sexta-feira, outubro 05, 2007

Costa Neves, mais longe e diferente de João Jardim do que seria necessário e útil ao PSD-Açores. Carlos César, mais semelhante e perto de João Jardim do que seria vantajoso e desejável, à imagem continental da autonomia dos Açores.

É evidente que me refiro, neste título, aos ecos nos OCS do continente, da actuação de um e outro, em níveis e âmbitos diferentes.
Costa Neves, no nível e âmbito partidário, no decurso das peripécias e do resultado das eleições directas do líder do PSD.
Carlos César, nas declarações prestadas e exploradas pelos OCS do continente na sua deslocação à Madeira, no âmbito da reunião das RUP.
Por hoje, falemos só de Costa Neves.
Muitos se recordarão que, na burocrática e "vexata" questão do pagamento das quotas dos militantes do PSD, Açores e Madeira partiam em situação semelhante: com divergências astronómicas entre o número de militantes-votantes apresentados pelas duas candidaturas. Creio mesmo que a situação da Madeira foi a primeira a surgir na comunicação social e, por isso, eu próprio me ter feito eco dela nesta entrada.
O que é certo é que, provávelmente, ninguém se recordará de como é que a questão foi resolvida na Madeira. Eu, pelo menos não me recordo. De qualquer maneira, foi resolvida "à João Jardim".
Como não era assunto que desse boa publicidade e imagem, foi resolvido discretamente, com um qualquer compromisso de bastidores ou mesmo com ordens expressas nesse sentido.
Com Costa Neves, ao contrário, foi resolvido de forma a fazer ressaltar aos olhos da opinião pública as maiores maleitas políticas que, desde sempre, caracterizam a prática pseudo autonomista do PSD-Açores, em termos partidários e de Região.
Incapaz de formular, (ou de impor a formulação) da sua verdadeira concepção da autonomia regional e, agora, partidária, ao nível dos textos legislativos (constitucionais e estatutários, no caso da Região e estatutários, no presente caso do partido), mas agindo na prática e procurando transmitir a falsa imagem de uma cobertura legislativa que, de facto, não existe.
Trata-se de uma autonomia em descarado e macaqueado "trompe l'oeil" que , há demasiados anos, vem prejudicando e dificultando o caminho para a superação dos impasses, em que a autonomia regional, revisão após revisão constitucional e revisão após revisão estatutária, se tem visto enredada (inextrincavelmente enredada).
Costa Neves, em todo este imbróglio da quotas nos Açores, tudo o que conseguiu foi mostrar que o PSD-Açores não sabe ser autonomista onde devia sê-lo, nos Estatutos Regionais do Partido que estabelecem o princípio do pagamento de quotas por todos os militantes, e finge ser autonomista naquilo que, em democracia, não pode sê-lo, defendendo uma prática anti-estatutária.

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