sábado, janeiro 19, 2013

O relatório do FMI

"o líder do Executivo fez sobressair uma vez mais que, o estudo que encomendou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) “não é uma Bíblia”, e reportou-se às acesas reacções que têm vindo a público acerca do relatório como excessivamente “dramáticas”.

O Primeiro Ministro acha, então, que as reacções vindas a público em relação ao relatório do FMI, são excessivamente "dramáticas"? Por acaso não serão "dramáticas" as perspectivas de:
Redução de 70.000 a 140.00 funcionários públicos para conseguir diminuir a despesa em 750 milhões de euros;
Corte entre 3 a 7% nos salários da função pública para poupar 325 a 760 milhões de euros;
Despedimento de 50.000 professores para conseguir 710 milhões de euros;
Redução do subsídio de desemprego para o nível do salário mínimo para gerar a poupança de 600 milhões de euros;
Aumento substancial das taxas moderadoras na Saúde até aos 50 euros;
Eliminação do subsídio por morte;
Eliminação do abono de família para as famílias com um rendimento superior a 5.000 euros anuais;
Corte do abono da família para os jovens entre os 19 e 24 anos;
Redução entre 10 a 15% nas pensões, para conseguir uma poupança, respectivamente, de 214 milhões de euros ou 1.500 milhões de euros;
Aumento da idade da reforma para os 66 anos para poupar 400 a 600 milhões de euros.
Aumento das propinas no ensino superior, etc. etc.

Esta visão global e que, mesmo assim, se fica pelas reduções e cortes mais gerais, não é suficientemente dramática para gerar inquietação e crítica?
Sobretudo, quando se podem apontar deficiências graves ao relatório, como conclusões não fundamentadas, dados manipulados, asserções não consubstanciadas e omissões surpreendentes. Além disso, é mais que evidente que não se visa nenhuma reforma profunda e substancial do Estado, mas apenas tentar encontrar os meios financeiros para manter o Estado que existe. É precisamente isto que falta a esta perspectiva redutoramente financista e financeira do Estado.

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