sábado, dezembro 22, 2007

A carta de Ingrid (ainda) para todos nós ou (já) para nenhum de nós

Noticias políticas de Colombia - ELTIEMPO.COM

No tengo ganas de nada. Creo que eso es lo único que está bien, no tengo ganas de nada porque aquí en esta selva la única respuesta a todo es ’no’. Es mejor, entonces, no querer nada para quedar libre al menos de deseos.
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Na mesma altura em que, segundo os tradicionais hábitos de natal, as nossas crianças escrevem cartas ao Pai Natal ou, ainda mais tradicionalmente, ao próprio menino Jesus, tentando fazer-lhe prova de que tiveram a vida de boas acções que merece prémio, Ingrid Betancourt também teve de usar Uma carta para fazer prova de vida.
Mas, como já mostrava o vídeo da "prova de vida," Ingrid vive um momento doloroso de quem já parece estar de costas para a vida.
Ainda não se despediu dela, mas já não espera dela grande coisa.
Ainda não renega a vida, mas já não tem ilusões sobre ela.
Ainda não desistiu da vida, mas já se sente acabrunhada pelos violentíssimos desafios diários que a vida lhe reservou nos últimos cinco anos.
Ainda não deseja a morte, mas a vida já lhe é um somatório desesperante de actos sem sentido.
É por isso mesmo que ler esta carta, divulgá-la, relê-la e senti-la, é um acto de solidariedade para quem, tendo arriscado tudo para dar sentido à vida de um país inteiro, acaba por parecer ter perdido o sentido para a sua própria vida.

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