terça-feira, abril 17, 2007

O dia D e o Dia H português






É verdade, este bizarro país europeu pode estar a viver, hoje, como habitualmente sem disso ter consciência, e em simultâneo, o "seu" dia D e o seu dia H.
Este último vive-o, como todos os europeus, na memória magoada e envergonhada daqueles auto-intitulados mais caucasianos de todos os caucasianos, mais europeus de todos os europeus
( tão europeus que até eram arianos)
(tão arianos que até eram hitlerianos)
terem levado ao extremo potencial, a inteligência técnica europeia de produzir em série.
De produzir em série a morte,
como em série produz a técnica europeia vacinas para a vida, automóveis para as autoestradas
(por sinal, duas invenções também arianas, ou até mesmo hitlerianas)
ou farinhas para animais
(umas, já contaminadas à saída da fábrica; outras, nem tanto).




O dia D pode vir a estar a vivê-lo, na sentença que a Universidade Independente parece estar a reservar para esta tarde, para o seu primeiro ministro.
Como assim?





Sócrates aguardou aquelas mais de duas semanas, para falar a respeito do seu azarado diploma, sobretudo, por duas razões
(para além da razão oficial de aguardar a decisão do Ministro Mariano Gago sobre a Independente)
Em primeiro lugar, esperando que tivesse chegado ao fim, o tempo de exploração mediática e jornalística sobre o aparecimento de novos papéis comprometedores retirados da arca encoirada da sua licenciatura.
Em segundo lugar, aguardando a hora em que a exploração política deste caso já não tivesse espaço nem sentido.
Com os dados públicos até hoje existentes sobre o mofino tema, e apesar dos esforços de alguns jornalistas e quejandos, para acrescentarem mais algumas revelações de menor monta e fundamento, o seu cálculo mostrou-se correcto.
E Marques Mendes também mostrou, à sua custa, que não havia "engenharia" possível que permitisse à oposição "pescar" nestas águas.
Mas o aparecimento de novos dados, que, directa ou indirectamente, envolvam o nome de Sócrates pode levar ao renascimento de todo este embróglio desde a sua raiz mais apodrecida e envenenada.
É que a situação tornou-se, realmente explosiva, para Sócrates, em dois sentidos.
Num deles, porque o futuro da Universidade Independente está nas mãos de Sócrates, através da decisão do seu Ministro sobre o seu encerramento definitivo ou não.
E qualquer que ela seja
(neste momento só o encerramento parece fazer sentido)
sempre pode ser arremessada contra Sócrates.
Ou por excesso de rigor
(vingança)
ou por excesso de benevolência
(negócio obscuro ou medo)
No outro, na circunstância de o futuro político de Sócrates estar nas mãos das revelações, já ditas explosivas, daquela mesma Universidade.
Conseguirão os novos "papeis" da Independente invadir, de novo, as praias da "normandia" da política portuguesa?
Aguardemos.

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