segunda-feira, dezembro 24, 2007

Natal e contra natal

Por pouco,
Por bem pouco,
Este Natal
Não foi
O Natal sem retorno
O Natal sem regresso,
O Natal da outra viagem,
O Natal da viragem,
O Natal para
O outro nascimento.
Para a luz, de vez, sem sombras.
Para as sombras, de vez, sem luz.
Para mim
(quase)
Foi assim.


Para OVentilhador,
este Natal de 2007
vai ser uma pausa
para respirar,
até 2008
ter rosto
e se afirmar.

Quem persistir
em continuar,
em clima de natal
pela blogosfera
tem muito
por onde optar.
Pode ir longe
ou ficar por perto.
Por perto,
tem um guia:
O Álamo Esguio

sábado, dezembro 22, 2007

A carta de Ingrid (ainda) para todos nós ou (já) para nenhum de nós

Noticias políticas de Colombia - ELTIEMPO.COM

No tengo ganas de nada. Creo que eso es lo único que está bien, no tengo ganas de nada porque aquí en esta selva la única respuesta a todo es ’no’. Es mejor, entonces, no querer nada para quedar libre al menos de deseos.
Noticias políticas de Colombia - ELTIEMPO.COM



Na mesma altura em que, segundo os tradicionais hábitos de natal, as nossas crianças escrevem cartas ao Pai Natal ou, ainda mais tradicionalmente, ao próprio menino Jesus, tentando fazer-lhe prova de que tiveram a vida de boas acções que merece prémio, Ingrid Betancourt também teve de usar Uma carta para fazer prova de vida.
Mas, como já mostrava o vídeo da "prova de vida," Ingrid vive um momento doloroso de quem já parece estar de costas para a vida.
Ainda não se despediu dela, mas já não espera dela grande coisa.
Ainda não renega a vida, mas já não tem ilusões sobre ela.
Ainda não desistiu da vida, mas já se sente acabrunhada pelos violentíssimos desafios diários que a vida lhe reservou nos últimos cinco anos.
Ainda não deseja a morte, mas a vida já lhe é um somatório desesperante de actos sem sentido.
É por isso mesmo que ler esta carta, divulgá-la, relê-la e senti-la, é um acto de solidariedade para quem, tendo arriscado tudo para dar sentido à vida de um país inteiro, acaba por parecer ter perdido o sentido para a sua própria vida.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Por que não começar o Natal com Ingrid Betancourt ?

Com qual delas?
A que viveu uma vida plena, em liberdade e lutas por convicções e causas?
E que inspirou e movimentou, e continua a inspirar e movimentar, milhares de pessoas dentro e fora do seu país?
Ou a que definha e agoniza, há cinco anos, nas florestas da sua Colômbia, nas mãos de uma guerrilha sem fins nem objectivos?
Com as duas, claro.
Como a revelam estes dois vídeos que, mesmo não sendo novidade e mesmo vistos e revistos, nos deixam sempre atormentados pela desconfortável sensação de "holocausto", de todo o Holocausto, vivido por milhões de seres humanos durante a segunda guerra mundial,hoje, resumido e assumido numa só pessoa: Ingrid Betancourt.
Deixa um espaço para ela, no teu próprio Natal que aí vem.

Qualquer que ele seja, uma destas "Ingrid," ou as duas, tem de ter um lugar nele.

Um lugar para Ingrid, por favor!







quinta-feira, dezembro 20, 2007

Boa memória e má inteligência

Los chavales españoles memorizan pero piensan menos, según el Informe PISA en CADENASER.com


Los chavales españoles memorizan pero piensan menos, según el Informe PISA en CADENASER.com





Um meu antigo e já falecido professor costumava dizer que
"toda a gente se queixa de falta e falhas de memória,
mas ninguém se costuma queixar de falta ou falhas de inteligência".
Em relação aos jovens espanhóis, a queixa
sobre esta prerrogativa humana da racionalidade
aparece agora com fundamentos científicos.
Em Portugal, tudo o que sabemos é que temos
um rei de "Boa Memória".
Quanto ao povo em si,
nunca chegou a merecer
qualquer cognome especial nestes domínios,
mas costuma andar entre
a "memória curta"
e a
"esperteza saloia".

Segolene ouvida em Espanha?

E ignorada em França?


Até parece.



Mas o mais provável é que estejamos perante duas gerações de políticos,
em que o político da geração mais jovem
(Zapatero)
superou as barreiras dos papeis sociais tradiconais que,
para a outra,
(Ségolène)
significaram uma luta de toda a vida,
por enquanto, temporária
(ou definitivamente) perdida.

Le Monde.fr : Ségolène Royal « Toute ma place au premier rang »



Le Monde.fr : Ségolène Royal « Toute ma place au premier rang »







La difficulté d’être femme en politique, à ce niveau, reste-t-elle l’une des explications centrales des réticences à l’égard de votre candidature ?


Oui, c’était une révolution. Il y a eu un procès lancinant en incompétence. C’est typiquement le procès que l’on fait aux femmes. En clair, il y a en politique des sujets de filles et des sujets de garçons. Les sujets de filles sont forcément secondaires : l’éducation, l’environnement, le social, le handicap, la famille. Tout ce qui passionne les Français et qui fait l’essentiel de leur vie quotidienne, car ce sont les domaines où ils mesurent le progrès social dont ils peuvent bénéficier. Et puis vous avez les sujets de garçons : l’économie et l’international. Forcément, une fille est incompétente sur les sujets de garçons. Eh bien, je revendique le fait que ces sujets de garçons - l’économie et l’international - sont des sujets très importants, dans lesquels j’ai aussi une compétence, sans doute à améliorer, ce à quoi je m’emploie. Car l’économie et l’international sont quand même au service du progrès social, du progrès éducatif, de la lutte contre les inégalités, de la remise en avant du facteur humain. Je revendique le droit pour les femmes à avoir cette double compétence, même si - je n’en disconviens pas - sur un certain nombre de sujets, comme les retraites ou le financement de la Sécurité sociale, je n’avais pas toutes les réponses.







