deste "banquete" bélico se aproxima do seu fim (ou se afasta do seu início). 

sexta-feira, julho 28, 2006

Se Queres a Paz... Trata de fazer alastrar a guerra...

Parece ser esta, no campo de batalha, a tradução prática do “sucesso” da Conferência de Roma.


Afinal, a paz imediata não interessa nem serve a ninguém.


Não será isto mesmo que, por outras palavras, diz à revista Time, o Presidente Egípcio?






Feu vert pour Israël Feu vert pour Israëlau Liban, Al-Qaida s'en mêleAl-Qaida s'en mêle


L'échec de la conférence de Rome sur le conflit au Proche-Orient a été perçu par Israël comme un feu vert à la poursuite de ses actions contre le Hezbollah au Liban, où la situation humanitaire s'aggrave.
La tendance est à l'intensification des frappes et des incursions en territoire libanais.
L'Etat hébreu a rappelé hier 15 000 réservistes de l'armée.

Nouveau venu dans le conflit : Al-Qaida,
qui a promis par la voix d'Al-Zawahiri, bras droit de Ben Laden, des attentats contre Israël et ses alliés et appelé à une
alliance entre combattants sunnites et chiites...






"Pas de sortie du tunnel en vue" au Proche-Orient, déplore Moubarak... [Link]







Os Ciclos Viciosos da História



Gritos que não chegam aos céus... da "Grande Política".




Fuga para caminhos que levam... a nenhum lado.


A História repete-se.
Desta vez da pior forma.
Não, uma vez como tragédia
e outra como comédia.
Mas, agora, as duas vezes como tragédia.

quarta-feira, julho 26, 2006

O Homem, ser para a morte(II)...

...Mas de olhos fitos na vida.




terça-feira, julho 25, 2006

Destruição

O Homem, Lobo do Homem

Mas porquê, eu?
Mas porquê, isto?
E, agora, que faço eu da minha vida?
Se me destruiram o negócio
que era toda a minha vida?
Em nome de quê?
E para quê?

A minha casa era o meu castelo?
Não, não era minha por ser castelo.
Era minha por ser casa.
Não era fortaleza,
Não era quartel,
Não era refúgio,
Não era arsenal.
Era apenas uma casa.
A minha casa.
... ... ... ...
Mas é isto mesmo
que um campo de batalha não admite.
Uma casa,
uma simples casa.
Que Clausewitz é que admitiu,
alguma vez,
que a guerra é a continuação da vida
por outros meios?
Quem é que se pode dar ao luxo de
ter uma casa no campo de batalha,
com vista para a guerra?

domingo, julho 23, 2006

Funerais

O Homem, ser para a morte.


Para a morte, sofrida na dor


Para a morte, aceite no recolhimento do luto,
que a vence, reintegrando a morte
na roda da vida.

Para a morte, rejeitada na máscara do ódio,

E nas bandeiras e imprecações da revolta,
que prenunciam o ciclo vicioso
de novas mortes.
Mais uma vez,
Sem fim,
nem sentido.
Mais uma vez,
Não encerrando
nenhum passado.
Mais uma vez,
Não abrindo
Qualquer futuro.
Mais uma vez...
Sempre,
Mais uma vez...
Para sempre.

sábado, julho 22, 2006

Catástrofes

O homem, ser entre catástrofes.

Entre aquelas que não sabe prever nem prevenir.
E aquelas que, teimosamente, continua a provocar,
mas, depois, não sabe remediar.


