segunda-feira, junho 16, 2008

O novo conceito: revotar

Entre muitas outras coisas que devemos à Europa nos últimos 50 anos,
algumas são apenas palavras novas, que ajudam a compreender de forma diferente realidades antigas
ou a tornar "pensáveis" realidades também tão novas como as palavras criadas para as designar.
Para falar apenas de realidades que nos são mais familiares exemplifique-se com o conceito de ultra periferia,
com o qual se conseguiram englobar realidades tão distantes no espaço como os Açores e a Martinica ou a Madeira e a Guiana.
O fracasso do "Sim" ao tratado de Lisboa parece estar a lançar os dirigentes europeus na busca de uma nova palavra.
A palavra "revotar" um referendo.
Note-se que a situação é diferente das anteriores colecções de "nãos" que a Europa recolheu em outro referendos.
De facto, vai ser necessária muita criatividade política para, de forma também politicamente aceitável, levar para nova votação um referendo que teve a participação maioritária da população consultada e pouco se percebeu, ainda, das razões ou pretextos do "não" que pudessem facilitar a repetição do referendo.
Contra os melhores estratagemas dos políticos europeus, percebemos estarem a levantar-se um muro de preconceitos e de verdadeiros fantasmas, que parecem mergulhar no mais inconsciente do inconsciente colectivo dos povos.
" Revotá-los" chegará para os anular?


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L’Europe a l’espoir secret de faire revoter les Irlandais

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