Zapatero promete guarderías para los niños de 0 a 3 años · ELPAÍS.com

Zapatero promete guarderías para los niños de 0 a 3 años · ELPAÍS.com







terça-feira, dezembro 18, 2007

Coelho de Sousa : 1 de Dezembro em 1961



Se ficou com alguma curiosidade, em razão de uma entrada anterior neste blogue, sobre a vivência poética da data histórica do primeiro de Dezembro de 1640, reactualizada pelo ambiente de guerra que rebentara em África, em 1961, pode ler esta e outras estrofes de Coelho de Sousa que tenho vindo a publicar no Álamo Esguio , desde o passado dia 7.

Eles são como os quarenta da manhã

que deu a Portugal tamanha glória.
E cada mãe agora é qual Vilhena mãe
Que aos filhos arma cavaleiros para a vitória.

Carta de uma jovem para todos os jovens. Como viver na nova Europa

Sobretudo,
quando nos lembramos de,
esta mesma semana,
termos assistido ao lamentável espectáculo televisivo,
de um estudante universitário português se queixar
que a associação da sua universidade
não tinha sido procurada pelo Governo
para receber ou promover iniciativas
sobre informação relativa à União Europeia
ou ao novo Tratado.
Façam como a autora da carta:
Procurem as oportunidades!
Mexam-se, porr...!
Não queiram passar,
directamente,
sem qualquer incómodo
ou o menor esforço pessoal,
de privilegiados filhos-família,
a acomodados filhos-do-pai-Estado! Gracias, Europa, gracias · ELPAÍS.com


Gracias, Europa, gracias · ELPAÍS.com


Me veo obligada a agradecer públicamente a la Unión Europea la ayuda que está prestando a mi carrera profesional, al mismo tiempo que doy a conocer las múltiples oportunidades que Europa ofrece a jóvenes profesionales que, como yo, intentan abrirse un carrera investigadora.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Costa Neves é um (Re)descobridor

Tenho de ser cauteloso ao fazê-lo, sob pena do PS e de Carlos César aparecerem logo de seguida a copiá-las”, sublinha.Diário  Insular OnLine


Diário Insular OnLine


Tenho de ser cauteloso ao fazê-lo, sob pena do PS e de Carlos César aparecerem logo de seguida a copiá-las”, sublinha.


Costa Neves é um Grande (Re)descobridor.
Costa Neves é O (Re)descobridor.

Redescobriu a política do Sigilo.

Aquela lendária política
que teria levado os portugueses,
na época dos descobrimentos,
a tomarem posse de um
"novo mundo"
sem que o
"velho mundo"
quase disso se desse conta.

É com essas portuguesíssimas
e espertíssimas cautelas
que Costa Neves pretende
bolinar
e arribar
ao Brasil,
ao Cabo das Tormentas,
ao Cabo Bojador,
ao Cabo Branco,
ao Cabo Verde,
à Foz do rio Zaire,
que são,
para ELE,
intrépido navegador da política,
(com sangue dos Corte-Reais,
num seu qualquer órgão),
as próximas eleições regionais.

Mas não pensem que
ELE,
se vai deixar cair
na ingénua esparrela de Colombo
e oferecer a um qualquer César,
ou a um outro açoriano qualquer,
de menos régio nome
mas dono de um voto
(que ELE irá,
magicamente,
empalmar)
os seus planos
de arribar à India-do-poder
navegando para Leste
ou Ocidente
de qualquer ideia
ou solução alternativa.
Nunca.
Nunca.
ELE
vai continuar,
intrépidamente,
a navegar para a Índia.
Mesmo que sózinho.
Mesmo que,
só sigilosamente,
ELE
consiga
o desembarque na Índia
dos votos açorianos.

É assim que,
ELE,
Costa Neves,
quanto maior é,
para
menor número de seguidores,
tanto menor fica
para a maioria
da gente dos Açores.
Mas, para a História,
ELE,
Costa Neves,
já tem nome ímpar
e de valor:
Costa Neves - O (Re)descobridor.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Kadhafi, o Dali Líbio ?

" Il rappelle le peintre Salvador Dali ",


" Il rappelle le peintre Salvador Dali ", Le Monde.fr : Les titres du Monde



Le Monde.fr : Les titres du Monde




Image-0488


Mais encenação, menos encenação,
a teatralidade aproxima-os.
Tudo o resto, porém, os afasta.
As diferenças nas semelhanças
são muito maiores
do que
as semelhanças nas diferenças.


Além do mais, a "loucura" do catalão
Salvador Dali,
conseguiu ser muito mais construtiva
na pintura do que a do líbio Kadhafi na política.


Image-0491


E Dali tinha uma capacidade de auto-reflexão
que todos percebemos totalmente ausente em Kadhafi.


Image-0492


terça-feira, dezembro 11, 2007

A Impressionante Fábrica de Ídolos

Só pode ser em "Fábrica de Ídolos", em série e por atacado, que se pode ter transformado, o PSD-Açores, no seu último Congresso.
Vejam só as alturas vertiginosas,
a que conseguiram elevar o seu último "D. Sebastião" para a liderança!
Tudo isto vale apenas como confissão e reconhecimento de que, com o actual líder, o "Alcácer-Quibir" do PSD-Açores, iniciado em 1996, continua
. Diário Insular OnLine



Diário Insular OnLine



como é o caso da Dra. Berta Cabral, esta impressionantemente aclamada como a melhor presidente de Câmara do País.

domingo, dezembro 09, 2007

Sócrates: Aquele ar...ou este ?

