Quando não roubas apenas a alma,
Mas também não deixas resgatar o corpo…
Morte, eis aí a tua vitória.
Quando recusas aos homens,
aquilo que até os deuses sempre desejaram:
deixar o corpo na terra dos homens.
Morte, eis aí a tua vitória!
Quando não és apenas o final
de uma vida que completou o seu curso,
Mas a interrupção
de uma vida em percurso.
Morte, eis aí a tua vitória!
Quando ninguém te espera,
Ninguém te suspeita,
Ninguém te adivinha
Nos sinais da vida
De quem ainda está vivo.
Morte, eis aí a tua vitória…
Quando deixas para os velhos
o dever de chorar os novos,
E negas aos novos
o direito
a serem velhos.
Morte, eis aí a tua vitória…
Quando não roubas apenas a vida a quem matas,
Mas matas a vida a quem continua a ter de viver.
Morte, eis aí a tua vitória…
Quando a marca da tua passagem
não pode, nunca, ser contida
no ritual dos dias de luto.
Morte, eis aí a tua vitória…
Quando poupas a vida a alguém,
Que preferia a morte
à vida que lhe poupas…
Morte, eis aí tua vitória…
Quando,
tu,
cega ceifeira
das sementeiras da vida,
fazes ruir,
não o passado,
mas o futuro,
da vida que roubas.
Morte, eis aí a tua vitória…
Quando,
tu,
a evitada por todo o ser vivo,
te consegues
fazer convidada
de alguém.
Morte, eis aí a tua vitória…
Quando,
tu,
sempre surpresa
para aquele que matas,
ainda és maior surpresa
para aqueles que continuam vivos.
Morte, eis aí a tua vitória…
sexta-feira, abril 14, 2006
Morte, Eis a Tua Vitória!
Publicada por Dsousa à(s) 11:08 da manhã
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