Screenshot - 22-07-2006 , 11_01_39















Sem Tecto, Entre Ruínas do Tsunami, na Indonésia



Sem Tecto, entre Bombas, no Líbano

sexta-feira, julho 21, 2006

Dias Negros para o PSD-Açores

Screenshot - 21-07-2006 , 2_03_41


Já todos os açorianos sabiam que dias, como o de ontem, em que se resolvem, antigos ou novos problemas, dos Açores e dos açorianos, são dias negros para o PSD.
Já todos os açorianos sabiam que, neste caso concreto do sistema eleitoral para a Assembleia Legislativa da Região, a preocupação do PSD-Açores nunca foi a de apresentar um modelo alternativo ao do PS, como lhe competia, se discordava da solução proposta e se se queria manter, para além dos pergaminhos históricos, como alternativa política real.
A preocupação do PSD nem sequer foi a de tentar, não querendo associar-se à solução do PS-Açores, nem conseguindo apresentar-lhe alternativa credível, ao menos conseguir (num dos papeis em que a oposição pode ser útil), que o sistema proposto acabasse por se concretizar nos moldes menos favoráveis perante a opinião pública regional, isto é, mantendo o actual número de deputados regionais( ou até diminuindo-o) e não aumentando-o.
Infelizmente, em nenhum destes papeis, nem como sonho desgastado de alternativa, ou simples obrigação de oposição útil, o PSD se conseguiu assumir.
E tinha nesta matéria, condições excepcionais para o fazer, porque, há mais de uma década, que defendia a redução do número de deputados.
Estou convencido que bastaria o PSD ter-se mantido firme nesta linha de rumo, ditada pelas suas posições tradicionais, para que o resultado final não tivesse sido o do aumento do número de deputados, mas a sua manutenção ou até diminuição.
De qualquer maneira, o PSD teria correspondido às exigências mínimas do seu papel de oposição.
Mas, não.
Não conseguiu nem ser voz alternativa, nem voz útil.
Durante os mais de 5 longos anos, em que se arrastou o debate desta questão na Assembleia Regional e na opinião pública, o PSD mostrou-se incapaz de uma linha de rumo definida e coerente, mudando de posição e de opinião, da forma mais imprevisível e ilógica.
Bastará recordar aquilo que, mesmo ontem, se sabia pelos jornais.
Que o PSD acabou, nos últimos tempos, por aceitar aquilo que sempre renegara em todos estes anos. O "diabolizado"( pelo PSD e seus prolongamentos e ecos na comunicação social) círculo regional.
A terminar, uma última observação.
Numa atitude, o PSD-Açores tem mostrado uma linha de rumo sem falhas.
Na utilização das suas posições de força nos órgãos de soberania para impedir a concretização de medidas legislativas de que discorda, mas legítima e validamente aprovadas na Assembleia Regional.
Assim procedeu, em toda esta questão, na Assembleia da República.
Já ameaçou tentar o mesmo junto do Presidente da República.
Aguardemos, para ver qual dos dois tem menos respeito pela autonomias regionais.
Se o PSD-Açores(?), pedindo o seu veto.
Se o Presidente da República, aplicando-o.
A escuridão de negros dias continua a ameaçar o actual ex-glorioso partido de 17% de açorianos.

quarta-feira, julho 19, 2006

Os nossos "18 de Julho"





En pro de una malentendida convivencia se practicó un extraño olvido que hizo
que muchos responsables de los años oscuros -muerto el dictador en la cama- se
mantuvieran en un espacio entre el bien y el mal. Como si nada hubiera pasado.
Por eso fueron muy pocos los que reivindicaron la República como el único
régimen al que habría de ser devuelta la legitimidad que le fue arrebatada. Sin
embargo, setenta años después sí se debe afirmar que la II República es el
verdadero precedente transmisor de legitimidad democrática al régimen actual. Al
mismo tiempo, es ya la hora de ejercitar la vergüenza y sentirla profundamente
al referirnos a los cuarenta años de franquismo. Como lo han aprendido a hacer
los alemanes con el nazismo o los chilenos con Pinochet, a quienes, por cierto,
nos hemos permitido el lujo de dar lecciones antes de corregir nuestros defectos.






Não creio que seja completamente descabido aproveitar este alerta sobre o 18 de Julho espanhol, para lembrar os nossos próprios "18 de Julho" portugueses.
É evidente que o nosso 28 de Maio de 1926, não é exactamente o equivalente histórico do 18 de Julho de 1936 espanhol;
Que o nosso Salazarismo não foi um simples irmão siamês do franquismo espanhol;
E, sobretudo, não houve, em Portugal, uma guerra civil, a criar, inevitavelmente, dois "países", duas "histórias" e duas "memórias" históricas irreconciliáveis.
Mas a necessidade de clarificar diferenças radicais entre o antes e depois dessas linhas de fronteira histórica é exactamente a mesma;
A tentação do esquecimento histórico e de enterrar o passado sem"ejercitar la vergüenza y sentirla profundamente" não difere do lado português e do lado espanhol.
Em ambos os casos, a luta da memória contra o esquecimento é a luta da democracia contra as ditaduras que a antecederam.

domingo, julho 16, 2006

A Festa do Divino Enquanto...

