terça-feira, junho 20, 2006

19 de Junho - dia de contas em dois planetas (II)

No planeta político da Catalunha, as contas são outras.
Mas também têm algum conteúdo futebolístico.
O que mais se discute, à semelhança do “golo” anulado
aos Franceses, é se, no referendo, a “bola” dos votos “sim”
ultrapassou a linha de golo.
Do ponto de vista legal, do ponto de vista da opinião pública
e jornalística, espanhola e internacional, não restam quaisquer dúvidas:
O Estatuto foi assumido como um novo passo do “catalanismo,”
na linha da sua evolução histórica tradicional.
Como um compromisso aberto,
sempre acatado, mas sempre discutido,
sempre actual, mas sempre actualizável,
sempre envolvendo,
profundamente e vitalmente,
toda a sociedade Catalã
e toda a sociedade Espanhola
no seu debate e preparação,
mas sempre as afastando e distanciando
na hora da colheita e apreciação dos resultados.
Esta forma peculiar de evolução aproxima
o “nacionailsmo-autonómico”(se assim pode ser catalogado) catalão
do processo de construção da União Europeia,
visando um resultado global final semelhante
de maior interdepêndencia,
mas inverso em relação às competências.
Cada vez mais competências para a Catalunha,
em relação ao todo que é a Espanha.
Cada vez menos competências
para as partes componentes da União (os Estados).


O texto que se linka a seguir,
embora de um jornalista não-catalão;
talvez por isso mesmo
ou apesar disto mesmo,
parece-me situar bem a questão.


C'est que le nouveau statut ne correspondait pas seulement à un mouvement défensif. Le catalanisme "est un nationalisme très particulier", note Joan Culla, professeur d'histoire à l'Université autonome de Barcelone. "Jusqu'à présent, il n'a jamais aspiré sérieusement à l'indépendance. A chaque occasion, il a opté pour coexister dans un espace commun, sans rompre." Symbolisé par un bilinguisme assumé, ouvert à l'image d'une économie fondée sur le commerce, il serait intrinsèquement, selon ses tenants, un nationalisme de rassemblement et non de clivage. Trois décennies de gouvernements nationalistes, d'abord de centre droit puis, ces trois dernières années, de gauche, ont installé, en quelque sorte institutionnalisé le sentiment national catalan. Est-il devenu pour autant plus diviseur ?... [Link]


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