A grande aposta do PSD, nas eleições directas para a liderança, que ora decorrem em 2007, era conseguir, com estes dois candidatos MM (Mendes e Meneses), para o partido e para a dinâmica política geral do país, o quase milagre da multiplicação da dinamização interna e do interesse da sociedade, que os candidatos AS( Alegre e Sócrates) conseguiram, para o PS, nas directas de 2004.
Seria o sonho da ante-câmara do poder, obtido na sombra e no rasto do sucesso do adversário.
Mas o que se sonhava repetição saiu caricatura.
E, dificilmente, poderia ser de outra maneira.
As chamadas eleições directas dos líderes, sempre muito reclamadas e propagandeadas como panaceia para vários males dos partidos e do sistema partidário, também podem transformar-se em mais um factor da sua degradação.
Tudo depende dos candidatos em confronto.
Toda a gente tem de reconhecer que os actuais dois candidatos do PSD estão a léguas, como personalidades e características de liderança, de Alegre e de Sócrates.
Por isso mesmo, só os podiam repetir como caricatura.
Por isso mesmo, tudo aquilo em que tocam, estragam.
Debates, ideias, métodos, questões internas, questões nacionais, passado pessoal e partidário, futuro partidário e nacional, etc., etc. etc.; tudo estragado pelo imbecil campeonato "de quem é mais incoerente e há mais tempo", com que os dois contendores tem entretido um país entediado e distante dessas bizantinas questiúnculas.
É que as directas são excelentes para fazer ressaltar as qualidades ou méritos dos candidatos ou dos partidos, mas não as criam e só as ampliam se elas já existem previamente. E são, igualmente, implacáveis a fazer ressaltar as insuficiências e limitações.
Quem, nos Açores, tenha assistido ao espectáculo de degradação contínua e, aparentemente irreversível, do PSD-Açores, com estas directas, está a assistir à sua "reprise" no continente.