Parece incontestável que assim é.
Pelo menos, no que respeita a assumir responsabilidades por acontecimentos ocorridos, no âmbito das competências e responsabilidades de entidades públicas.
Na Suécia, os ministros demitem-se por pequenas infracções cometidas na sua vida particular.
Não pagar os descontos de uma empregada doméstica para a segurança social ou a taxa de televisão.
Em Portugal, caem pontes.
Morrem pessoas.
Demite-se o Ministro com a pasta das obras públicas, mas mais nada acontece.
Ou melhor dito. Acontece o mesmo de sempre.
A comunicação social faz um grande escarcéu. Mas também, sem conseguir, nunca, carrear quaisquer elementos úteis para o esclarecimento dos factos.
Os representantes das vítimas fazem um grande alarido clamando por vingança.
Exactamente no mesmo estilo daqueles que se postam, estrategicamente, à porta dos tribunais, apenas para dar vazão aos impulsos mais primários de gritar aos arguidos ou simples suspeitos aquilo que, aos domingos, gritam contra os árbitros de futebol, os treinadores que perdem jogos e os jogadores que falham penalties e, nos dias úteis, sussurram contra os patrões, que os empregam ou vociferam contra os políticos em que, eles próprios, votaram.
O Ministério Público é um saco roto que nem consegue guardar os segredos de justiça a que é obrigado, nem construir processos que resistam às exigências das provas em tribunais.
Os tribunais cometem erros processuais de palmatória, até em simples notificações que anulam, em segunda instância, aquilo que, muito, muito lentamente, foi conseguindo fazer prova em primeira instância.
Os sindicatos dos Magistrados barafustam a sua indignação contra o ministro, que os liberta da dura obrigação de gozarem dois meses seguidos de férias, mais as intermitências do Natal e da Páscoa, para "adiantar" o trabalho que deixam atrasar nos outros 9/10 meses de trabalho(s).
Entretanto, o país, farto de pactuar com tanta (s) injustiça(s), vê os, assim chamados, partidos de governo ( com o despeito do terceiro partido, que se diz do "arco governativo"- não seria antes do "arquinho e balão governativo"?-), com a benção de Belém, a tecer um pacto para a Justiça!
Teçam, teçam, mas que a justiça deixe de ser, em Portugal,uma manta de retalhos mal cerzida!
Em modelo sueco!
Em modelo celeste!
Ou sem modelo nenhum!
Mas que venha, para matar a fome e sede de justiça deste bem-aventurado(!) país.
El modelo sueco tiene también estas cosas. A los servidores públicos se les exige total transparencia. Y si se descubre una pequeña irregularidad, aunque sea en cuestiones tan triviales como la seguridad social de una empleada doméstica o el pago de la cuota de televisión, dimiten con la misma rapidez con que fueron nombrados. El modelo sueco no ha arraigado en el Mediterráneo. Ni en Catalunya ni en España ni en Italia. Francia tampoco se libra. No me imagino la dimisión de un ministro por estas menudencias. Tiene que producirse un gran escándalo para que alguien considere la posibilidad de dimitir. No quiero pensar qué sería de nuestros ayuntamientos, de la mayoría de autonomías o de los gobiernos de Madrid si el modelo sueco se aplicara en España. Con la gran cantidad de grúas que cubren los cielos peninsulares, con los planes de urbanismo que conceden licencias para edificar, para talar bosques, para construir campos de golf, para destrozar el medio ambiente, me temo que nos quedaríamos sin gobernantes.
La Vanguardia - La Libreta - El modelo sueco no se exporta
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