Enquanto… A Câmara de Ponta Delgada for da responsabilidade de uma Presidente, cujo Grande deleite político-espiritual seja passear pelas ruas da sua cidade, a Grande/Maior coroa do Espírito Santo das Grandes/Maiores Festas do dito Senhor Espírito Santo….

Enquanto…A coroação do Espírito Santo propriamente dito, das Grandes Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada for, também, um pretexto para a propriamente dita Presidente da Câmara receber, perante os seus munícipes e todos os açorianos, via-RTP-Açores, as mesmas honras de desfile e Filarmónica, que o Senhor Divino Espírito Santo…

Enquanto… Coroar o Divino Espírito Santo for um disfarce pseudo-religioso para entronizar a Presidente pseudo-mordoma das Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada…

Enquanto… Houver uma RTP-Açores disposta a alimentar, com horas e horas perdidas de emissão, um dia, dois dias, três dias, a prestimosa difusão deste aparato político-religioso-popular-folclórico…

Enquanto…Os espectadores da RTP-Açores tiverem de assistir ao singular espectáculo da repetição, incansável mas cansativa, da mesma mensagem a todos os presidentes das Juntas de Freguesia do Concelho de Ponta Delgada…

Enquanto …Esta mensagem for a de incutir a todos os responsáveis de todas as “mordemias” de todas as freguesias do Concelho de Ponta Delgada que a sua Grande obrigação para com o Divino é comparecer nas Grandes Festas do Senhor Espírito da cidade da senhora Presidente da Câmara…

Enquanto… A Grande procissão das Grandes Festas do Espírito de Ponta Delgada for uma miscelânea inextricável de folclore e de religião, de tradição fictícia e de fé postiça, de procissão religiosa e de cortejo cívico-político, de logística municipal requintada e cara e de boa vontade autárquica espontânea e ingénua, de participação popular espontânea e de presença religiosa calculista…

Enquanto…tudo isto acontecer, tendo como horizonte político, a indefinição persistente da liderança efectiva do partido político da Senhora Presidente,
as Grandes Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada continuarão a ser aquilo que já eram, antes de começarem a ser e aquilo a que podem aspirar, desde que começaram a ser:

Grandes

sexta-feira, julho 14, 2006

Televisão alternativa na Net

Quem estiver interessado numa informação geral sobre as experiências actuais no mundo da televisão na Web, como televisão alternativa e de denúncia, pode dar uma olhadela por aqui.

Veja exemplos de

"Otra televisión posible.
Comunitaria,
experimental,
activista,
de acceso global
y descentralizada.
De momento,
se ve casi exclusivamente por Internet".

quarta-feira, julho 12, 2006

Sem fotografia da Violeta é que não!

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Pouco rigorosos foram os jornalistas,
que nos deixam
sem uma simples fotografia
de alguém
com um currículo
de invejável vida
tão entulhado como este:
Espanhola,
Violeta de seu nome.
Viúva,
de seu estado.
Com 78 anos,
de sua idade.
Vivendo,
confortável
e romanticamente
instalada,
com 250 toneladas de lixo,
num apartamento de 600 m2
(p’raí uns 4000 e tal quilos
por metro quadrado);
E, ela, Violeta,
fina flor do entulho,
refinadamente vivendo.
Proprietária de 18 prédios,
nos bairros "chics" de São Paulo.
Com os Impostos todos em dia!!!
Não!
Não são os impostos do lixo!
São os impostos dos 18 prédios!
(A única estranha loucura
de que pode ser "acusada"!)
E tão singular personagem
é atirada,
ingloriamente,
pelos jornalistas,
para o "caixote do lixo"
da História,
sem o reles "boneco,"
sem a insubstituível
fotografia!