Depende
do gosto do freguês.
Ou da imagem
que se pretende "vender"
ao público português.

De Sócrates, o jornal Público preferiu
vender esta.


E, de Durão Barroso, esta:





Não muito diferente
daquela de Sócrates.

Reconheça-se.

Seguramente, com a ideia,
(ou o preconceito)
de que seriam as que
melhor
traduziam
o ar triunfal
de ambos na cimeira.

A SIC"online",
de Sócrates, preferiu esta:





Cada objectiva
vende a imagem "subjectiva"
que o fotógrafo quer.
Cada espectador captará
a perspectiva
que melhor lhe convier
ou aprouver.

Aberração jornalística

EDIÇÃO IMPRESSA


EDIÇÃO IMPRESSA


Direitos humanos
Atenção dada a Mugabe desviou as atençõespxTRANS


09.12.2007


Nada justifica que um jornal como o "Público" apresente, no dia 9 de Dezembro de 2007, segundo dia da cimeira UE-África, um título como este.

Nem que seja, numa página escondida do jornal.
Nem que seja, reproduzindo uma afirmação de um interveniente anti -Mugabe num acontecimento paralelo à cimeira.
Nem que seja, depois de apresentar várias páginas documentando e evidenciando o oposto desta afirmação.
Nada justifica que um jornal a repita em título "como se" fosse a opinião do jornal ou dos seus jornalistas.


quinta-feira, dezembro 06, 2007

Afinal, para que servem os Açores?

Diário Insular OnLine



Diário Insular OnLine



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Sim, afinal, para que servem os Açores?

Para
Expandir Portugal
(com X, como manda qualquer elementar gramática ou dicionário de português; mesmo os de origem brasileira como o "Houaiss".
ou
Para Extender o País.
(Também com X, como o DI, no título do seu principal artigo da sua vistosa revista de domingo passado, resolveu escrever, contra todos os dicionários ou gramáticas da vasta lusofonia?
E escrever em título garrafal, para mostrar a força e a certeza da sua convicção de recordista persistente em gralhas monumentais.


Claro que nada impede que o DI chame aos Açores EXTENSORES de Portugal.
Só que o extensor
estende.

Por mais que se esforce, nunca conseguirá
extender.






Chavez: A derrota que, afinal...é uma vitória! A vitória que, afinal...é uma derrota!

No meio de tudo isto, a democracia é o quê?
E o povo venezuelano serve para quê?
Meros instrumentos ao serviço de um aprendiz de feiticeiro, que se mostra disposto a tudo, para transformar a derrota em vitória, enquanto se entretém,por agora, a tentar fazer passar a vitória por derrota.



Chávez afirma que llevará su reforma constitucional de nuevo a las urnas en CADENASER.com



Chávez afirma que llevará su reforma constitucional de nuevo a las urnas en CADENASER.com
"Fue una victoria de mierda y la nuestra una derrota de coraje", ha declarado Chávez.
"Para mí fue la mejor derrota" porque la "victoria pírrica" de su propuesta "más bien hubiese sido catastrófica" y "a estas alturas este país estaría incendiado y nunca hubiera quedado claro quién ganó; las dudas hubieran apuntado con razón contra mí", ha declarado.
Chávez afirma que llevará su reforma constitucional de nuevo a las urnas en CADENASER.com



segunda-feira, dezembro 03, 2007

Chavez: Vencido, mas não convencido

Derrotado, mas não resignado.


Audio: Chávez:




Audio: Chávez: "Esa victoria pírrica no la hubiera querido" en CADENASER.com


A verdade é que a maioria dos venezuelanos, neste caso, parece ter tomado à letra a celebrada pergunta régia de Juan Carlos e referendou-a nas urnas : Por que NO te callas?


domingo, dezembro 02, 2007

O Socialismo de todas as almas e para todos os tempos históricos

O socialismo de todas as transformações.
O socialismo que se vai transformando a si próprio à medida que transforma a sociedade.
O socialismo das transformações cumulativas e da "acumulação" das transformações.
O socialismo que é outra forma de dizer e, sobretudo, de realizar, a liberdade e a democracia.
O socialismo, cuja preocupação central não é de nos tornar a todos mais iguais, plasmando um sonhado "homem novo" por uma cartilha ou vulgata ideológica qualquer, mas um socialismo, que tem, como objectivo principal, ajudar o Estado e a sociedade no seu conjunto, a criarem estruturas, que possam permitir e proporcionar a todos e cada um, pelo menos tendencialmente, condições equivalentes, que lhes permitam tornar-se diferente nas suas potencialidades ou limitações plenamente assumidas e respeitadas pelo próprio e pelos outros.


Neste socialismo, é necessário continuar a acreditar e a tentar implantar na sociedade, quer, quando ela tenha os limites estreitos de uma região ou de um país, ou quando, como agora, se tem de confrontar com os novos desafios de uma sociedade global.

É este o "socialismo de todas as almas", porque é ó unico meio de transformação de todos "os corpos" sociais de todas as sociedades.

