quarta-feira, janeiro 31, 2007

Como querem que eu me sinta?

Se não estou incluído nos 80 milhões, por exceder o limite dos 44 anos?


Não sou chinês, a não ser por contraposição a uns "jap’neses", que também não são do Japão?


E, se calhar, ainda me sobra menos tempo que aos responsáveis dos meios de comunicação tradicionais,
para estar à altura dos desafios que nos são colocados a todos, pelo "novo mundo" da internet?


Sim, como querem que eu me sinta?

Como é que uma simples notícia, nos pode "envelhecer" e atirar para o mundo sem esperança dos excluídos, tão súbita e definitivamente?

Que este dia morra e pereça!


Revolution Web Site



Blogging craze soars for 80 million writers January 25, 2007


Blogs are set to become mainstream media with more than 80 million people aged 16 to 44 writing one.


China is the world's biggest blogging market with 25 million people writing one;


these are real challenges that brand owners and media companies must face up to
now - not in 10 years’ time."
Revolution Web Site

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Ainda o Aborto no Mundo (2005)

Acabei de verificar que existe um quadro muito mais actualizado sobre a legislação relativa ao aborto, nos países que fazem parte da Nações Unidas.


Trata-se do seguinte quadro, que pode ser consultado no population policies 2005 .
(pag.22 do pdf)


Image-0222


Vem acompanhado do seguinte texto explicativo e interpretativo:
(pag 21 do pdf).
Aí se salienta, por exemplo, que a percentagem de países que autoriza o aborto, a solicitação da mulher, se alterou de 11 para 28% e que, actualmente, é esta a legislação de 1 em cada 7, entre os chamados países desenvolvidos.


Image-0223

domingo, janeiro 28, 2007

Aborto no Mundo (1999) e na Europa

Era este o quadro geral da legislação sobre o aborto no Mundo, em 1999, segundo as

Nações Unidas:


















Este é o quadro da situação actual na Europa, segundo a edição portuguesa do Monde Diplomatique:















Como se pode constatar, a alteração proposta pelo referendo do próximo 11 de Fevereiro, é de colocar a questão do aborto no patamar da responsabilidade pessoal e da decisão individual da mulher.
Justifica-se este salto sobre o nível intermédio das razões de ordem económico-social em que se situam ainda o Luxemburgo, o Reino Unido e a Finlândia?
Entendo que sim.
Em primeiro lugar, porque a solução será adoptada ( se o for) por referendo.
Em segundo lugar, porque o bloqueio que actualmente se vive neste domínio, em Portugal, resulta menos da lei do que das interpretações restritivas que dela faz a classe médica portuguesa, em geral, e os seus organismos representativos.
Continuar a manter a intervenção de uma outra entidade, corria-se o risco de pouco ou nada alterar na prática.
Em terceiro, mas mais importante lugar, é que mesmo nas condições actuais, a decisão última e decisiva é a da mulher.
Para quê e porquê continuar a manter este patamar intermédio de intervenção de um "tertium quid," que, ou tem influência decisiva e, então, é apenas mais um obstáculo artificialmente criado( como ocorre agora em Portugal) ou não a tem, e é apenas um simples alibi ( como acontece em Espanha).

Tudo razões para se voltar a classificar o referendo do próximo dia 11, como um desafio de dimensões históricas.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Um desafio histórico

É o que está lançado aos portugueses, no próximo dia 11 de Fevereiro, com o referendo sobre a despenalização do aborto, a solicitação da mulher.
Esta solução, segundo os dados do World abortion policies 1999 , nessa data, já se verificava em 52, do total de 193 países.
Actualmente, na Europa, esta é a solução adoptada em 16 países (Alemanha, Bélgica, França, Itália, Holanda, Dinamarca, Grécia, Áustria, Suécia, República Checa, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia e Lituânia).
Esta evolução, porém, em nenhum caso, terá resultado de um processo referendário.
Com efeito, como se pode constatar deste levantamento do Senado Francês sobre a legislação e a prática do referendo na Europa e nos Estados Unidos, além de Portugal, apenas mais dois países realizaram referendos sobre o aborto, a Irlanda e a Itália.
A Irlanda, por duas vezes, em 1983 e 1992.
A Itália, em 1981.
Em ambos os países, os referendos foram exigidos e promovidos por partidos anti-aborto.
Em ambos os casos, as votações foram favoráveis a estes partidos.
Só a 11 de Fevereiro, saberemos se Portugal será a primeira excepção a estes precedentes históricos.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