Como é que se pode viver
num mundo
em que já nem as violetas
interessam aos fotógrafos!
E em que, os jornalistas,
da Violeta, só têm olhos
para o seu lixo!
Mas olhos,
para a Violeta,
não!
Por isso digo,
sem fotografia
da Violeta, não!

terça-feira, julho 11, 2006

Duas/três "coisitas de nada", sobre a "Vitória do Nada"

La victoire de l'Italie est celle du néant"

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Le grand cirque du football a clos son chapiteau sur un dernier match peu glorieux, où une faute énorme du meilleur joueur français, Zinédine Zidane, a répondu à l'antijeu italien, fait d'une multitude de petites fautes. La presse internationale dresse le bilan d'un mois de compétition.


É como "vitória do nada" que alguma imprensa fala da vitória da Itália no campeonato do Mundo de futebol que terminou domingo, na Alemanha.
Habitualmente, o juízo da história costuma ser o juízo dos acontecimentos feito pelos vencedores.
Neste caso, são os vencidos que estão a tentar tudo para escreverem, ou melhor reescreverem, a história dos factos a seu modo.
Só que esta chamada "vitória do nada", com que os franceses se apressam a catalogar a vitória italiana sobre a sua selecção, se insere numa cadeia de muitos outros "nadas," que ensombraram este mundial, a começar pela participação francesa.
Comecemos, pelo último, e mais espectacular, "nada".
A brutal cabeçada de Zidane a Materazzi.
Em alguma outra situação semelhante, com outro pequeno ou grande ídolo do futebol, alguém assistiu a tão espectacular preocupação em indagar sobre os motivos ou as provocações que levaram Zidane àquele gesto?
Nem sequer noutro caso deste mundial, em tudo paralelo a este.
O caso da "patada" de Rooney em Ricardo Carvalho, no Portugal Inglaterra.
Não ouvi ninguém preocupar-se, em tentar perceber se o comportamento condenável do jogador inglês tinha a sua motivação e desculpa no "antijogo" do defesa português.
É claro que a imprensa inglesa tentou outro caminho para conseguir também a sua vitória do "nada" contra os factos.
Tratou de procurar um bode expiatório para a expulsão do seu Rooney.
Cristiano Ronaldo era o alvo mais à mão.
E aí está ele enredado numa teia que pode acabar por dificultar-lhe gravemente o seu futuro.
E porquê?
Porque, mais uma vez, os vencidos tentaram moldar os factos à imagem dos seus heróis.
Deixem-me apenas chamar a atenção para mais duas atitudes gaulesas, que também parecem revelar que nem tudo vai bem no reino das convicções desportivas francesas.
A primeira, é ainda do "grande" Zidane.
Como é que se explica que Zidane se tenha dado ao desplante de não comparecer na cerimónia de atribuição de medalhas à equipa vencida?
Só pode ter sido porque se quis furtar à humilhação pública do reconhecimento da derrota.
Mas, pergunto, isto não faz parte inseparável do desportivismo mais elementar?
Não andará por aqui a explicação para o gesto de Zidane sobre o defesa italiano?
Não creio que a raiz da explicação para o comportamento de Zidane se deva procurar nas palavras de Materazzi, por pior que elas tenham sido. Estarão, antes, no próprio Zidane e na sua própria auto-imagem de herói/semi-deus dos Estádios, acima das regras dos vulgares mortais que apenas praticam desporto.
A outra atitude é do treinador da selecção francesa, ao recusar associar a população francesa aos triunfos e derrotas da selecção, com o desfile nos Campos Elísios, como, desde sempre, esteve previsto, independentemente da classificação conseguida.
Note-se que as restantes equipas que disputaram os quatro primeiros lugares, todas fizeram isso.
Até os Alemães, que, por jogarem "em casa", seriam aqueles que teriam mais razões para se lamentarem e desgostarem do 3º lugar conseguido.
Mas, não. Foi o sobranceiro Domenech que recusou desfilar perante o seu povo apenas com o segundo lugar.
Acho que são muitos pequenos " nadas," a reclamarem urgente reexame dos pressupostos que parecem estar a (des)orientar os grandes senhores do desporto francês.



espaceu01

domingo, julho 09, 2006

Força Itália! Força!