Este socialismo só necessita de um ponto, de um único ponto de apoio, para a utilização das suas ferramentas de transformação social: a crença inabalável de que o homem não está prisioneiro das estruturas da sociedade em que vive. Pode tranformá-las, melhorá-las e colocá-las (repito o "tendencialmente") ao serviço de todos.
Só não será um socialismo sem mitos, como alguém, há muitos anos já, propôs, para título de livro e ideário de partido, porque se alicerça neste "mito".



En el congreso de 1981, el PSOE hizo suyo un programa político inspirado en el reformismo radical (o radicalismo constitucional) defendido por uno de sus principales ideólogos, el sociólogo José María Maravall. Desde principios de 1980, éste venía animando a su partido a dejar de soñar en el milenio y a deshacerse de las telarañas seudorrevolucionarias que constreñían su libertad de maniobra, proponiendo en su lugar una visión del socialismo democrático entendido como proceso de transformaciones acumulativas (&) para Maravall el socialismo debía entenderse como un proceso de acumulación de reformas centradas en la transformación democrática del Estado, la reforma igualitaria de la sociedad y la salida de la crisis económica con conquistas acumulativas que sean avances positivos hacia el socialismo democrático para lo cual era necesario articular y expresar una mayoría de progreso, una mayoría integrada por una pluralidad de capas y clases sociales. Cuando Blair, Giddens o Beck teorizan a finales de los años noventa la tercera vía están poniendo sobre el papel lo que los socialistas españoles, por una vez, habían practicado antes que sus homólogos europeos: modernizar el socialismo, la socialdemocracia, en los albores del siglo XXI.

Source: Todas las almas · ELPAÍS.com

sábado, dezembro 01, 2007

O primeiro de Dezembro em Coelho de Sousa

Aqueles que, porventura, venham a acompanhar os textos que, nesta data, estão a ser publicados no Álamo Esguio poderão confirmar que Coelho de Sousa, no programa do Rádio Clube de Angra, que realizou em 3 de Novembro de 1961, incluiu as três quadras que se seguem, antecedidas de um "mote", e que haveria de retomar, com muito mais propriedade, no programa que emitiu no próprio dia 1 de Dezembro de 1961.

Como estamos no dia 1 de Dezembro de 2007, aqui ficam, em celebração e memória do primeiro de Dezembro da heroicidade portuguesa anti-castelhana, contra a União Ibérica dos Filipes da dita Castela, os versos de Coelho de Sousa.

Dentro de dias, a partir do próximo dia 7, começará a ser editado no Álamo Esguio o texto integral do programa de rádio de Coelho de Sousa, alusivo ao primeiro de Dezembro.







(VI)





E como se o passado
fora pouco,
agora e tanta vez,
ousado e louco.
Posto em delírio,
o mal em mim refez
o quanto fora asado
em nuvem de martírio.





Outrora a heroicidade portuguesa
Cruzou dum pólo ao outro todo o mar,
Agora, são heróis de igual nobreza
Cruzando aos quatro ventos pelo ar.

Outrora foi a cruz das caravelas,
A dilatar o Império e a Fé em Deus,
Agora a mesma cruz sobe às estrelas
E em asas de aviões domina os céus!


Oh! raça lusitana, oh! gente forte,
Vencendo em mil batalhas, mil vitórias,
Por terra e mar e ar, embora a morte,
és grande e nobre. Aqui as tuas glórias !

sexta-feira, novembro 30, 2007

Duas páginas de uma cultura secular




Estas duas páginas são páginas genuínas arrancadas à nossa melhor história.
À história da cultura popular açoriana das nossas comunidades rurais.
Penso que ninguém discutirá a afirmação de que a expressão mais representativa dessa cultura pertence, de pleno direito histórico, às nossas filarmónicas.
No caso em concreto destas duas páginas, marcadas pela humidade e pela passagem do tempo em mãos nem sempre cuidadosas, trata-se de uma história de 121 anos, ontem, completados.
Trata-se da acta de uma reunião realizada em 29 de Novembro de 1886, em que um grupo de 14 sebastianenses se reúne para fundar a "União Popular", nome com que, então, resolveram baptizar a filarmónica de São Sebastião, na mesma noite e acto em que a geravam, "constituindo-se em (seus) sócios" como se diz na acta.
Essa noite de primeira reunião foi também noite de profunda união popular entre todos os presentes.
Apenas 14, mal excedendo a dezena, que costuma ser historicamente - na grande história dos grandes acontecimentos (cristianismo, maoismo, entre outros exemplos) - mas também -como se vê neste exemplo - na história dos pequenos acontecimentos que fazem a história anónima e real dos povos e comunidades, o número-mágico (ou quase) para iniciativas destinadas a durar e a perdurar.
Como continua a ser este, ainda hoje, o feliz destino da "Sociedade Filarmónica União Sebastianense", como acabou por ser designada, posteriormente.
Como se vê, a "União" ficou-lhe, no nome e na realidade, da sua já longa vida de 121 anos.
Para muitos mais ainda.
É o que se espera e deseja nesta data.
E que se registe em acta.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Por favor, ponha na lapela uma orelha verde



"Antes de decir que es una tontería hay que probar Twitter" · ELPAÍS.com




A propósito da discussão, no encontro bloguista de Sevilha, no último fim-de-semana, sobre os "nano-blogues", o chamado Twiter, ocorreu-me o texto de Teolinda Gersão da sua obra-prima "O SILÊNCIO", recentemente reeditado, em que se procura mostrar que o problema do nosso tempo não é a invenção ou reinvenção de novas formas de comunicar, mas encontrar pessoas que estejam preparadas para escutar.
O texto é dos anos oitenta e tem como símbolo da "caixa de vidro mental" a televisão.
A circunstância de, entretanto, a internet ser outra "caixa de vidro mental mundializada" deu ainda mais actualidade e premência ao tema de um mundo que se, então, tinha começado "a enlouquecer", hoje, pode (deve) estar/está completamente "louco".



