segunda-feira, julho 18, 2005

# 1 Julho, mês de muitos folhetins históricos?



Julho é mês de muitas datas históricas, antigas e recentes , de significado universal.
Pensemos no "fourthjuly" americano, a que a Nasa tentou conferir significado mais universal com o "deep impact" programado para aquele dia.
Pensemos no 14 de Julho francês, que, há muito, assumiu essa dimensão de símbolo universal.
Pensemos no 07/07 do terrorismo em Londres, que, este ano, eclipsou todas as outras datas.
Nomeadamente, as relacionadas com a segunda guerra e com o aniversário do maior massacre na Europa, depois daquela guerra - o massacre de Sbrenica.

É possível que ainda venha a retomar, neste blogue, alguma destas datas ou todas elas.
Por agora, apetece-me recordar o 14 de Julho, em face de caricaturas folhetinescas, surgidas na blogolândia.
Não vou dar a minha própria versão ou visão da queda da Bastilha, porque corria o risco de cair numa visão anti-folhetinesca, que teria o mesmo valor ou credibilidade da visão contrária.
Vou recorrer ao testemunho de historiadores, especialistas na matéria, que, ainda é a melhor maneira de rebater perspectivas grotescamente ideológicas e descontextualizadas.

Para maior equilíbrio de perspectivas vou-me socorrer do testemunho de duas escolas históricas diferentes.
Uma, a de um respeitado historiador francês. Outra, a de um grupo de historiadores ingleses.
É aquela primeira que reproduzo neste post.

Trata-se da visão de François Furet, em "La Revolution I", ed. Hachete, col. Le Pluriel, Paris, 1990, pg.120:


"Dans la nuit du 13 au 14, tout Paris illuminé par instruction du Comité, entend circuler les premiéres patrouiles du nouvel ordre social. La Garde nationale est née.

A l’aube du 14, l’émeute se rend maîtresse de l’Hôtel des Invalides, oú elle trouve trente-deux mille fusils; c’est aussi pour y chercher des armes qu’elle pense ensuite à la Bastille. Mais cette admirable intuition collective est aussi d’un tout autre ordre: il n’y a pas de meilleur symbole de l’ennemi que la prison légendaire qui barre de ses huit grosses tours l’entrée du faubourg Saint-Antoine. La fin de ce monstrueux anachronisme urbain, politique et humain, doit marquer comme naturellement l’avènement de la liberté.

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