sexta-feira, setembro 13, 2013

Pacu

O texto publicado no Diário Insular, no passado Sábado ,com o sugestivo título de “Pacu e os eleitores” despertou em mim  a ideia para um breve escrito sobre “Pacu e os jornalistas”.
Pelo que respeita à cobertura jonalística de campanhas e pré-campanhs eleitorais( para nos mantermos no mesmo tereno ) afigura-se-me que os jornalistas se podem classificar em três categorias, o jornalista ganha-pão, o jornalista que tem mais olhos que barriga e o que tem mais barriga do que olhos.
O jornalista ganha-pão é aquele que tem uma sensibilidade muito viva para o seus problemas pessoais e que fará tudo para poder comer três vezes ao dia.Pouco interessam  as suas convicções(normalmente é-lhe indeferente  trabalhar ou não  ao arrepio delas) ele não deixará de cumprir as tarefas que lhe encomendam. Faz  lembrar aqueles católicos sociológicos que  independentemente das suas convicções mais íntimas ,estarão sempre presentes, na missa, na coroação, na procissão.
O jornalista que tem mais olhos que barriga  é aquele que está de olho vivo para aquilo em que os candidatos se assemelham, mas que é totalmente falho de apetite e atenção para as diferenças que os distanciam. Pode vê-las, ocasionalmente, mas nunca as come ou digere. Tem uma medida e pauta única para todos. São todos iguais. Venha o diabo e que escolha.
O jornalista que tem mais barriga do que olhos é aquele que (quase fisicamente, mas decerto metaforicamente) come e abocanha o candidato. Ele é que é o protagonista. O candidato é apenas uma figura menor para contracenar com o jornalista. O jornalista quase que o dispensa e só precisa dele como pretexto.
Custa meter o Pacu, neste quadro?  Não. Também, entre os jornalistas, o Pacu não teria alimentação garantida,


terça-feira, setembro 03, 2013

Aniversário de morte de Coelho de Sousa

Perfazem-se hoje 18 anos sobre a data da morte de Coelho de Sousa (2 de Setembro de 1995). Podia recordá-lo de muitas maneiras. Por palavras minhas. Por palavras dele próprio  Prefiro fazê-lo através de um episódio narrado por outra  pessoa. Por Onésimo Teotónio de Almeida.
 O facto de eu ter uma biblioteca  que bate recordes de desorganização, permite-me descobrir de quando em vez novidades “antigas” que a memória esquecera. Ontem mesmo, fui redescobrir os”Onze Prosemas” do Onésimo. Num deles  - o prosema sobre a nuvens -  Onésimo viaja de avião sobre os  gelos Da Gronelândia, quando o comandante de bordo anuncia que se encontravam a sobrevoar “north of Terceira Azores”. A informação deixou indiferente os restantes passageiros. Apenas Onésimo abriu uma nesga da sua persiana. Mas, diz Onésimo, “nada de ilha e nem sequer mar só nuvens e mais branco e de repente uma alucinação  Não é a Serra de Santa Bárbara essa não  fura assim este algodão espesso mas o PICO ele mesmo ou a ponta dele um cone de azul plantado sobre aquela imensidão de branco sereno e altivo imponente e majestático altaneiro e belo que o padre Coelho na aula de português disse parecer um seio mas isso era visto de Angra o cimo da montanha sobre o corpo de São Jorge como se de uma mulher deitada ou sereia estendida de costas(...)
Só eu levarei comigo na bagagem para casa aquele cume da montanha do Pico que eu sozinho namorei de longe muito longe e era azul suave e talvez mesmo um seio terno como na metáfora do padre Coelho na minha aula de português”-
 Nota oportunista. Curiosamente, hoje, também foi desbloqueada a situação de impasse que impediu durante alguns dias que o “Testamento Poético” de Coelho de Sousa estivesse acessível para aquisição. Lembro o link http://www.bubok.pt/livros/7321/TESTAMENTO-POETICO