De cortar à faca

Parece ser o ambiente que se vive nos bastidores da direita francesa, em vésperas de presidenciais.
O Primeiro Ministro quase é apupado no grupo parlamentar da maioria, que não lhe poupa as elegantes qualificações de " connard", "pauvre mec" e outras do mesmo estilo.
O Primeiro Ministro, pelo seu lado, gaba-se de "gerir o cérebro" do Presidente Chirac e de ele lhe dever as vitórias de 99 e 2005 e classifica-o de " un connard parmi d’autres".
Sarkozi, actual Ministro do Interior do Governo de Villepin e candidato designado da direita francesa, não se inibe de considerar Villepin um "salaud" que nem merece o lugar que tem ocupado na política francesa, porque nunca enfrentou o sufrágio universal.


Assim se vive o ambiente de fim de reinado nos domínios da "chiraquia".



A avaliar pelo tratamento com que mutuamente se mimoseiam os seus pricipais protagonistas, mais parece um dos subúrbios de Paris, cuja "canalha" tanta dor de cabeça deu ao primeiro polícia de França, que dá pelo nome de Sarkozi.







L’extravagant M. Villepin, Hervé Algalarrondo


’J’ai cru qu’il allait se faire lyncher.» «Son cas relève de la psychiatrie.» «Pendant qu’il parlait, on entendait des députés qui lançaient à voix haute: «connard», «pauvre mec».» Le passage de Dominique de Villepin devant le groupe UMP, la semaine dernière, restera dans les annales de l’histoire parlementaire. Jamais sous la Ve République Premier ministre en exercice n’a essuyé pareille bronca de la part des députés de la majorité. Les « godillots » d’hier se sont rebiffés. Leur demande quasi unanime : que Villepin «ferme sa gueule».
L’extravagant M. Villepin, Hervé Algalarrondo

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Muitas hipóteses de novidades





Poucas hipóteses de surpresas.
Poucas hipóteses de surpresas na corrida presidencial americana.
Algumas hipóteses de novidades nos resultados.
Poucas hipóteses para algum desgarrado
"dark horse" irromper na corrida.
Muitas possibilidades de estreias no desenlace.
Primeira Presidente.
Primeiro Negro.
Primeiro Mórmon.
Depois do mais
WASP dos presidentes,
a vitória do menos
WASP dos candidatos?
Pouco provável.
De todo imprevisível.
Não de todo impossível.







Rush of Entries Gives ’08 Race Early Intensity - New York Times


“It makes it nearly impossible for a dark horse candidate to break out of the pack and challenge the front-runner(s) and thus isn’t healthy for the process,” Mr. Weaver wrote in an e-mail message on Sunday.
Rush of Entries Gives ’08 Race Early Intensity - New York Times

Bush Linha a Linha


Bush linha a linha e nas entrelinhas

Depois deste fim de semana prolongado para o Ventilhador, voltemos ao outro singular documento, relacionado com o discurso de Bush sobre o Iraque.

A singularidade está em que, nele, se conseguem conjugar as maiores virtudes do jornalismo tradicional, com o aproveitamento inteligente e apropriado das tecnologias mais avançadas.

Não creio que esta afirmação careça de grande esforço demonstrativo, tão óbvia me parece.

O jornalismo actual, mormente o português, quase acabou com a transcrição literal das intervenções dos diferentes actores sociais, de modo especial dos actores políticos.

Os leitores, habitualmente têm de se contentar com curtos extractos das declarações e largos comentários interpretativos dos jornalistas.

Resultado: ficamos perfeitamente informados sobre o que pensa o jornalista ( que não é seguramente o que mais nos interessa nestes casos) e muito pouco sobre o que pensa e disse o verdadeiro actor social social/político.