Força e Engenho!
Força, Engenho e Arte!
Força Itália! Força!
É o que, hoje, me apetece gritar,
Sempre e em toda a parte!
Em todas as cores e tons,
Em toda a Terra
ou até em Marte!












sábado, julho 08, 2006

En France, on est toujours en violence

No relvado, o galo francês suou as estopinhas...

...para conseguir entoar  uma só nota afinada, em noventa minutos.
"Nota" futebolística, que, nem se deveu a qualquer extraordinária jogada dos "geniais" jogadores franceses, mas a uma decisão discutível do árbitro.
Fora do relvado,  o dito "galo,"antes do jogo, mostrou um desprezo, insuportavelmente arrogante, pelo adversário, tratando-o como um "petit pays," indigno de se bater, de igual para igual, com  a incomensurável "grandeur" francesa.
Agora, depois do jogo, arma-se em "demi-vierge" ofendida, vendo "diatribes anti francesas", em quaisquer reticências feitas à defensiva exibição da selecção francesa ou ao trabalho, muito desigual, do árbitro, como as ingénuas observações do diabolizado Cristiano Ronaldo.
 Para cúmulo, este  sai deste campeonato mundial, não como a jovem esperança do futebol europeu, que efectivamente é, mas como o bode expiatório perfeito, para os "gentlemen" ingleses fazerem esquecer o comportamento inqualificável do seu idolatrado"Rooney" e dos  "messieurs" franceses, frustrados nas suas sonhadas expectativas de esmagarem, perante o mundo, o " petit Portugal".
Estes preconceitos, que revelam não só o lamentável espirito anti-desportivo que reina neste mundo viciado do futebol profissional, mas o fanatismo nacionalista, pronto a irromper a qualquer pretexto, por detrás da máscara, falsamente europeísta e internacionalista, de franceses e ingleses.    

sexta-feira, julho 07, 2006

Um Cabo Promovido a Nariz?

O resgate do cabo Shalit











Perante o rapto do cabo Shalit e todo o drama que envolve a

tentativa do seu resgate, muitos palestinianos já não se limitam a descarregar

todas as culpas sobre os israelitas: interrogam-se também sobre as responsabilidades

do seus dirigentes nesta guerra sem fim. E este é um dado novo que

importa registar.





Registe-se e pergunte-se, em mais um desafio a toda lógica histórica, política, cultural, militar e religiosa, que parece condenar estes dois povos a um conflito permanente e insanável, se o rocambolesco episódio do "cabo Shalit" será o "Cabo das Tormentas" da infindável travessia para a descoberta da paz, que se poderá vir a transformar no "Cabo da Boa Esperança" para o difícil entendimento israelo-palestiniano?
Registe-se, pergunte-se e deseje-se, mas, prudentemente, duvide-se, desconfie-se receie-se o pior.
É verdade que o mundo anseia e, sem dúvida, muitos israelitas e, com certeza, cada vez mais palestinianos, por um providencial "nariz de Cleópatra," que mude o rumo desta história sangrenta.
Pois que seja o "cabo shalit,"esse tal nariz!

quarta-feira, julho 05, 2006

Grandes Expectativas

Para hoje, as grandes expectativas:


Que estas imagens pertençam, em definitivo, ao álbum de boas recordações passadas ( e ultrapassadas) de Zidane & C.ª
Aliás, Zidane só se deixou fotografar de costas, para mandar aos portugueses esta mensagem: "Do meu número 10, o algarismo 1 é português, o zero é francês".
(Com dedicatória especial a Jean-Marie..Le Pen)
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Que estas imagens sejam tão actuais, hoje, como o foram a semana passada.Screenshot - 05-07-2006 , 13_36_27


Que os franceses tenham sido tão previdentes e simpáticos que tenham construído este Arco de Triunfo,de propósito, para tornar mais empolgante o desfile das bandeiras portuguesas, depois do triunfo português... sobre os "redutíveis" gauleses.


Screenshot - 05-07-2006 , 13_29_40


Nota final (cautelar)
Só me vou considerar desiludido, se a selecção portuguesa não conseguir um lugar "ímpar" neste campeonato do mundo.
Por outras palavras, se não ficar classificada no 1º ou no 3º lugar. 

