segunda-feira, fevereiro 19, 2007

As máscaras no carnaval da poesia

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Só mesmo Camões
é que podia conseguir,
num só poema,
no mesmo poema,
dar forma e expressão,
às duas grandes correntes,
mais antigas
e mais singulares,
da poesia portugesa:
A cantiga de escárnio e mal-dizer
e a trova de amor.

Por obra e mão dele,
cada um de nós
pode repetir
este milagre
de metamorfose
poética.
É só ler as "trovas" seguintes,
na vertical,
e teremos a cantiga de escárnio.
Ou, então, na horizontal,
isto é,
ligando cada verso
da estância da esquerda
ao verso respectivo
da estância da direita,
e teremos
a mais bela trova de amor.


É o carnaval da poesia.
Goze-o. O melhor que puder.
Este. E o do calendário.





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