Neste caso concreto, temos o casamento perfeito entre o melhor do antigo e do actual.

Não será caso único, sobretudo no mundo do jornalismo americano, mas parece-me suficientemente exemplar para o nosso jornalismo caseiro que bem merece uma referência.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Dois Documentos Singulares

Não me parece que o passado dia 10 deste mês, em que Bush apresentou ao seu país e ao nosso mundo a sua "nova estratégia" para o Iraque, venha a ficar na História dos "States."
Apesar do título impressionante( nova estratégia) ela só impressiona porque não é nova nem é estratégia.
Mas esse dia, bem pode vir a ficar na história da comunicação política e da comunicação social dos Estados Unidos.
Novo modelo de comunicação política de uma administração com os seus administrados, creio que se pode considerar este pormenorizado painel de alteraçãos na política de Bush para o Iraque, que a própria Casa Branca distribuiu quase simultaneamente com o discurso de Bush.
Proporcionar aos americanos uma "grelha" de leitura, em que são abordadas com clareza as mudanças no pensamento do Presidente subjacentes ao seu discurso oficial, facilitando uma leitura crítica por parte de todos ( incluindo os seus opositores, claro) parece-me algo que nenhuma administração europeia pensaria fazer.
Para quem se interesse por estes temas, acho que o texto merece uma leitura atenta e uma reflexão sobre o contraste entre o "modus faciendi" americano e europeu, nomeadamente o modelo latino, de considerar a política, como a arte, não de mostrar e revelar, mas de esconder e dissimular, pressupostos e objectivos.

ERROS E CORRECÇÕES

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Quanto ao outro documento, por hoje vou deixar apenas o link.
As consideraçõs hão-de vir depois.


Bush linha a linha e nas entrelinhas

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Finalmente, temos os dez maiores connosco

Quer dizer, já antes os tínhamos, mas não sabíamos.
Agora, temos e sabemos.
Vejam só o que progredimos de ontem para hoje.
Numa só noite de RTP, a superação de 9 séculos de ignorância!



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São estes os dez.
E serão sempre estes e nunca outros.
RTP disse, está dito.
Perdida grande parte da sua, em tempos, poderosa influência, sobre o nosso presente,
resta-lhe esta arbitragem sobre o nosso passado histórico.
Nove séculos a apurar uma raça, um país, uma história.
E o resultado é este.
Cinco Políticos.
Dois Poetas.
Dois Navegadores
Um diplomata.
Acham políticos a mais?
Deixemos de brincar com as palavras e com a história, chamando a uns (Salazar e Álvaro Cunhal) políticos, a outros estadistas (Marquês de Pombal e Infante D. Henrique) e a outros reis( D. Afonso Henriques e D. João II).
O que os iguala a todos e os torna diferente de todos os outros é o modo como exerceram uma actividade, que dá pelo nome de política.
E por que é que o Infante D. Henrique é estadista e Oliveira Salazar, não?
E por que é que o Marquês de Pombal é estadista e Álvaro Cunhal, não?
Só não classifico o Infante como político ( se merece a classificação de estadista é porque teve actividades de carácter político) é porque penso preferível conservar-lhe a designação tradicional de "O navegador".
A mesma designação que é dada a Vasco da Gama.
Por que não?
Muitas mais considerações se podem fazer sobre estas escolhas e as exclusões que as acompanham.
Mas não será hoje.
Assinalemos apenas o equilíbrio geral das opções que seleccionaram estes dez nomes da nossa história.
Muita gente temeu que não se viesse a verificar.
Creio que sem razão.
Embora seja sempre possível enunciar inúmeras razões contra estas opções e a favor de outras.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Hoje, o Presidente Bush Chorou

Como diz o New York Times

The president began crying Bush’s Plan for Iraq Runs Into Opposition in Congress - New York Times...




Infelizmente, não o fez por causa do Editorial do NYT sobre o seu "novo" plano para o Iraque.
Mas bem o podia ter feito.
O editorial começa assim:


President Bush told Americans last night that failure in Iraq would be a disaster.
The disaster is Mr. Bush’s war, and he has already failed.
Last night was his chance to stop offering more fog and be honest with the nation, and he did not take it.