Portugal, no desconcerto Futebolístico das Nações

Leia uma vez..
...duas vezes...
...três vezes...
...E veja, se não fica com vontade de dizer:

O grande problema da humanidade não são os pequenos países.
São os pequenos homens dos grandes países.








FOOT

Portugal: Scolari rêve du trophée pour un si petit pays

GELSENKIRCHEN (AFP) - Le 02/07/2006 à 14h23












SGEMQO
© Nicolas Asfouri

Luiz Felipe Scolari, le sélectionneur du Portugal, rêve de gagner le Mondial-2006 de football avec un petit pays de 10 millions d’habitants après avoir remporté le trophée 2002 à la tête du grand - démographiquement et footballistiquement - Brésil.

"C’était important d’atteindre la finale (de l’Euro) en 2004 et maintenant la demi-finale (du Mondial), mais nous voulons aller plus haut", a affirmé après le succès contre les Anglais le charismatique Big Phil, si populaire dans un Portugal conquis par sa philosophie de la victoire.

"Aujourd’hui, oui le Portugal peut être champion du monde, car nous sommes en demi-finales. Evidemment, ce sera très difficile, mais nous avançons pas à pas. Qui que ce soit en demies (la France, le 5 juillet à Munich), bienvenue, nous sommes prêts."

Avec 10,5 millions d’habitants et 100.000 licenciés, le petit pays de la Péninsule ibérique rejoint pour la deuxième fois - après 1966 - le dernier carré mondial, en quatre participations (avec 1986 et 2002).

"C’est plus difficile d’être en demi-finale avec le Portugal qu’en finale avec le Brésil, assure Scolari, parce qu’on ne dispose pas du même nombre de joueurs. Le Portugal, c’est seulement 10 millions d’habitants. 50% des joueurs du Championnat sont étrangers. Il y a moins de possibilités de choix".





SGEMQO01
© Jochen Luebke

"Et puis le Brésil a une tradition, poursuit-il, une histoire, c’est plus facile. Nous, nous devons créer cette histoire. L’Euro-2004 nous en a presque donné l’occasion. On a une nouvelle opportunité ici. C’est une nouvelle équipe du Portugal, avec un nouvel esprit, un esprit de guerrier."

Scolari estime que son équipe a su se forger un "esprit de guerrier", samedi à Gelsenkirchen, qui pourrait lui servir contre la France.

Derrière Scolari, toute l’équipe du Portugal y croit. "Nous avons un rêve, admet Hugo Viana, mais nous devons garder les pieds sur terre parce que nous n’avons encore rien gagné. Nous aurons un match coriace mercredi".

"Je suis extrêmement confiant", assure Cristiano Ronaldo, le jeune (21 ans) prodige portugais, qui a transformé le tir au but décisif samedi.

"Nous avons quatre jours à partir de maintenant pour récupérer et je pense que tout le monde sera prêt", poursuit-il, pensant probablement à Luis Figo, touché, qui espère néanmoins être rétabli pour jouer la demi-finale.

"Pouvons-nous gagner la Coupe du monde? demande-t-il. Tout est possible dans le football..."





Um Desabafo poético de Guerra Junqueiro
contra a Pérfida Albion



(Alguns anos antes do Portugal-Inglaterra deste Mundial.

Imaginem, que poema não seria, se fosse escrito , depois...!!!)



À Inglaterra

(Fragmento)

Ó cínica Inglaterra, ó bêbeda impudente,
Que tens levado, tu, ao negro e à escravidão?
Chitas e hipocrisia, evangelho e aguardente,
Repartindo por todo o escuro continente
A mortalha de Cristo em tangas d'algodão.

Vendes o amor ao metro e a caridade às jardas,
E trocas o teu Deus a borracha e marfim,
Reduzindo-lhe o lenho a c'ronhas d'espingardas,
Convertendo-lhe o sangue em pólvora e bombardas,
Transformando-lhe o sangue em aguarrás e em gim!

Teus apóstolos vão, prostituta devassa,
Com o fim de levar os negros para o céu,
Desde o Zaire ao Zambebe e desde o Cabo ao Niassa,
Baptizando a Impiedade em Jordões de cachaça,
Mostrando-lhe o teu Deus na tua hóstia - o guinéu!

