quinta-feira, março 15, 2007

Atirem-se ao Lobo (Antunes)

Aproveitem a desculpa do prémio Camões,
e atirem-se à leitura de Lobo Antunes.
E se têm dúvidas por onde começar,
se sentem alguma alergia aos romances de mais 300/400 páginas,
comecem pelas crónicas.
Atirem-se a elas como lobos.
Verão que lhes ganham o gosto e o vício.
Tenho a certeza que chegarão a lamentar que sejam apenas três volumes.
Géneros menores?
De género menor, somos todos nós,
que para aí gatafunhamos em blogues,
jornais e quejandos.
É a hora do Lobo.
A ele!
Todos a ele!



Livro de Crónicas, 1995
Segundo Livro de Crónicas, 2002
Terceiro Livro de Crónicas, 2006

Na concisão das crónicas há uma concentração de elementos narrativos e uma definição de personagens que acho inexcedível. As crónicas são experiências de processos narrativos e de personagens que depois vamos encontrar com outro tratamento nos livros. São uma espécie de laboratório. A crónica não é, de todo, um género menor. É um género muito difícil para quem o pratica. O texto curto é tão difícil quanto o romance de 400 páginas. São técnicas complementares, não se excluem de maneira nenhuma. A crónica é outra coisa, mas menor nunca.


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