teolinda silêncio (capa)1


"É um mundo que começou a enlouquecer, disse de repente.
Um mundo eficiente, de
silêncio total, em que ninguém mais fala com ninguém.
As pessoas estão sentadas, ombro contra ombro, à espera, mas o objectivo da espera é sempre falso, o autocarro, o comboio, o avião, porque todos os lugares são iguais e nada é diferente em parte alguma.
E enquanto se espera o silêncio cresce, vai ficando sempre mais denso e mais pesado, e algumas pessoas começam a ficar inquietas, porque de repente percebem que estão bloqueadas, dentro de caixas de vidro, o universo é um conjunto gigantesco de sucessivas caixas de vidro, e elas apenas transitam, ou são transportadas, de umas para as outras, casas, escritórios, autocarros, hospitais, aeroportos, aviões, transatlânticos, é inútil percorrer milhões de quilómetros porque o mundo fica sempre cada vez mais longe, é como se flutuassem, imponderáveis, num espaço vazio, os
seus pés não assentam mais sobre a terra, correm seis dias sobre escadas rolantes e tapetes rolantes e no sétimo dia ficam parados sobre uma alcatifa, e o mundo que não tocam mais vem até elas apenas em imagens, dentro da televisão-caixa-de-vidro.
Então algumas pessoas são tomadas de pânico e começam a falar, porque acham necessário modificar este estado de coisas, mas descobrem que não é possível falar porque as pessoas do lado as olham com estranheza, a tal ponto se habituaram a viver dentro de caixas bem isoladas que.qualquer som espontâneo as incomoda, transportam em volta da cabeça uma caixa de vidro mental que se fecha por si mesma à menor suspeita de desordem,


e então alguém propõe que quem estiver disposto a escutar os outros ponha na lapela uma pequena orelha verde".

segunda-feira, novembro 26, 2007

Piores, que os piores funcionários públicos portugueses! Quem diria?!!

Los estadounidenses gastarán 700 millones de dólares en el


Un 54 por ciento comprará desde trabajo lo que repercutirá en la producción de EEUU


Según otros estudios, un 54,5 por ciento de los empleados estadounidenses con conexión a Internet -un 5 por ciento más que el año pasado- proyectan hacer hoy compras en la Red desde su puesto de trabajo, lo que repercutirá en la productividad de la economía de EEUU.
En total, las pérdidas por empleados distraídos con la caza de ofertas podrían ascender a 488 millones de dólares, aseguran los expertos de Challenger, Gray & Christmas.
Los estadounidenses gastarán 700 millones de dólares en el "Cyber Monday" en CADENASER.com



domingo, novembro 25, 2007

Parece evidente que Saramago já vive num "outro" 25 de Novembro. Um 25 de Novembro, em que, mesmo quem não é rei, se sente coroado, como se

rei fora.

Atenção! Muita atenção! O rei não vai nu. Mas a coroa vai sem rei!



Saramago: "Si yo fuera rey, la coronación sería esta exposición"

El Premio Nobel de Literatura, José Saramago, acudió en Lanzarote a la inauguración de la sala que lleva su nombre en la Fundación César Manrique

EFE 25-11-2007

Source: Saramago: "Si yo fuera rey, la coronación sería esta exposición" en CADENASER.com

25 de Novembro, a data que ninguém quer

DN Online: <i25 de Novembro, a data que ninguém quer" hspace=8 src="C:’DOCUME~1’UTILIZ~1’DEFINI~1’Temp’~p2b’dn_sapo_pt_2005_11_23_opiniao_25_novembro_a_data_ninguem_quer_html.jpg" width=221 align=left border=0>



O que quero sublinhar é que, por via dos interesses das superpotências e da relação de forças na sociedade e na instituição militar portuguesas, em 1975, o País evitou uma guerra civil e repôs os ideais de Abril. Parece, assim, de todo estranho e injusto que, hoje, quando se contam 30 anos sobre a vitória das forças democráticas no 25 de Novembro, a data seja tratada como se fosse maldita, todos a evitando em nome de cumplicidades posteriores, de interesses partidários ou eventos eleitorais de calendário. Tenho ainda a esperança de que o Presidente Sampaio, tão preocupado em deixar uma marca da sua presidência, preste à data e ao seu significado a merecida homenagem. Isto é, fale da história da democracia.
josé manuel barroso
DN Online: 25 de Novembro, a data que ninguém quer.


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Este título, válido há dois anos, quando se perfaziam 30 anos sobre o 25 de Novembro, continua, se possível, ainda mais válido, dois anos depois.
E Sampaio, como Presidente da República de então, também nunca chegou a fazer a reclamada homenagem à data.
Talvez algo de semelhante se consiga daqui por três anos, quando os 35 anos sobre os acontecimentos obrigarem a lembrá-los de novo.
Por mim, desejo apenas aproveitar a oportunidade para recordar uma figura da nossa história democrática recente e que teve um papel decisivo no 25 de Novembro de 1975.
E que, de forma nenhuma, enjeitava a data. Muito ao contrário. Sempre se reclamou da sua assunção e clarificação integral.
Refiro-me ao Coronel Melo Antunes que, nesta, como noutras datas históricas posteriores ao 25 de Abril, interveio na campo da acção concreta e, igualmente, no aspecto teórico, para encaminhar e esclarecer os acontecimentos no seu pleno e total significado.
Dois extractos apenas do muito que, sobre o tema, diz na Entrevista a M.M.Cruzeiro, publicada no "Círculo de Leitores" com o título "Melo Antunes, O sonhador pragmático":






" O que se passou no 25 de Novembro foram várias coisas, por isso se fala em mais do que um 25 de Novembro, entre elas a tentativa de o transformar numa "pinochetada" como eu costumo dizer.
Isto é claríssimo e fez, obviamente, com que nos tivéssemos de bater, pelo menos, em duas frentes: aquela para a qual nos tinhamos preparado e outra, a da direita militar.
Mas a "pinochetada" foi evitada pela firmeza com que defendemos as nossas posições, disso não tenho quaisquer dúvidas (...)."