Também não foi pelas reacções da maioria dos 21 senadores da Comissão do Senado que estiveram a ouvir e a inquirir Condoleezza Rice sobre aquele mesmo plano do Presidente Bush para o Iraque.


Mas bem o podia ter sido.


O presidente da Comissão resumiu assim as reacções dos senadores:


"I think what occurred here today was fairly profound, in the sense that you heard 21 members, with one or two notable exceptions, expressing outright hostility, disagreement and or overwhelming concern with the presidents proposal,"


Nem sequer foi pelas reacções individuais daqueles senadores.
Mas bem o podia ter sido.
Eis exemplos de algumas delas:


"dangerous foreign policy blunder,"



"quite possibly the greatest foreign policy mistake in the history of our nation."


"Why put more American lives on the line now in the hope that this time theyll make the difficult choice?"



Mas não.

Não foi por nenhuma destas razões de relevância política que

Hoje, O presidente Bush chorou.

Foi durante a cerimónia de atribuição da segunda "Medalha de Honra" desta longa e cruenta sua guerra do Iraque.

Guerra, em que ele, Presidente Bush, decerto, não se sai com medalha.

E é cada vez mais provável, que não venha a sair com honra.


Early in the day, in an emotional ceremony at the White House, Mr. Bush awarded the Medal of Honor to the family of Cpl. Jason Dunham, a marine from Scio, N.Y., who was killed in Iraq in 2004 when he threw himself on a grenade to save the rest of his unit. The president began crying during the ceremony. It was the second Medal of Honor proceeding to come out of the Iraq war.
Bush’s Plan for Iraq Runs Into Opposition in Congress - New York Times

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Bush continua noutra onda





Neste dia em que Bush falou à nação americana para dizer mais do mesmo:
Mais tropas para o Iraque.
Mais guerra no Iraque.
Mais dinheiro para o Iraque.
Mais mortes no Iraque.
Menos paz no Iraque.
Neste dia, convém lembrar que há muito quem pense que, nas eleições de Novembro passado, o povo americano exigiu duas coisas que são o contrário de tudo isto.
Tropas fora do Iraque,
já.
Bush fora da Casa Branca,
quanto antes.


Resta saber como é que os Democratas navegam nesta "onda" de 7 de Novembro.
Como se fosse mesmo um ultimato do povo americano.
Ou apenas como um voto pio, para ir adiando até ao esquecimento.







Dois espectros pairam sobre os dois partidos políticos americanos.
Sobre os republicanos, o espectro de Nixon e o seu "impeachment" por mentir ao povo.
Bush também mentiu.
Sobre os democratas, o espectro de Gerald Ford, que procurou fazer esquecer a mentira e a impugnação de Nixon.
A pressão das decisões com fortes custos políticos imediatos ou a prazo podem levar os democratas a repetir o papel de Gerald Ford.







American Chronicle: Will Nancy Pelosi Remember Her Populist Roots?



The American people spoke on Nov. 7, 2006.
Their agenda has two main prongs to it.
First: Bring the troops home from Iraq, now.
Second: Punish the liars who got us into this mess.
The people want a peace, not a troop, surge.
As Speaker of the House, Pelosi will have a solemn duty to bring Bush and Cheney, via impeachment proceedings, to the Bar of Justice. Meanwhile, in her own backyard, in San Francisco, a “Pelosi Watchdog” group, led by Code Pink’s Medea Benjamin, has been formed to support her in maintaining an agenda that is Constitutionally mandated. (10) Finally, will House Speaker Nancy Pelosi remember her populist roots from her Baltimore days or pull a Gerald Ford? (11) The jury is out.
Stay tuned for the verdict!
American Chronicle: Will Nancy Pelosi Remember Her Populist Roots?

quarta-feira, janeiro 10, 2007

O morto que todos os dias ressuscita

Foi morto à pressa.






Tão à pressa que até parece que não chegou a morrer.


Pode já não respirar.


Mas ressuscita todos os dias.


É como a própria guerra do Iraque.


Começou, quando os americanos afirmavam para todo o mundo que ela havia acabado!


