A substituição dos desentendimentos, profundos ou superficiais, de conteúdo ou de forma, de estrutura ou de conjuntura, de aparelho ou de personalidades, que, habitualmente, impedem as coligações entre partidos, como acaba de acontecer em Lisboa com as tentativas, mais simuladas que reais, de reconstituição da coligação do PS com o PC/ BE, pelo vago e indefinido "encontro de vontades que não foi possível"?
Que adianta isso, se, no caso concreto das eleições intercalares de Lisboa, Helena Roseta e Sá Fernandes, podendo embora aspirar a chegar também a outras franjas eleitorais, têm como seu terreno comum de disputa eleitoral, o eleitorado não-comunista da esquerda do PS?
Até podem ambos querer "afirmar-se" contra o PS, mas parece claro que só o podem fazer "firmando-se" no mesmo eleitorado.
Com a circunstância de o eleitorado "natural" do PS, que poderia estar agastado com o anterior PS, conotado com a actual gestão da Câmara de Lisboa, se deve ter esfumado com o tipo de lista apresentada pelo PS, quase tão distante da de Carrilho como as da própria Helena Roseta e Sá Fernandes.
Nesta cosmética eleitoral, quer o PS quer o PSD, não deixaram de ser eficazes, embora com modelos diferentes.
E a candidatura do próprio Carmona fez o resto. Eles aí estão todos juntos (Carmona e os seus vereadores "arguidos"), para assacarem com a totalidade das responsabilidades dos incomensuráveis erros da sua gestão da Câmara de Lisboa.
Miguel Portas tinha comentado minutos antes o falhado acordo entre a candidatura de Sá Fernandes e a candidatura independente da ex-militante socialista. "Em Lisboa dissemos, a quem tinha de saber, que não colocaríamos obstáculos ou condicionantes de natureza partidária a um entendimento entre José Sá Fernandes e Helena Roseta", afirmou, explicando que "o encontro de vontades não foi possível".
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