"O Eanes já assumira compromissos fortes...para que as operações militares terminassem e penso que já tinha feito aquela intervenção na televisão no sentido de desencorajar qualquer possibilidade de "caça às bruxas," qualquer hipótese de o movimento resvalar para aquilo que a direita militar queria... Se (o) conseguissem..., no plano civil, seria a decapitação das forças que eles consideravam, obviamente, desde sempre, como as principais responsáveis pela situação que o país vivia.
Mas essa não era a questão, nós também as considerávamos culpadas, a questão é que, para eles, este era o momento de acabar com o projecto global de se instituir uma democracia política. Ao fim e ao cabo, tratava-se da recuperação do antigo regime por outros meios, nada mais."

sábado, novembro 24, 2007

A Sevilla - A "bloguevila" europeia deste fim-de-semana




Continua válido o convite para passar este fim-de-semana em Sevilha, na bloguice pegada.
Um dos caminhos para lá chegar sem sair de casa pode ser
este.

Mas há mais caminhos.
Procura-os.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Os Açores para Salazar: Dinheiro deitado ao mar.




É verdade.
É isto mesmo que Filomena Marona Beja nos diz que Salazar pensava ( e dizia) dos investimentos realizados nos Açores.
Reproduzo o episódio, na íntegra:

"Sim, eram precisos dispensários.
Bairros econó­micos.
Completar a rede de estradas do Continente.
Começar as dos Açores.

O
Outro atento.
O frenesim do seu Ministro parecia-lhe, era, uma imprudência.
Sabia, contudo, que precisaria de espalhar pelo País alguns sinais de Esperança.
Aprovara, na semana anterior, os Planos Rodoviários de Angra do Heroísmo
e Ponta Delgada.

«Sessenta e quatro mil contos atirados ao mar largo.
O que se há-de fazer?»


E já Duarte:
«Boa altura para Raul de Mesquita Lima
embarcar para a Horta.»
Prosseguir o trabalho das Ilhas."


Nota: O OUTRO, que nunca aparece, na obra, identificado pelo nome próprio e, muito menos , por Salazar, é mesmo o dito cujo.
Duarte é Duarte Pacheco, o célebre Ministro das Obras Públicas de Salazar, nos anos trinta e quarenta do século passado.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Todos a Sevilla. A los Toros? No. A las bitácoras (blogues, em (bom) castelhano)

Los ’bloggers’ tomarán Sevilla en CADENASER.com


Los ’bloggers’ tomarán Sevilla



Se espera que más de 800 personas se reúnan este fin de semana
ROSA JIMÉNEZ CANO 22-11-2007
La segunda edición de Eventoblog tiene lugar este fin de semana en la capital hispalense.
Si la primera resultó un éxito, en esta durante más de seis meses, la organización ha estado cuidado las mesas y escuchando las críticas de la blogosfera para mejorar todo lo posible el programa y el desarrollo.
Los ’bloggers’ tomarán Sevilla en CADENASER.com



quarta-feira, novembro 21, 2007

Na hora do grande cartaz nacional do futebol, a cara da nossa RTP sempre parece, hoje, menos sobrecarregadamente futeboleira do que ontem.
Salve-se a aparência.
Já que, sobre o conteúdo, não há ilusões razoáveis a alimentar.
Entre o pontapé de saída e o apito final do árbitro, só nos resta esperar que, em matéria de futebol, nós, portugueses, é que sejamos o verdadeiro "Nokia".


velhas lutas, agora, a brincar

Os acasos da leitura de um jornal online levaram-me à descoberta, hoje, do google fight.
Aproveitei a novidade, pelo menos para mim, para reeditar velhas lutas regionais nesta curiosa e inocente brincadeira Google.
Aí ficam os "placardes" com alguns resultados:












Este último resultado, é, no mínimo, surpreendente. E até assustador, para alguns benfiquistas, como eu.
Afinal, o "google" é mesmo "lagarto".

terça-feira, novembro 20, 2007

Futebol a mais para uma página só...


É este, no momento em que escrevo, o aspecto da página da programação da RTP, para hoje.
Fora do futebol, fica apenas o programa "Sociedade Civil".
Mas dentro, fica ainda o "Trio D'Ataque".
Mesmo para mim, que só vim a esta página para saber a hora da transmissão do "Portugal-Inglaterra", acho que é futebol a mais para uma página só.


Teclas e temas


teclas e temas

Poucas teclas e muitos temas.

Duas teclas e milhares de opções.

Não é pelo número de teclas que se medem...os computadores.

Cada um é que sabe as teclas ... com que se cose.

A cada tecla a... sua excitação.

Há duas linguagens universais.
Uma é a musica.
A outra... A outra... esquece-me, agora , o nome!

Se a música é a respiração da alma (Liszt),
a "porn" será a transpiração do corpo?
Dos corpos?
Dos porcos?

