quinta-feira, março 02, 2006

Comportamentos Homeopáticos


Em momentos de crise, há que lançar mão de todas as tentativas de solução.
Mesmo das mais desesperadas.
Ou surpreendentes.
É assim que, para alívio dos níveis de tensão na cena internacional, em que todos os gestos, mesmo os mais triviais, podem assumir as dimensões de uma agressão intolerável, também têm aparecido sugestões que podemos considerar do âmbito (metafórico, claro) da homeopatia.
Parece-me ser o caso da seguinte ideia de um humorista e desenhador israelita:
"Não tenho sombra de ódio nem pelos muçulmanos nem pelos árabes.
Mas penso que o judeus estão em melhor situação do que quaisquer outros povos para se rirem de si próprios.
Nenhum iraniano nos consegue levar a melhor neste campo.
É por isto mesmo, que não vamos incendiar embaixadas,
nem organizar sangrentas manifestações.
Vamos, muito simplesmente, publicar,
aqui mesmo, em Israel,
as caricaturas de judeus
mais odiosas até hoje imaginadas."
Jean Daniel, que relata o facto no "Le Nouvel Observateur" acrescenta que este desenhador, com esta observação humorística prestou um precioso contributo para a defesa da liberdade de expressão.
Acredito que sim.
O que duvido muito é que estas doses homeopáticas de profundo sentido de humor encontrem algum eco junto de populações ou governos que ...de humores, só parecem conhecer os ...maus humores.
E que do humor, têm uma gramática muito limitada. Onde não entra nem o singular humor, nem, muito menos, o abstracto humorismo.
Escola de homeopatia, precisa-se? Lá para os médios e extremos orientes?
Talvez.
Escola de humorismo, precisa-se ? Lá para aqueles mesmos lados?
Seguramente. Sem a menor dúvida.

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