Mais uma prova de como os referendos, parecendo a mais simples e directa,
são a arma mais traiçoeira da democracia,
porque tendem a simplificar abusivamente questões complexas,
quando não forem uma contraposição clara entre um sim e um não.
E porque, em questões complexas como um tratado,
respondem mais aos fantasmas que são agitados para a opinião pública
do que ao real conteúdo dos tratados.
As três propostas de Sarkozy para ladear o não Irlandês são disso mesmo claro exemplo.
O aborto, a neutralidade da Irlanda e a fiscalidade são questões que o tratado nunca pôs em causa.
Mas foram dos três "papões" mais agitados na campanha irlandesa do referendo.
Em resumo, o tratado foi rejeitado por aquilo que nunca conteve e pode vir a ser aprovado também... por aquilo que não contem.
Referendo. Arma da democracia ou arma das confusões que a democracia permite?
Le Monde.fr : Les titres du MondeM. Sarkozy réitérera l’assurance que l’UE n’abordera pas
la question très sensible de l’avortement, que la
neutralité de l’Irlande sera respectée et que les
questions de fiscalité continueront d’être
réglées à l’unanimité. Ces propositions
pourraient être adoptées en décembre. Les Irlandais
pourraient dès lors organiser un nouveau
référendum.
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