Etc... Etc...Etc...
Mais nota menos nota,
Mais corpo menos corpo.

segunda-feira, novembro 19, 2007

José Saramago, o homem duplicado e em duplicado

Só nestes últimos dias é que me apercebi até onde Saramago leva a sua singular condição de "Homem Duplicado".
Não apenas por ter escrito o "Homem duplicado".
Não apenas por viver em duplicado.
Entre uma Espanha, que o adora, o venera, lhe tributa todas as homenagens e honrarias.E ele lhe corresponde de acordo com o clássico "ubi bene, ibi pátria".
E um Portugal, que o aceita e dele se orgulha como único "nobelizado" da sua literatura, mas lhe discute o passado e o presente, e de quem ele também discute não só passado e o presente, mas também o futuro como país independente.
De um Portugal, de que, no fundo, ele só respeita, porventura, muitos camaradas e poucos compatriotas, e mais por afinidades ideológicas do que por comuns sentimentos patrióticos, e até, mais do que amar-lhe a língua, dela se serve (e bem) como instrumento dócil às suas experimentações de escritor.
Mas, repito, não se trata de uma opção, como eu pensava.
É mesmo uma condição.
Uma condição que o marca, premonitoriamente, desde o nascimento.

"No Domingo, José Saramago será homenageado em Lisboa, já que, conforme recordou Juan Echanove, o escritor celebra o seu aniversário duas vezes: a 16, porque é efectivamente o dia em que nasceu, e a 19, porque foi este o dia em que o pai registou o seu nascimento".

O Saramago de 16 de Novembro é o Espanhol, o primeiro, o genuíno;
O Saramago de 19 de Novembro é o Potuguês, o duplicado, em segundo lugar e para efeitos oficiais, inclusivamente fiscais.

Observação final: Só não percebo muito bem como é que Saramago, pondo em dúvida as condições de Portugal para manter, no futuro, a sua situação de país independente, o admite para o País Basco.
A não ser que,para Saramago, prever o futuro seja sinónimo de desmentir o passado, todo o passado histórico de Portugal e do País Basco.


domingo, novembro 18, 2007

A 46 anos de distância

Foi com viva emoção que, ontem, 17-XI-2007, registei a coincidência de me encontrar a utilizar um texto de Coelho de Sousa para publicação no blogue Álamo Esguio, que venho mantendo, há cerca de três anos, e dedicado à sua memória e à publicação de textos da sua obra, uns já conhecidos, outros parcial ou totalmente inéditos, e me deparei com esta página, onde apenas constava uma data: 17-XI-961.
O mesmo dia, 46 anos passados!
Uma página inteira só para uma data!
No meio de um caderno de originais, em que as datas ou são esquecidas ou remetidas para um esconso canto da página!

É claro que há uma justificação banal e funcional para o facto.
Indicar que o poema da página seguinte devia ser incluído, a quando da sua utilização na rádio, no programa daquele dia 17 -XI-961, e não no programa de 3-XI-961, onde ele aparece escrito no caderno de originais.
Mas, ao reparar na coincidência de datas, achei que devia assinalá-la.
Mesmo continuando a considerar o facto uma mera coincidência
Sei que será algo de nulo significado para quem leia este "post", mas teve e tem para quem o escreve.
E os blogues servem, antes de mais,para isso mesmo.
Para registar,para os outros, aquilo que tem significado, em primeira mão, para quem o escreve.



Mas, para não me quedar apenas por este interesse meramente circunstancial e pessoal, de uma coincidência de datas, a 46 anos de distância, acrescento-lhe a transcrição de um dos poemas que Coelho de Sousa recitou naquele programa de 17-XI- 961 (As queixas dele..., noÁlamo Esguio




E tanto hei pregado e tanto ensinado
Tal qual semeador que lança à terra o grão...
Mas hei-de confessar que muito grão semeado
Tombou infelizmente em miserável chão.

Rochedos e espinhos trazem-no apagado
Como a virtude pura ao meio da paixão...
E as aves do céu que sobre ele tem baixado
Hão-de comer o mais que pouco deixarão.

E no entanto eu vim para que fosse geira
de messe loura e rica a terra toda inteira,
em que a semente-verbo fosse o vivo pão

Que alimentasse a vida, a alma, o coração,
A força no combate, e mais, sua vitória,
A eternidade, após a vida transitória.
dentro de dias) e que é um dos muitos possíveis resumos da sua vida de pastor e poeta, semeador da semente de ideias e palavras.

sábado, novembro 17, 2007

Afinal, Três MM (emes) não são "emes" (MM) a Mais.

Associação dos Maridos Mandados pela Mulher faz sucesso em MT
Entidade foi criada por amigos cansados de enfrentar cara feia após 'escapadas'. Em Diamantino, idéia teve apoio de programa de rádio.

Source: G1 > Brasil - NOTÍCIAS - Associação dos Maridos Mandados pela Mulher faz sucesso em MT

Brasileiro acha que sim.
Brasileiro acha que três "emes" não são demais.
E acrescenta mais um: O M de Mandamento.
De forma que, a associação de Diamantino tem, na verdade, 4 (quatro) "emes".
Associação dos Mandamentos dos Maridos Mandados pela Mulher.
Sim , porque os Mandamentos, escritos pelo homem (Com h, claro) e conferidos pela Mulher (com M, claro, Maiscúlo, claro)) para serem cumpridos pelo homem ( com h, claro) não são uma Minudência qualquer .
Outro M?
Não.
Ou melhor, sim.
Mas o outro M a acrescentar ainda, tem a ver com a importância dos Mandamentos.
É que, sem eles, esta nova situação de Maridos Mandados podia ser a simples substituição da tirania antiga do sexo forte, pela tirania nova do sexo fraco.
O que dá a garantia ao sexo forte, agora Mandado, de que não é assim, são exactamente os Mandamentos.
Por isto, é que eu acho, eu, que não sou brasileiro nem diamantino, nem mandante nem mandatário, mas acho que o nome da associação devia ter mais um M, o de Moderna.
Ficando, assim completa, no seu nome de:
Associação Moderna dos Mandamentos dos Maridos Mandados pela Mulher!
Mas, como a tendência destas associações, nos tempos que correm, é para crescerem e melhorarem, à cautela, convinha juntar-lhe mais dois MM, o de Maior e o de Melhor.
Resultado final.
Teriamos, então:
A Maior e Melhor Associação Moderna dos Mandamentos dos Maridos Mandados pelas Mulher.

