domingo, novembro 26, 2006

Repetir as perguntas mais repetidas

Quantas vezes já não foram feitas, nos últimos dias, estas quatro perguntas ou suas equivalentes?


Vamos insistir e fazê-las mais uma vez.



  • Porque é que Cavaco Silva escolheu, precisamente, aquela data e aquele exacto momento político para, em primeira entrevista portuguesa do seu mandato, fazer passar a única mensagem que só podia agradar ao eleitorado que nele não votou e desagradar àquele que nele votou?

Pior ainda, ou não(?). De tudo o que disse, foi a única ideia que ficará na memória ( ou até na história.) Tudo o resto se sumirá no magna das inutilidades mediáticas.
Será preciso recordá-la ?
Se for, aí vai: Este governo é reformista.
E, pelo tom e o contexto em que foi dito, foi entendido como: este governo, quanto a reformismo, é mesmo modelar.




  • Segunda pergunta. Porque que é que este país tanto parece estar, todo, na rua contra Sócrates e o seu Governo , como, um dia antes ou depois, se mostra disposto, nas sondagens, a continuar a dar-lhe maioria absoluta?



  • Terceira questão.
    Porque que é que o CDS-PP, ainda mal refeito de uma coligação à direita com o PSD, e mesmo internamente dividido por causa das sequelas do desastre político dessa coligação, aproveita , com aparente sofreguidão, todas as oportunidades para se mostrar receptivo a conúbios com o PS. E quase sempre em matérias que têm claro alcance institucional, (leis de finanças locais e regionais, no caso do CDS-PP de Ribeiro e Castro) ou em documentos essenciais à governação, como foi o caso do Plano e Orçamento da Região ( caso do CDS-Açores, que parece já não ser de Alvarino Pinheiro, mas ainda não se sabe de quem será).



  • Quarta questão.
  • Depois dos partidos de classe(PCP), depois dos partidos de causas, (BE) normalmente avulsas, do ponto de vista da sociedade no seu todo, mas quase sempre fracturantes, do ponto de vista dos comportamentos individuais ( casamentos e adopções homossexuais, por exemplo), e, ainda, depois dos partidos inter-classistas do centro esquerda (PS) e do centro direita (PSD), vamos passar a ter um partido-trincheira, a que parece estar reduzido o PSD-Marques Mendes e o PSD-Costa Neves?


Por agora, fiquemo-nos pelas perguntas.



Acrescentemos apenas, serem possíveis duas perspectivas totalmente diferentes e até opostas, para as tentativas (não poderão passar disto mesmo: tentativas) de resposta.
Uma das perspectivas é a de que todos estes casos não passam de meras jogadas políticas de conjuntura, a juntar a milhentas outras de que é fértil o nosso mundo político, e sem verdadeiro alcance para o futuro. Apenas com efeitos momentâneos, e mais do mundo da imagem e da encenação do que do mundo real.
A outra perspectiva é fácil deduzir qual seja.
É exactamente esta última que nos parece a mais provável.
Para lá, vamos...indo.

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