Assinalemos dois factos e façamos uma pergunta, recorrendo à ajuda de três pensadores de três séculos diferentes.
Primeiro Facto. Faz hoje exactamente um mês que o Diário de Notícias se fazia eco de uma chamada "Plataforma Para a Música."
Este movimento, que juntava editores e criadores, chamava a atenção para a crise da indústria discográfica que, em Portugal, se desvaloriza a um ritmo catastrófico, de ano para ano, e reclamando várias medidas do poder político, para fazer face a uma situação caracterizada pelo desajustamento entre as novas possibilidades que a evolução tecnológica proporciona ao consumidor no acesso aos bens culturais, no caso concreto à música través da internet, e os instrumentos jurídicos e repressivos para a sua regulação.
Segundo facto. No princípio deste mês, surgia, em "Le Nouvel Observateur," um Apelo contra a repressão aos internautas a contas com a justiça francesa e subordinado ao título forte de "Liberez la Musique"!
Neste apelo, que continua a recolher numerosas adesões e a provocar acesos debates, exige-se o termo das perseguições absurdas e a abertura de um debate público afim de se poder " encontrar um conjunto de respostas equitativas e, sobretudo, adaptadas à nossa época".
Passemos à pergunta. Não serão sempre estes desajustamentos, entre o desenvolvimento de uma tecnologia e a resistência das estruturas sociais e jurídicas ao seu pleno desenvolvimento que, acumulando impasses e tensões, acabam por determinar rupturas revolucionárias que conduzam ao necessário ajustamento?
No século XIX, era isto mesmo que pensava Marx, por exemplo, quando escrevia. " Na produção social da sua existência os homens entram em relações determinadas(...) que correspondem a um grau determinado das forças produtivas materiais".
No século XX, Marta Harnecker afirmava: "Pouco a pouco produz-se uma não-correspondência. As relações sociais de produção começam a ser inadequadas para a expansão das forças produtivas".
No século XXI, Dominique Plihon, em " O Novo Capitalismo", abonando-se de Manuel Castells, salienta que: "A exclusão social na nova sociedade de informação não se limita à "fractura digital", isto é, à desigualdade no acesso às NTIC (novas tecnologias de informação e conhecimento), mas resulta fundamentalmente do funcionamento desta nova organização social".
Afinal, a pergunta não será tão retórica, como alguns seriam tentados a considerá-la, à primeira vista.
Primeiro Facto. Faz hoje exactamente um mês que o Diário de Notícias se fazia eco de uma chamada "Plataforma Para a Música."
Este movimento, que juntava editores e criadores, chamava a atenção para a crise da indústria discográfica que, em Portugal, se desvaloriza a um ritmo catastrófico, de ano para ano, e reclamando várias medidas do poder político, para fazer face a uma situação caracterizada pelo desajustamento entre as novas possibilidades que a evolução tecnológica proporciona ao consumidor no acesso aos bens culturais, no caso concreto à música través da internet, e os instrumentos jurídicos e repressivos para a sua regulação.
Segundo facto. No princípio deste mês, surgia, em "Le Nouvel Observateur," um Apelo contra a repressão aos internautas a contas com a justiça francesa e subordinado ao título forte de "Liberez la Musique"!
Neste apelo, que continua a recolher numerosas adesões e a provocar acesos debates, exige-se o termo das perseguições absurdas e a abertura de um debate público afim de se poder " encontrar um conjunto de respostas equitativas e, sobretudo, adaptadas à nossa época".
Passemos à pergunta. Não serão sempre estes desajustamentos, entre o desenvolvimento de uma tecnologia e a resistência das estruturas sociais e jurídicas ao seu pleno desenvolvimento que, acumulando impasses e tensões, acabam por determinar rupturas revolucionárias que conduzam ao necessário ajustamento?
No século XIX, era isto mesmo que pensava Marx, por exemplo, quando escrevia. " Na produção social da sua existência os homens entram em relações determinadas(...) que correspondem a um grau determinado das forças produtivas materiais".
No século XX, Marta Harnecker afirmava: "Pouco a pouco produz-se uma não-correspondência. As relações sociais de produção começam a ser inadequadas para a expansão das forças produtivas".
No século XXI, Dominique Plihon, em " O Novo Capitalismo", abonando-se de Manuel Castells, salienta que: "A exclusão social na nova sociedade de informação não se limita à "fractura digital", isto é, à desigualdade no acesso às NTIC (novas tecnologias de informação e conhecimento), mas resulta fundamentalmente do funcionamento desta nova organização social".
Afinal, a pergunta não será tão retórica, como alguns seriam tentados a considerá-la, à primeira vista.
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