segunda-feira, julho 18, 2005

# 2 Julho, mês de muitos folhetins históricos?






"Quando a crise política de Julho eclodiu, o povo já estava na rua para mostrar a sua cólera. Os sentimentos despertados pela crise política poderiam não o ter levado a sair à rua com tamanho ímpeto ou não ter provocado um tal impacte se não fossem essas razões de queixa económicas. Durante a Revolução, a escassez de alimentos e a subida dos preços surgiriam frequentemente como a grande força motriz subjacente ao descontentamento popular. (…)
O povo (estava) de sobreaviso contra os planos aristocráticos de envio de tropas para Paris e incitaram-no a pegar em armas.(…) As multidões lançaram-se pelas ruas em busca de armas, que encontraram no Hôtel de Ville e no Hôtel des Invalides.
No dia 14 de Julho convergiram para a Bastilha, no Faubourg Saint-Antoine, onde se julgava haver armas e se suspeitava ser o baluarte donde as tropas reais atacariam, estando para tanto os canhões apontados para as ruas. Entrando em pânico, a pequena guarnição abriu fogo. Furiosa, a multidão, acompanhada por soldados rebeldes com artilharia, obrigou o governador De Launay a render-se e matou-o. «E uma revolta!», declarou o rei. «Sire», retorquiu -lhe um cortesão, «não é uma revolta, é uma revolução.» A queda da Bastilha teve importantes consequências. O rei tinha perdido o controlo de Paris. Paralelamente, o corpo de eleitores que escolhera os representantes de Paris, e que continuara a reunir-se desde então, rejeitou as autoridades da cidade e autoproclamou-se conselho municipal, ou Comuna. Criou uma milícia, a Guarda Nacional, no sentido de resistir a possíveis conspirações aristocráticas e de controlar os excessos populares. O seu comandante passou a ser Lafayette; a sua insígnia, a faixa tricolor. Surgiram por toda a França órgãos similares que destituíram as antigas autoridades".
(Esmond Wright(dir.), História Universal, Publicit Editora; Lisboa, 1982, V vol., pag. 35, 36)

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