Le général de Gaulle n’avait sans doute pas imaginé, en 1962, quand il fit adopter la réforme de l’élection présidentielle, une telle dérive du suffrage universel. En 1965, pour le premier scrutin, seuls six candidats étaient sur les rangs. En 2002, seize prétendants à l’Elysée s’étaient présentés. Pour 2007, et alors que les principaux partis n’ont pas encore désigné leur champion, trente-quatre candidats sont, à ce jour, officiellement déclarés ! Certes, tous n’auront pas les 500 parrainages requis pour aller jusqu’au bout, mais cette explosion de candidatures n’est pas de bon augure. La flambée de vocations présidentielles est particulièrement forte à gauche.(...)
Mais tout se passe à gauche comme si aucune leçon n’avait été tirée du séisme du 21 avril 2002, quand Lionel Jospin, confronté à sept concurrents de gauche et d’extrême gauche, qui avaient totalisé 26,71 % des suffrages, avait été éliminé dès le premier tour. Le but de l’élection présidentielle est d’élire un(e) président(e) de la République, et non de présenter une photographie de toutes les composantes et sous-composantes du paysage politique. Un tel émiettement peut être d’autant plus préjudiciable à la démocratie que, pendant ce temps, sans même avoir besoin de s’exprimer, Jean-Marie Le Pen continue de gagner du terrain. © Le Monde
Journal Electronique
Tem de se considerar deveras estranha esta, por assim dizer, doença infantil da esquerda europeia,de aproveitar todas as oportunidades do calendário eleitoral, para medir forças entre as suas diversas divisões e tendências.
Em Portugal, também tem sido esta a regra, em eleições presidenciais.
Recordem-se apenas dois casos, com resultados finais opostos.
As eleições presidenciais de 85.
Com a divisão da esquerda portuguesa, passando também por dentro do Partido Socialista com as candidaturas de Salgado Zenha e Mário Soares, mas alargando-se para além dele, com Maria de Lurdes Pintassilgo e o inevitável candidato do PC, cujo nome nunca fica sequer para o rodapé da nota histórica do acontecimento.
A inércia histórica, de então, vivendo ainda da memória recente dos anos de Abril, permitiu à esquerda a tábua de salvação da 2ª volta.
Nas últimas eleições presidenciais, 20 anos depois, já não houve tábua de salvação possível, para a esquerda perdida no labirinto das suas pequenas querelas.
Com responsabilidade agravada para o PS, com o seu eleitorado salamizado entre um candidato fora de prazo de validade histórica, Mário Soares, e outro candidato, Manuel Alegre, que apenas federava o eleitorado dos eternos descontentes e insatisfeitos com qualquer política que vá para além da simples retórica proclamatória dos grandes princípios.
O resultado final é conhecido.
A curiosidade é que, em França, se está correndo o risco de repetir Portugal.
Para mal da esquerda francesa e da própria França, que bem parece necessitar de um forte abanão histórico para sair dos seus crónicos impassses sociais e políticos recentes.
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