A honra para ti é inútil bugiganga.
O teu pudor é como um Matabel sem tanga,
Monstruoso ladrão, bárbaro traficante;
Compras a alma ao negro a genebra e a missanga,
Vendendo-lhe a tua bíblia e queixais de elefante.


A tua bíblia! o teu Cristo!... A tua bíblia é uma agenda
Em que a virtude heróica a cifras se reduz.
E o teu Cristo londrino é um Deus de compra e venda,
Deus que ressuscitou para abrir uma tenda
De cortiça, carvão, álcool e panos crus!

Pela estrada da história, ó milhafre daninho,
Vai um povo seguindo o seu norte polar,
E tu és o ladrão que lhe sais ao caminho,
Com a manha do lobo e a coragem do vinho,
A roubar-lhe os aneis para o deixar passar!

Quando espreitas o fraco apontas a clavina,
Quando avistas o forte envergas a libré...
A tua mão ora pede esmola ora assassina...
Teu orgulho, covarde, é, meu Bayard d'esquina,
Como um tigre de rastro e um capacho de pé!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Quando já se desenha em arco d'aliança
A porta triunfal do século que vem,
Por onde dez nações marchando atrás da França,
Palmas na mão, cantando um cântico d'espr'ança
Hão-de entrar numa nova, ideal Jerusalém;

Quando rompe a alvorada azul do grande dia,
E de longe um clarim frenético nos chama...
Quando, ao ver no horizonte o esplendor da aleluia,
O colosso de ferro e d'oiro, a Tirania,
Já começa a baquear sobre os seus pés de lama;

Quando Paris entoa uma epopeia homérica
Com o timbre imortal da sua hercúlea voz;
Quando, numa rajada explêndida e quimérica,
O ciclone de luz que deu volta à América
Vai co'as asas de fogo a perpassar por nós;

Quando da pátria enfim o coração fremente
Palpitava num sonho encantador de glória,
À face do universo inteiro, de repente,
Brutalissimamente
Em plena Europa, em pleno dia, em plena História,

Qual se fora de noite e em matagal bem denso,
Estrangula-se a um povo heróico o seu porvir,
Rouba-se uma nação como se rouba um lenço,
E vê a luz do Sol este atentado imenso,
E fica o monstro impune! e o bandoleiro a rir!

E não estala um ai de dor em cada peito!
E não submerge o monstro a cólera do mar!
E a terra continua em seu giro perfeito!...
Ó quimera, ó tristeza, ó Justiça, ó Direito!...
Providência! onde estás?... que te quero insultar!!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Hão-de um dia as nações, como hienas dementes,
Teu império rasgar em feroz convulsão...
E no torvo halali, dando saltos ardentes,
Com a baba da raiva esfervendo entre os dentes,
A bramir, levará cada qual o seu quinhão!

E tu ficarás só na tua ilha normanda
Com teus barões feudais e teus mendigos nus:
Devorará teu peito um cancro aceso, a Irlanda,
E a tua carne hás-de vê-la, ó meretriz nefanda,
Lodo amassado em sangue, oiro amassado em pus!

E assim como brutais monstros de pesadelo
No soturno porão de uma nau sem ninguém,
Entre nuvens de fogo e temporais de gelo,
De bombordo a estibordo a rolar num novelo,
Desabando e rugindo, aos montões, num vaivém,

Se estrangulam febris, roucos, dilacerantes,
As pupilas a arder em brasas infernais,
Panteras contra leões, ursos contra elefantes,
Cobras em redemoinho a silvar dardejantes,
Búfalos escornando os tigres e os chacais;

Assim vós, assim vós, duma raça assassina,
Sobre essa nau de pedra onde o mar vai bater,
Vos estrangulareis numa carnificina
De que só ficará, sob a densa neblina,
Num pântano de sangue uma Gomorra a arder!

Milhões, milhões, milhões de bocas esfaimadas
Hão-de dilacerar-te o corpo com furor,
E a pedra a dinamite e a carne a punhaladas
Hão-de tombar no mesmo escombro ensanguentadas,
Em baques de hecatombe e blasfémias de dor!...

