sexta-feira, novembro 30, 2012

Não podia deixar passar o dia de hoje sem fazer o registo de um triste acontecimento para o jornalismo açoriano e para a informação na Terceira. A publicação do último número do jornal "A União". É a voz de 120 anos de história, de opinião
,de lutas e controvérsias, de novidades e movimentos políticos e sócio-culturais que se cala. É um capítulo da história dos Açores e, em particular da ilha Terceira, que se encerra ingloriamente.
Pode considerar-se que o jornal já não satisfazia as necessidades e exigências da Igreja Diocesana, em relação a uma voz oficiosa da Igreja.Pode-se apontar os exemplos de outras dioceses que deixaram de ter jornais diários. Pode-se dizer que o jornal nunca chegou a ter dimensão regional, mas apenas terceirense, por isso tinha os seus dias contados.Podem-se multiplicar as razões que, do ponto de vista da Diocese, recomendavam ou impunham o seu encerramento. O que nunca se poderá dizer é que o jornal, como órgão de informação e debate tinha esgotado o seu papel. O que nunca se poderá dizer é que a sua morte não deixou um vazio por preencher na vida cultural e informativa da Terceira.A esperança que resta é que este vazio venha a ser preenchido, por qualquer outra " A União" que o, historicamente comprovado, espírito de iniciativa no campo cultural, tem sobejos exemplos na vida secular da nossa comunidade terceirense.

quinta-feira, novembro 29, 2012

A entrevista do Primeiro Ministro



Valerá a pena esboçar algum comentário à entrevista de ontem do Primeiro Ministro? À primeira vista, parece que não. O que é que perdeu quem não assistiu à entrevista? Também, à primeira vista, nada. Nada de substancial, pelo menos. Nada qu

e não seja o rumo inflexível e desastroso a que este Governo já nos habituou. Cortes e mais cortes. Cortes desmedidos em tudo aquilo que seja despesa socialmente útil do Estado. Num ano nos salários, nas pensões, nas prestações sociais. No próximo ano, nas despesas de saúde e educação. Num ano sob o eufemismo de aumento das receitas. No outro o ano, sob o eufemismo de cortes nas despesas. Sempre o mesmo objectivo, sempre a mesma obsessão pelo cumprimento rigoroso dos prazos e das metas da Troika. Troika que, afinal, não é tão intransigente como a pintam. O exemplo comprovativo é o défice orçamental para o ano em curso que ela condescendeu em passar para 5%. No fundo, deu mais tempo para o cumprimento desse objectivo concreto. Mas, mais tempo é coisa que Passos Coelho, em teoria, recusa terminantemente. Nem sequer se mostra especialmente interessado, em aplicar a Portugal, as recentes decisões do Eurogrupo para o caso da Grécia. O seu raciocínio é frio e elementar com o de qualquer contabilista . Onde é maior a despesa, aí é que se tem de reformar o Estado. Seja qual for a natureza dessa despesa. É a completa insensibilidade para as consequências sociais dessas medidas. Uma simples nota de humanidade introduziu, quase imperceptivelmente, no seu discurso. A referência sumária ao ajustamento “com dor.” Para quem esperava de um primeiro ministro a capacidade para formular objectivos de esperança e de mudança para o futuro, foi a desilusão completa. A única certeza que se retira da entrevista, é que 2014 não será melhor, se é que não será pior, do que aquilo a que já nos condena o OE 2013.
É pouco, muito pouco, para quem, como um Primeiro Ministro, tem responsabilidades não só para com o presente imediato dos portugueses, mas também para com o seu futuro, mesmo que longínquo.

quarta-feira, novembro 28, 2012


"Apodrecer" o cérebro parece uma expressão muito forte para apontar mais um malefício ao vício de fumar. Mas o estudo aí está a demonstrar que a capacidade de aprendizagem, a memória e o raciocínio podem ser gravemente afectados pelo fumo. Seja como for, é mais um estímulo para aqueles que lutam, por vezes em vão, contra o tabaco e um aviso para aqueles que saboreiam o seu cigarro sem complexos de culpa.

Desde Fevereiro passado que Lisboa e Washington negoceiam o (desa)cordo sobre redução de efectivos militares americanos e trabalhadores civis portugueses na Base das Lajes. Há, nem mais nem menos, do que 9 meses. Para os tempos que correm é muito tempo. Apesar disso, ainda não houve tempo para fornecer aos principais interessados e primeiras vítimas - trabalhadores e seus representantes, ilha Terc

eira em geral, e, ao que parece ao próprio Governo Regional - nenhuma informação oficial e formal sobre o assunto. Condições da redução, fases do processo, alternativas em perspectiva, soluções gerais e individuais. Tudo isto é ciosamente mantido no segredo doa "deuses" de Lisboa.Trata-se , em primeiro lugar, é verdade, de uma questão de Estado entre os dois países, mas, aonde fica o direito constitucional e estatutário de a Região participar e ser ouvida em "todas as matérias que lhe digam respeito"?
Arriscamo-nos, mais uma vez, a não-participar,a não-ser-ouvidos, em tempo, e de sermos postos perante factos consumados. Mais uma vez, fazer o papel indesejável e grotesco de sermos... os últimos a saber.

 Regresso ao Ventilhador apenas com o único objectivo de verificar se ainda sou capaz de escrever e editar um texto no blogue. Falhei a primeira tentativa, provavelmente porque tentei pré-visuazar o texto antes de o guardar. Depois de o pré-visualizar, já não consegui recuperá-lo para o editar. Vamos lá a ver se desta vez não falho.