Pensando bem, acabei por achar ainda algumas falhas na designação da singular associação.
É que a associação, tendo como perspectiva, a curto prazo, um destino universal, vai passar de associação a Multidão.
E pensando mais uma vez ainda, concluí que a função dos mandamentos deve ser reforçada, como instrumental que é, através de palavra própria. Mediante, por exemplo.
Teríamos, então, finalmente, e em definitivo:
A Maior e Melhor Multidão Moderna dos Maridos Mandados pela Mulher Mediante Mandamentos.
Resta-me acrescentar a primeira regra desta "Multidão": "Primeiro, os Mandamentos".
Em substituição do tradicional, "Primeiro, a mulher".

sexta-feira, novembro 16, 2007

O "lulismo" generalizado, a nova ameaça às democracias actuais ?

Y Lula se ‘comió’ a la oposición · ELPAÍS.com



Y Lula se ‘comió’ a la oposición · ELPAÍS.com



La oposición podría presentar como alternativa, dicen los
politólogos, una democracia parlamentaria, sin resquicios para
los golpes de efecto populistas, con instituciones sólidas, con
partidos fieles a sus ideologías, con poderes independientes y
bien definidos, y con una lucha sin cuartel a la corrupción y a
la violencia. Y alertan de que un país sin oposición
puede a largo plazo crear mayores riesgos que una dictadura, ya que se
desvanecen los estímulos para luchar para cambiar la
situación.



A verdade é que, a situação de oposições que não se conseguem firmar como alternativa, parece tender a generalizar-se, pelo menos, nos nossos universos políticos mais próximos.
Para já não falarmos no caso extremo da Madeira que, penso, estar mais perto do modelo venezuelano de Hugo Chavez, do que do modelo brasileiro de Lula, podemos identificar várias situações de deliquescência e anomia, aparentemente irreversível, de oposições, sem perspectivas imediatas de regresso ao poder.
En França, o sarkosismo nascente, mas que parece a caminho de romper com os equilíbrios do semi-presidencialismo do gaulismo da V República, para se impor como hegemónico durante vários anos e mandatos.
De qualquer forma, a oposição de esquerda parece tardar em reencontrar-se e a de direita está em risco de se desagregar por completo em guerras de sucessão e na reconquista de espaço político.
Em Inglaterra, o blairismo vitorioso está a ponto, até, de conseguir resolver o problema mais difícil nestas situações, que é o da sucessão. E que parece não estar resolvido, apenas por alguns erros, mais de estratégia mediática do que de estratégia política, de Gordon Brown.
Na península ibérica, em Espanha, tudo parece jogar a favor de Zapatero e do seu "zapaterismo" que vai conseguindo, em simultâneo, manter a unidade mínima interna partidária para governar e superar os obstáculos dos nacionalismos e federalismos regionais mais exacerbados da "Espanha Invertebrada".
Em Portugal, o resultado do último Congresso do PSD, oferecendo a Sócrates, na mesma bandeja, a cabeça de Santana Lopes e de Luís Filipe Meneses, não podia ser mais propício a um reinado prolongado do "socratismo".
Na Alemanha, as "grandes coligações", com os dois maiores partidos desempenhando, ao mesmo tempo, as funções de poder e oposição, também parecem ter encontrado o "abre-te sésamo" para uma prolongada permanência no poder, não apenas sem alternativa, mas também sem alternância previsível.
E nos Açores?
Valerá sequer a pena fazer a pergunta e colocar a questão?
Ainda, ontem à noite, num programa da RTP-Açores, depois de os técnicos de "clínica geral política" se esmifrarem em receitas sobre o que o novo-velhíssimo líder do PSD, Costa Neves, devia e tinha de fazer, para conseguir arrastar a sua cruz até ao calvário das eleições de 2008, um deles punha o dedo na ferida.
Acabava por dizer, embora por outras palavras, que o povo dos Açores e a sociedade açoriana ainda não queriam mudar.
E é isto mesmo que falta.
Ou parece que virá a faltar em 2008, como já faltou em 2000 e 2004.
Apesar de o PSD, em ambos os casos, se ter auto convencido e auto intoxicado com uma pretensa hora de "mudança de ciclo".
Aspiração de mudança que estava, manifestamente, presente, em 1996, quando Mota Amaral, por isto mesmo, fugiu ao confronto eleitoral.
Além disso, no caso dos Açores, e de 1996, no passado, e 2008, no futuro, constata-se também outra coincidência que, em 1996, teve importância decisiva no sentido da mudança, e que, em 2008, a pode vir a ter no sentido da continuidade.
A força política no poder em Lisboa e a sua imagem na altura das eleições regionais.
À distância, o que se pode antecipar é que, por pior que seja, não deverá ser favorável ao anémico PSD-Açores e ao seu inflado líder, doentiamente inflado, pela idade política e pelo vazio (absoluto) de ideias.