Hão-de os lords rolar em postas no Tamisa!
Há-de o corpo de um rei dar um banquete a um cão!
Teu solo há-de tremer como uma pitonisa,
E a canalha sem lei, sem Deus e sem camisa
Abrirá teu bandulho infecto, ó Deus Milhão!

Bancos, docas, prisões, arsenais, monumentos,
Tudo rebentará em cacos pelo ar!...
E ao soturno fragor de teus finais lamentos
Responderão - ladrando! as cóleras dos ventos!
Responderão - cuspindo! os vagalhões do mar!

Fevereiro de 1890




Um Belga...
sem "papas anglófilas na língua"...


Contra o histerismo inglês na defesa do seu "menino doiro" com pata, bestialmente, quadrada, Rooneyzinho, valha-nos um observador livre e imparcial da la libre belgique, a colocar as reticências no ponto certo, dizendo quase tudo o que sobre o assunto pode ser dito/escrito.

Acrescentando uma fotografia de Ricardo, fazendo quase tudo o que pode ser feito, a penaltis, marcados por ingleses, que, mais uma vez, mostraram não ter c... para aguentarem a pressão de os marcar.

segunda-feira, julho 03, 2006

Poucas e velhas andorinhas...

...para uma tão "nova" primavera.

Ainda o tema da nova Fraternidade para o novo século XXI.

Sobre este tema da Fraternidade, no já citado "Dicionário do Século XXI", Jacques Atalli, pormenorizando a sua caracterização, acrescenta:

" Na sua mais alta acepção, a fraternidade será o reconhecimento por parte de qualquer homem de que qualquer outro é seu irmão, e de que convém, antes de tudo, não lhe impor nada do que recusaríamos para nós próprios.
Estender-se á este princípio — mensagem de todas as mais antigas sabedorias — às relações dos seres humanos com tudo o que está vivo, presente, passado e futuro.
A fraternidade tornar-se-á então o princípio fundador de uma ordem social na base da qual serão construídos os novos sistemas de direitos e as novas práticas políticas.
As novas tecnologias poderiam contribuir para tal multiplicando as ocasiões de conhecer o outro, de criar grupos específicos, de inventar solidariedades, de pensar o mundo em rede e não já de forma hierárquica, de descobrir ou desenhar novas fronteiras entre o humano e o artefacto".

Não vislumbro sinais desta nova dimensão "cósmica" da fraternidade, nos "Gates", Buffets" e "Soros," que juntam dolares e fundações, para acorrerem a alguns dos velhos dramas do terceiro mundo.
Parece-me antes, prolongarem alguns dos aspectos assistenciais do capitalismo dos últimos dois séculos, que prefigurarem um qualquer capitalismo com rosto mais fraterno para o novo século.

Mas há quem veja outros sinais, nas atitudes destas velhas raposas do capital.

Une nouvelle race de philanthropes, par Sylvie Kauffmann
LE MONDE 30.06.06



© Le Monde.fr


domingo, julho 02, 2006

Contra a má Fraternidade...Só Melhor Estado

No seu "Dicionário do Século XXI", Jacques Attali adverte que:

"Como as precedentes, esta utopia (da Fraternidade) poderá, no entanto, conduzir ao melhor como ao pior.
Veremos ressurgirem ditadores prometendo o reino da fraternidade, igrejas que se lembrarão de terem tido esse pr
incípio como primeiro credo, e, na sua esteira, seitas, partidos, pensadores de pacotilha."

É contra estes desvios incontroláveis, contra os quais Atalli propõe a frágil barreira de um novo tipo de mentores sociais, que cobre com a velha designação de "intelectuais orgânicos", que continuo a optar por utopias como esta:

l

Europeísta convencida, Halonen se prepara para asumir, desde el 1 de julio, las riendas de la UE y a dinamizar el proceso constitucional y el debate sobre la naturaleza de “una Europa común”. Directa, cercana, convencida de que el “siglo XXI es el de las mujeres”, Halonen ha mantenido esta conversación a fondo acerca del modelo de bienestar nórdico y su adaptación a otras latitudes, de la globalización “con rostro humano” y la lucha social y sindical. Una entrevista en la que existe un intercambio de inquietudes sociales y en la que presidenta Halonen explica su convicción de que la humanidad puede “tener al mismo tiempo libertad y pan”.