sexta-feira, outubro 06, 2006

Em Portugal, qual é a"pequena diferença"?

 Entre aquilo a que, pomposamente, se chama jornais e jornalismo de referência e o sensacionalismo "tablóide"?
Uma das pequenas diferenças está em que o primeiro tipo de jornalismo "recorre (deve recorrer sempre) aos indispensáveis mecanismos de objectividade: pluralidade das fontes, investigação cuidada,  preocupação de ouvir sempre o "outro lado" em pé de igualdade, com franqueza e lealdade", tal como consta de conhecido "Livro de Estilo" de um outro OCS de referência.

Esta é a teoria.
E, por regra, parece  não passar de teoria, no jornalismo português.
Uma prova, de facto, imediata, é o desmentido solene que tanto Portas como Marcelo fizeram da parangona principal do Expresso da semana passada sobre "concertações" e "pactos", em relação ao aborto, em que aparecia "orquestrada" toda a direita pensante, bem pensante e actuante.
A outra prova mais geral, é muito daquilo que se  ouviu, na reflexão da classe jornalística, sobre a "morte" do "Independente".
No programa do "Clube dos jornalistas" alguém dizia que as práticas de jornalismo agressivo e sensacionalista que caracterizaram os anos de glória do "Independente", nada tinham de exclusivo daquele jornal.
Eram ( e são) moeda corrente em todas as redacções dos outros jornais portugueses.
Não é sem alguma razão que se pode dizer que esta foi uma das práticas que, a prazo, acabou por ser suicidária para o "Independente" e está encaminhando muitos jornais portugueses para o destino de uma morte, lenta, mas inexorável.

Portas e Marcelo lançam ‘pacto’ para o aborto

Zita Seabra organiza, Portas e Marcelo orquestram. Direita quer arquivar processos contra mulheres

Deputados do PSD e do PP vão concertar posições para dar um sinal de ‘boa vontade’ na questão do aborto. No dia em que o referendo for discutido no Parlamento, propõem o arquivamento de todos os processos contra mulheres que abortaram. A ideia - que visa retirar um dos principais argumentos aos defensores do ‘sim’ - partiu, entre outros, de Paulo Portas e Marcelo, mas é Zita Seabra (deputada do PSD, e primeira deputada a defender o aborto na Assembleia, quando era do PCP) a organizadora de um projecto-lei que visa ter, já na quarta-feira, assinaturas de deputados das bancadas da direita e ‘‘talvez de deputadas da bancada do PS’’. »

Source: EXPRESSO

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