Y Lula se ‘comió’ a la oposición · ELPAÍS.comLa oposición podría presentar como alternativa, dicen los
politólogos, una democracia parlamentaria, sin resquicios para
los golpes de efecto populistas, con instituciones sólidas, con
partidos fieles a sus ideologías, con poderes independientes y
bien definidos, y con una lucha sin cuartel a la corrupción y a
la violencia. Y alertan de que un país sin oposición
puede a largo plazo crear mayores riesgos que una dictadura, ya que se
desvanecen los estímulos para luchar para cambiar la
situación.
A verdade é que, a situação de oposições que não se conseguem firmar como alternativa, parece tender a generalizar-se, pelo menos, nos nossos universos políticos mais próximos.
Para já não falarmos no caso extremo da Madeira que, penso, estar mais perto do modelo venezuelano de Hugo Chavez, do que do modelo brasileiro de Lula, podemos identificar várias situações de deliquescência e anomia, aparentemente irreversível, de oposições, sem perspectivas imediatas de regresso ao poder.
En França, o sarkosismo nascente, mas que parece a caminho de romper com os equilíbrios do semi-presidencialismo do gaulismo da V República, para se impor como hegemónico durante vários anos e mandatos.
De qualquer forma, a oposição de esquerda parece tardar em reencontrar-se e a de direita está em risco de se desagregar por completo em guerras de sucessão e na reconquista de espaço político.
Em Inglaterra, o blairismo vitorioso está a ponto, até, de conseguir resolver o problema mais difícil nestas situações, que é o da sucessão. E que parece não estar resolvido, apenas por alguns erros, mais de estratégia mediática do que de estratégia política, de Gordon Brown.
Na península ibérica, em Espanha, tudo parece jogar a favor de Zapatero e do seu "zapaterismo" que vai conseguindo, em simultâneo, manter a unidade mínima interna partidária para governar e superar os obstáculos dos nacionalismos e federalismos regionais mais exacerbados da "Espanha Invertebrada".
Em Portugal, o resultado do último Congresso do PSD, oferecendo a Sócrates, na mesma bandeja, a cabeça de Santana Lopes e de Luís Filipe Meneses, não podia ser mais propício a um reinado prolongado do "socratismo".
Na Alemanha, as "grandes coligações", com os dois maiores partidos desempenhando, ao mesmo tempo, as funções de poder e oposição, também parecem ter encontrado o "abre-te sésamo" para uma prolongada permanência no poder, não apenas sem alternativa, mas também sem alternância previsível.
E nos Açores?
Valerá sequer a pena fazer a pergunta e colocar a questão?
Ainda, ontem à noite, num programa da RTP-Açores, depois de os técnicos de "clínica geral política" se esmifrarem em receitas sobre o que o novo-velhíssimo líder do PSD, Costa Neves, devia e tinha de fazer, para conseguir arrastar a sua cruz até ao calvário das eleições de 2008, um deles punha o dedo na ferida.
Acabava por dizer, embora por outras palavras, que o povo dos Açores e a sociedade açoriana ainda não queriam mudar.
E é isto mesmo que falta.
Ou parece que virá a faltar em 2008, como já faltou em 2000 e 2004.
Apesar de o PSD, em ambos os casos, se ter auto convencido e auto intoxicado com uma pretensa hora de "mudança de ciclo".
Aspiração de mudança que estava, manifestamente, presente, em 1996, quando Mota Amaral, por isto mesmo, fugiu ao confronto eleitoral.
Além disso, no caso dos Açores, e de 1996, no passado, e 2008, no futuro, constata-se também outra coincidência que, em 1996, teve importância decisiva no sentido da mudança, e que, em 2008, a pode vir a ter no sentido da continuidade.
A força política no poder em Lisboa e a sua imagem na altura das eleições regionais.
À distância, o que se pode antecipar é que, por pior que seja, não deverá ser favorável ao anémico PSD-Açores e ao seu inflado líder, doentiamente inflado, pela idade política e pelo vazio (absoluto) de ideias.
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