quarta-feira, janeiro 23, 2008

O Dilema Açoriano 2008

Diário Insular OnLine


ÁLAMO MENESES, SECRETÁRIO REGIONAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA


Universidade dos Açores carece de revisão


A Universidade dos Açores (UA) tem um problema estrutural, pelo que a questão não é meramente financeira. O Governo Regional está disponível para, em conjunto com a UA e os Ministérios da Educação e das Finanças, resolver os actuais problemas, estando fora de causa quaisquer despedimentos
Diário Insular OnLine


A UNIVERSIDADE DOS AÇORES E O REITOR
por: Bento Barcelos



A questão essencial do financiamento das despesas de funcionamento da U.A., que não estão asseguradas na sua totalidade pelo Governo da República, gerando um problema agravado ano após ano, exige essencialmente uma resolução política.


http://www.diarioinsular.com/noticias/ver.php?edicao=5_18_Janeiro_2008&n_id=45875



Pessoalmente, eu próprio desejaria que todas as opções políticas que se irão colocar aos açorianos nas eleições regionais deste ano de 2008, tivessem a clareza do dilema que estes dois textos sobre a Universidade dos Açores exprimem.
Neste caso, qualquer leitura, por mais ligeira que seja, nos evidencia que estamos perante dois políticos encarando o mesmo problema por duas ópticas, estrutural e radicalmente diferentes.


Pode mesmo dizer-se que estamos em face de



  • Dois Secretários Regionais da Educação;

  • Duas soluções políticas para a Universidade dos Açores;

  • Duas visões políticas de fundo da Autonomia dos Açores;

  • Duas formas, historicamente e ideologicamente opostas, de encarar o tema central da Autonomia Regional, das relações entre o poder Regional e a República, que se esconde/revela nestes dois textos;

  • Dois caminhos para a procura e o encontro das soluções que, neste caso, a Universidade reclama e, em geral, os Açores se defrontam.

Quem se der ao trabalho de confrontar os dois textos e, para isso, terá de recorrer ao próprio DI, que, julgo, continua integralmente acessível apenas a assinantes, vai verificar que
a visão de Bento Barcelos é



  • Retórica e proclamatória;

  • Estereotipada e repetidora incansável de slogans batidos e rebatidos;

  • Que, segundo ele, existem apenas dois lados do problema: O lado bom/autonomista da parte da Universidade que reclama mais dinheiro, e o lado mau do Governo da República/centralista que o recusa.

Vai verificar, igualmente, que
a visão de Álamo Meneses é



  • Global e sistemática;

  • Aprofundada e realista;

  • Política, mas não retórica nem proclamatória;

  • Substitui os slogans pelo debate e confronto de soluções;

  • Situa-se para além do estafado e gasto tema "amaralista" da Autonomia versus centralismo, ou tripolaridade+insularidade.

Para não alongar, além dos mais,
estes dois textos em que, ainda por cima, o do Álamo é uma entrevista e, como tal, condicionada pelo entrevistador, o do Bento, um texto-de-secretária, sem condicionantes e (em teoria, pelo menos) pensado e repensado, são
o retrato de dois políticos e da sua obra de Secretários Regionais da Educação.
E, esperemos que sejam, pelo que podem antecipar do futuro, a opção entre o regresso ao passsado ou a continuidade na senda das soluções discutidas e negociadas.



1 comentário:

Rui Caetano disse...

A Universidade dever ser um assunto muito sério e como tal deve ser tratado pelos governos como um assunto sério e com apostas claras e visíveis.