Gazetilha
Andar na gandaia
pode não ser uma profissão,
Mas pode ser que atraia
Quem não tem mais nada à mão.
"Catadores de lixo"
Lhes chamou um administrador.
É para quem não poiso fixo
Nem ordenado de gestor.
Com coimas quer resolver
A fome de muita gente.
Tudo isto está a acontecer
Num país descontente.
Má vida ser gandaieiro
E do lixo matar a fome.
Melhor fora ser trapeiro
E ganhar o que se come.
É uma rua da amargura
Este país de Passos.
Não tem remédio, não tem cura
Nem trabalho para os seus braços.
O lixo dos contentor
É a última saída
Para quem já não é senhor
Nem sequer da própria vida.
A quem anda a comer
Dos desperdícios dos outros,
Pior sorte não pode haver.
É ser infeliz como poucos
A solidariedade falhou.
A caridade é uma palavra.
Nada mais restou
Que aquilo que não prestava.
Andar na gandaia
pode não ser uma profissão,
Mas pode ser que atraia
Quem não tem mais nada à mão.
"Catadores de lixo"
Lhes chamou um administrador.
É para quem não poiso fixo
Nem ordenado de gestor.
Com coimas quer resolver
A fome de muita gente.
Tudo isto está a acontecer
Num país descontente.
Má vida ser gandaieiro
E do lixo matar a fome.
Melhor fora ser trapeiro
E ganhar o que se come.
É uma rua da amargura
Este país de Passos.
Não tem remédio, não tem cura
Nem trabalho para os seus braços.
O lixo dos contentor
É a última saída
Para quem já não é senhor
Nem sequer da própria vida.
A quem anda a comer
Dos desperdícios dos outros,
Pior sorte não pode haver.
É ser infeliz como poucos
A solidariedade falhou.
A caridade é uma palavra.
Nada mais restou
Que aquilo que não prestava.