quinta-feira, janeiro 05, 2006

# 2 As histórias Fabulosas de...



Antonio Alçada Baptista


Mas, afinal, o que é o Brasil?


É tão fácil de ver e tão difícil de dizer.


O Brasil é aquele homem loiro que uma noite, há treze anos, dançava numa boite de São Paulo com uma negra e para quem o meu amigo Diaulas Readel me chamou a atenção:


-Estás vendo aquele alemão, além, dançando com a mulata?


- Estou, e daí?


É capaz de estar aqui há três meses e há quatro ainda era nazi.


O Brasil é isso.


Desta vez, Fernando Claro deu-me mais um precioso elemento para a explicação deste meu caso com o Brasil.


Isto porque eu lhe perguntei qual a razão por que não havia lá touradas já que, em toda a
a América Espanhola, a tourada suscitava interesse e aficion.


-A Coisa tentou-se mas o negócio não deu, não.


Em 1950, quando Mendes de Morais foi prefeito do Rio mandou construir uma praça de touros ao lado do Maracanã.


Para promover melhor as corridas, deixou que a entrada fosse gratuita.


Aquilo ficou cheio mas teve que acabar.


Pois não é que o povo torcia pelo touro?! Era. Aplaudia o touro e
assobiava o toureiro. Aí os toureiros se desmoralizavam muito e a
coisa não deu, não.
Pois não é que o povo torcia pelo touro?! Era. Aplaudia o touro e assobiava o toureiro. Aí os toureiros se desmoralizavam muito e a coisa não deu, não.


Moral: Creio que o Brasil corresponde àquela parte de mim que torce
pelo toiro,



que homenageia a sua fúria solitária,


a sua coragem desacompanhada,




  • contra o jogo,


  • as astúcias


  • e as vantagens dos homens.

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