Vou continuar a aproveitar o pretexto do prémio ao Lobo. Aproveitar, para trazer aqui alguns exemplos, escolhidos mais ou menos ao acaso, dos uivos passados à escrita, deste grande, senão único, exemplar, de verdadeiro lobo ibérico, que é o escritor Lobo Antunes. Por hoje, que seja este:
"(...)- Não tenho fome, traga-me um café mas não era só a ementa que eu sabia de cor, era a cara das pessoas, os gestos, a forma como depenicavam azeitonas, como dobravam as costas, o velho calvo, sempre de azul, embevecido com uma rapariguinha novíssima, as quatro funcionárias modestas, conspirativas, cheias de soslaios, sempre a cochicharem, o homem solitário que lia magazines económicos a acender um charuto, e a mulher, de esferográfica no ecrã - Para Colónia, às quinze e trinta, com escala em Barcelona, serve? (...)" A Morte de Carlos Gardel, (António Lobo Antunes, p. 218) :)
1 comentário:
"(...)- Não tenho fome, traga-me um café
mas não era só a ementa que eu sabia de cor, era a cara das pessoas, os gestos, a forma como depenicavam azeitonas, como dobravam as costas, o velho calvo, sempre de azul, embevecido com uma rapariguinha novíssima, as quatro funcionárias modestas, conspirativas, cheias de soslaios, sempre a cochicharem, o homem solitário que lia magazines económicos a acender um charuto, e a mulher, de esferográfica no ecrã
- Para Colónia, às quinze e trinta, com escala em Barcelona, serve? (...)"
A Morte de Carlos Gardel, (António Lobo Antunes, p. 218)
:)
Enviar um comentário