Como se em surdina madurassem os figos
Em vão
procurei a doçura pelos ramos de agosto, essa voz que
ouvi nos confins de um século.
(...)
Quando se vai para o outono, modula-se a vida
de fios brancos,
sons que pesam numa cabeça meditativa
(...)
Envelhece- se com as pancadas de uma arqueologia lunar;
flechas que assinalam outros campos, de um lado as
vinhas,
a maturação das uvas;
algures um vestígio de praias, paixões, a alma condoída.
Com tão pouco se fundam os alicerces, a casa de um homem:
caves, cúpulas, os alpendres virados ao mar,
o primeiro beijo ao entardecer das sebes.
Morre-se tão de repente.
Morre-se devagarosamente
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