Este morto "mal matado"
todos os dias
salta do armário
mal fechado
do Senhor Bush!


O problema é que não pode deixar de nos atormentar a todos nós!


E não só ao Senhor Bush!


Porque, nesta macabra história,
o senhor Bush
nos representa a todos,
no pior de tudo
que nós todos temos.






ELPAIS.com - Un nuevo vídeo muestra a Sadam con el cuello girado 90 grados - Internacional



Un nuevo vídeo
del ex presidente iraquí, Sadam Husein, donde aparece cuello girado 90 grados, ha sido colgado en Internet hoy, una semana después de su ejecución el pasado 30 de diciembre
ELPAIS.com - Un nuevo vídeo muestra a Sadam con el cuello girado 90 grados - Internacional


segunda-feira, janeiro 08, 2007

Um sonho português com raízes nas ilhas

É de propósito que uso esta terminologia "continentalizada" para lembrar aqui António Câmara que, há menos de um mês, foi premiado por estar no centro daquilo que o júri do Prémio Pessoa considerou "uma verdadeira revolução".


Revolução que, para ele próprio, António Câmara, tem um objectivo e modelo preciso.
Define-o assim


antcamara frase 3


antcamara jJL 4 1


E define-o, numa página autobiográfica em que, por duas vezes, invoca a sua ligação a São Miguel.
Ao referir-se à mãe diz que "a (família) da minha mãe (é) da ilha de São Miguel, nos Açores".
E ao escolher esta fotografia, com esta legenda

O sonho que a maioria dos portugueses não se atreve sequer a sonhar e, menos ainda, a acreditar, já tem um protagonista a sonhá-lo e a realizá-lo.
É filho de uma açoriana e chama-se António Câmara.


Jornal de Notícias - António Câmara recebe Prémio Pessoa



António Câmara recebe Prémio Pessoa

António Câmara tornou-se ontem no primeiro empresário português a ser distinguido com o Prémio Pessoa, atribuído pelo semanário Expresso e pela empresa Unisys.


O trabalho desenvolvido pelo professor universitário e presidente-executivo da YDreams, especializada em novas tecnologias de informação e conhecida sobretudo pelos jogos interactivos para telemóveis, foi considerado pelo júri "uma verdadeira revolução".
Jornal de Notícias - António Câmara recebe Prémio Pessoa

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Imagens e Fantasmas

Imagens de um mundo-cão

Imagens do meu quintal

Imagens de vida

Imagens de morte

Imagens da natureza

Imagens da sociedade

Imagens para esquecer

Imagens para recordar

Imagens de hoje

Imagens de sempre

Imagens de renovação

Imagens de degradação

Imagens de pesadelo

Imagens de sonho

Imagens de horror

Imagens de encanto


Imagens
Inimagináveis
para nos encherem
os dias
que passam
e nos atormentarem
as noites
que teimam em não passar.





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Enforcamento: apenas uma jogada política





Penso que é o pior que os americanos podiam fazer, em nome dos valores da civilização e da democracia de que se pretendem missionários e cruzados armados no Iraque.


Mas é uma explicação possível para a precipitação justiceira na execução de Saddam.


Tentar um volte-face na situação desesperada em que os americanos se encontram no Iraque, atirando como engodo político aos chiitas e ao Irão, o cadáver do odiado tirano.


A encenação que acompanhou a execução de Saddam, com a insólita troca de insultos sobre a morte por Saddam de um antigo dirigente chiita, podia fazer parte desta montagem teatral à volta deste enforcamento.

A morte-relâmpago de Saddam seria a "bomba atómica" possível para os americanos tentarem apressar o fim ou, pelo menos, alterar o panorama negativo da guerra do Iraque.

E bem sabemos que esta, é não só uma tradição americana, mas uma tradição de que os americanos foram inventores e iniciadores.







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[ El Watan :: Dernière ]



affaiblir les Irakiens en exacerbant les contradictions et les différences qui opposent notamment les chiites et les sunnites et, ensuite, jeter tranquillement les bases d’un futur Etat irakien à majorité chiite pro-américain, capable d’endiguer la « menace » iranienne.


Les faits pouvant participer à corroborer une telle lecture sont nombreux. Le premier d’entre eux reste bien entendu l’exécution de l’ancien maître de Baghdad qui ne peut être interprétée autrement que comme un cadeau fait par les Etats-Unis aux chiites d’Irak.


L’Iran aussi a célébré sans retenue la disparition de l’ex-président irakien. Nombre d’observateurs ne s’expliquent pas non plus comment l’Iran a pu prendre ainsi le risque de s’aliéner les opinions arabes (qui sont majoritairement sunnites) au moment où il se confirme de plus en plus que leur pays - qui a actuellement le statut de puissance régionale - est dans le collimateur de Washington. Des opinions qui plus est l’ont, jusque-là, soutenu dans le bras de fer qui continue à l’opposer au Conseil de sécurité de l’ONU sur la question du nucléaire. En ce sens, l’on trouve étonnant que Téhéran - qui a habitué à être perspicace - n’ait pas prévu que sa réaction pouvait jouer en sa défaveur et peut-être ouvrir la voie à son isolement.
[ El Watan :: Dernière ]


terça-feira, janeiro 02, 2007

Ditadores "made in America"

O meu primeiro passo na blogolândia, em 2007, tinha de ser sobre esta diferença que o ano que passou não conseguiu retirar-me, nem, da retina, as suas imagens, nem da cabeça, o contraste do seu desenlace final.
A existência de dois tipos de ditadores.
É o que os americanos acabam de tornar institucional como herança de 2006.
Os ditadores que os americanos protegeram, apoiaram, financiaram, armaram e utilizaram para defesa dos seus próprios interesses ou para exorcizar os seus próprios medos e preconceitos.
Estes ditadores conseguem morrer na cama.
Pinochet é o modelo perfeito.
Perfeição que essa proteção norte americana conseguiu levar ao extremo de o imunizar de forma a que ele fosse resistindo às malhas que o sistema judicial do seu próprio país e da comunidade internacional lhe foram tecendo.
Pinochet morreu devagar.
Pela força da lei da natureza.
Pinochet morreu impune.
Pela fraqueza da lei dos homens.
Enterrou-se sem honras de Estado,
mas com honras militares,
pela rara e pouca força,
que o Estado chileno conseguiu
ter contra ele.
E pela muita e perigosa força
que o exército chileno
continua a ter contra o Estado.



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O outro tipo de ditador é o que morre na forca.
Que é julgado rapidamente.
Condenado rapidamente.
Executado rapidamente.
Transportado rapidamente,
pelos americanos,
para o local da execução.
Transportado rapidamente,
pelos americanos,
para o local do enterro.
Tudo isto, furtivamente,
antes do nascer do sol,
procurando transmitir ao mundo,
apenas as imagens
quase-holioodescamente convenientes,
dos acontecimentos.


Tudo leva a crer que,
mais uma vez, a administração-Bush meteu "a pata na poça" no aloleiro do Iraque.
Porque o enforcamento de Sadam Hussein, nas circunstâncias expeditas e furtivas em que ocorreu,
ou foi inútil ou foi perigoso.
Inútil, se Sadam, como parece, já estava politicamente morto.
E a sua morte será apenas mais um pecado ou erro cultural e civilizacional dos americanos.
Perigoso, porque o inútil vivo só poderá ser transformado em herói morto, por uma razão.
Por ter sido morto, em especial ao olhar do mundo muçulmano, pelos americanos.
E, então os americanos acumularão o erro cultural com o erro político.


Nota (quase) final.
Não escrevo estas reflexões com a pretensão de que elas tenham especial interesse para quem, porventura, as leia.
Mas porque um blogue também é (ou é principalmente) um meio de esconjurar fantasmas que nos atormentam.


Nota (mesmo) final.
Teremos de concluir que os americanos, quando fazem intervenções militares com a desculpa de expandirem ou defenderem a democracia, só conseguem fazer vingar o pior da cultura do Ocidente.
Estes dois exemplos bem nos podem levar a esta conclusão.
No caso do Chile, a ditadura.
No caso do Iraque, a pena de morte.