Este é um tipo de texto dificíili...íssimo de encontrar na imprensa portuguesa.
Um texto que fale de heróis vivos.De heróis vivos, por méritos adquiridos em acções e acontecimentos ocorridos na véspera.
De heróis vivos, que, depois da vitória, regressam, normalmente, às suas tarefas de todos os dias, sem esperar pelas coroas de louros.
De heróis vivos... num país que só gosta de reconhecer e homenagear, principalmente nestes domínios da política e da diplomacia, heróis... mortos, sobretudo, se enterrados e desenterrados várias vezes pelos ventos da história.
De heróis vivos de duas classes de portugueses - os políticos e os diplomatas - que metade dos seus concidadãos considera medíocre e incompetente, a primeira delas, e parasitária e inútil, a segunda.
Um texto que, muito poucos dos actuais jornalistas dos nossos auto-designados jornais de referência se atreveria a escrever, com receio dos preconceitos do jornalista do lado, ou dos humores do patrão de " cima".
Por isto mesmo, o texto é escrito por alguém que conhece as exigências e os meandros da diplomacia e da política e não costuma preocupar-se com o que os "outros" pensam ou repetam.
E não, por um jornalista.
O seu nome também mecere ser acrescentado a esta lista: Diogo Freitas do Amaral.
Por este escrito e por muitas outras razões.
A vitória da presidência portuguesa, reforçada mais ainda por ter sido obtida em Lisboa, tem um nome e tem um rosto - o do primeiro-ministro, eng. José Sócrates. Foi ele que, mais de um ano antes, tomou as necessárias (e por vezes difíceis) decisões preparatórias; foi ele que superintendeu activamente na actuação de todos os ministros do seu Governo antes e durante a presidência; foi ele que contribuiu decisivamente (em termos que não devem ser revelados por enquanto) para o êxito do último Conselho Europeu da presidência alemã, em Junho deste ano; foi ele que, com determinação e simpatia, conseguiu convencer os presidentes ou primeiros-ministros mais recalcitrantes; foi ele que coordenou a intervenção coadjuvante, mas preciosa, de Sarkozy, Merkel e Brown junto dos restantes países; e foi ele, enfim, que durante a cimeira, em Lisboa, pela noite fora, definiu onde era possível ceder e onde era preciso dizer não. Arriscou muito; e, portanto, ganhou muito. Já era um grande primeiro-ministro cá dentro; passou a sê-lo também lá fora. Mas, como toda a gente compreende, um processo destes é um trabalho colectivo. Três nomes foram já, muito justamente, elogiados em público: o do dr. Durão Barroso, como presidente da Comissão Europeia; o do dr. Luís Amado, como ministro dos Negócios Estrangeiros; e o do dr. Manuel Lobo Antunes, como secretário de Estado dos Assuntos Europeus. Há, porém, mais alguns nomes que entendo não deverem ser esquecidos: o do anterior secretário de Estado Fernando Neves, que orientou muito bem todos os trabalhos preparatórios da presidência portuguesa em 2005-2006; o do dr. Nuno Brito, diplomata de grandes méritos, que é desde 2005 o director-geral dos Assuntos Comunitários, em Lisboa; o do excelente embaixador de Portugal, junto da União Europeia, Álvaro Mendonça e Moura, que foi, antes e durante a presidência portuguesa, the right man in the right place; e, por último, os de todos quantos - no ministério, em Bruxelas, nas capitais dos países membros e na missão especial criada para apoio à presidência portuguesa, coordenada pelo dr. Jaime Leitão, também diplomata de carreira - contribuíram empenhadamente para o êxito de Portugal. Todos estão de parabéns.
1 comentário:
Assino por baixo. Podemos discordar de algumas políticas implementadas em Portugal, mas é digno reconhecer o trabalho feito nesta matéria europeia. Estão todos de parabéns.
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