quinta-feira, março 10, 2005

Gralhafadas



Gralhas, Gafes e Trapalhadas






Aqueles que tem acompanhado este blogue saberão que ele, sendo novo demais para ter tradições muito enraizados, quase que nasceu com uma: a tradição das gralhas.
As gralhas que o atacam. As gralhas que ele ataca.
Recordo, por exemplo, que, em Dezembro de 2004, me defrontei com um ciclone de gralhas.
Entretanto, os tempos amainaram. Até que, recentemente, elas, as ditas gralhas, regressaram em bando.
Neste mês de Março. Aliciadas por uma vaga sugestão de primavera embiocada.
Ainda por cima, voltaram acompanhadas das suas amigas "gafes" e das suas vizinhas "trapalhadas".
Tão misturadas que me vi forçado a criar um neologismo que resumisse essa mistura explosiva de gralhas, gafes e trapalhadas.
Talvez por não ser muito imaginativo, linguisticamente falando, pareceu-me que o termo GRALHAFADAS não seria totalmente desajustado para o efeito.
Exemplifiquemos, então, com a primeira de três GRALHAFADAS .
Trata-se da mais antiga. E da mais resistente. Talvez, por ser oriunda de uma família de nobre linhagem. Nem mais nem menos que do JO, ou seja, do Jornal Oficial do Governo Regional.
Talvez, também, por ser uma variante alada das temidas térmitas, esta miss "gralhafada" ataca na Terceira. Sim, na ilha Terceira. Ou será, antes na Ilha da Terceira?
Por acaso, espantam-se com esta designação? Também eu. Mas é oficial. Tal como o berço onde nasceu. Leiam e vejam claramente visto:
Nesta Resolução do Governo Regional e neste Sumário da Resolução do passado dia 3 deste mês.
Se lhe quiserem conhecer os antepassados mais próximos encontram-nos nesta Resolução do Conselho do Governo Regional e neste Sumário de 9 de Dezembro de 2004.
Na Resolução encontra-a no 4º parágrafo e repetida no 5º. No Sumário, encerra o único parágrafo com chave de oiro.
Ao chamar a atenção para esta continuada "gralhafada" oficial estamos apenas a corresponder ao desejo, também oficial, de receber conhecimento dela, se detectada qualquer anomalia na informação do JO.
Aqui fica o registo da anomalia.
De facto, mais do que uma gralha ocasional, trata-se de uma verdadeira anomalia. Ou uma gralhafada resistente e persistente.
Durante dois anos, em 2003 e 2004, andou a cirandar entre os sumários das resoluções governamentais e as próprias resoluções e as versões on-line e as versões escritas. Qualquer interessado nesta arqueologia da "gralhafada", pode confirmar este carácter saltitante, se consultar os JO de 8 de Abril de 2004 e de 9 e 16 de Outubro de 2003.
Basta de tanta insistência no mesmo erro cretino!
"Desengralhafem-se" de uma vez por todas!

Sem comentários: