O meu primeiro passo na blogolândia, em 2007, tinha de ser sobre esta diferença que o ano que passou não conseguiu retirar-me, nem, da retina, as suas imagens, nem da cabeça, o contraste do seu desenlace final.
A existência de dois tipos de ditadores.
É o que os americanos acabam de tornar institucional como herança de 2006.
Os ditadores que os americanos protegeram, apoiaram, financiaram, armaram e utilizaram para defesa dos seus próprios interesses ou para exorcizar os seus próprios medos e preconceitos.
Estes ditadores conseguem morrer na cama.
Pinochet é o modelo perfeito.
Perfeição que essa proteção norte americana conseguiu levar ao extremo de o imunizar de forma a que ele fosse resistindo às malhas que o sistema judicial do seu próprio país e da comunidade internacional lhe foram tecendo.
Pinochet morreu devagar.
Pela força da lei da natureza.
Pinochet morreu impune.
Pela fraqueza da lei dos homens.
Enterrou-se sem honras de Estado,
mas com honras militares,
pela rara e pouca força,
que o Estado chileno conseguiu
ter contra ele.
E pela muita e perigosa força
que o exército chileno
continua a ter contra o Estado.
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