domingo, junho 04, 2006

Sara Santos...de casa faz milagres em casa

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  • Santos de casa não fazem milagres?
    É a regra geral do comum dos mortais.
    Mas está a provar-se que Sara Santos se rege por regras próprias.
    Pertence à categoria dos Santos de casa que fazem milagres. Em casa. Na própria casa e em casa alheia. Alternando não só nas casas, mas também na qualidade dos milagres. Uns são bons. Outros não podiam ser piores.
    Milagre, verdadeiro milagre. E dos bons, é a revista Magma. Conseguir lançar uma revista de qualidade literária reconhecida e, sobretudo, badalada, dentro e fora das fronteiras regionais dos Açores, é autêntico milagre. Milagre da sua "casa" municipal e feito na sua "casa" municipal.
    Mas, conseguido este suave milagre, Sara Santos resolveu alternar. Na casa e no tipo de magia. Da casa municipal voltou-se para a sua própria casa. E da magia branca daquele primeiro milagre para um segundo, de magia muito mais escura.
    Porque não transformar o marido, em chefe de gabinete?
    Se bem pensou, melhor o fez, como é da praxe dizer-se nas histórias mais antigas.
    Sobretudo daquelas que têm nomes também muito antigos como o de nepotismo.
    Mas, contra estas apressadas classificações históricas, tem, a Santos de casa que faz milagres em casa, sólidos contra argumentos.
    Miraculosamente irrefutáveis.
    E sofisticados.
    Ninguém consegue provar que, se o marido, porventura não o fosse, não seria nomeado, por ela, para o mesmo cargo.
    Conclusão.
    Não se podendo prová-lo, passa a ser, miraculosamente óbvio, que ela, se o não fizesse, estaria a prejudicar o marido, por ser marido.
    Não é evidente?
    Claro que não.
    Mas também não é ilegal.
    Bem. Mas não há aquela regra da "mulher de César"...?
    Dirá a Santos de casa que faz milagres em casa, está na cara, isto é, na própria letra, que esta regra é para a mulher do marido.
    Não, para o marido da mulher.
    É abusivo tentar alargar esta interpretação, aplicando-a ao marido.
    Seria uma "liberdade" literária admissível na Sara Santos, directora da "Magma", mas que a Sara Santos, Presidente da Câmara, rejeita peremptoriamente.
    Mas estes milagres chegarão para a canonização da Santos de casa que faz milagres em casa?
    Não.
    Mas há mais milagres.
    E milagres tais, que vão obrigar a abrir o processo de declaração de santidade exemplar.
    Exemplos.

  • O dom da ubiquidade concedido ao marido no despacho de nomeação, permitindo-lhe ser chefe de gabinete da Câmara das Lajes do Pico, nos Açores, e exercer a actividade docente, algures, no Continente.
    Querem mais?
    Pois aí vai.

  • Os tradicionais eleitores do velho PSD-Açores desesperam, à procura da antiga herança política dos tempos de Mota Amaral, malbaratada pelos seus, sucessivamente mais precários, continuadores.
    Esta é precisamente uma das mais típicas tradições desses "saudosos" tempos.
    E começo a acreditar que o actual líder do PSD-Açores, Costa Neves, está a conseguir recuperá-la.
    Ele, que foi seu infatigável praticante, nos seus tempos de Secretário Regional.
    Tinha mesmo uma prática magnanimamente alargada a ascendentes e a colaterais.
    Se ressuscitar estas práticas não é verdadeiro milagre, o que é que será um milagre?
    Nem sequer é ressurreição, por inércia de uma prática recente.
    É mesmo o regresso a um passado longínquo que, se está mesmo a ver, que os açorianos "anseiam" que reapareça no Pico e se transforme num "tsunami" político a chegar a todas as ilhas.
    Será preciso ainda falar de mais milagres?
    Não, acho que não.
    Mas, para os cépticos que ainda restem, tomem lá mais um.

  • Quem tenha lido as notícias sobre este assunto na imprensa regional, deve ter reparado no mesmo fenómeno que eu.
    Os títulos da notícia falam é dos socialistas que acusam. Não, dos acusados. O marido e a Sara Santos.
    Quem quiser saber algo sobre os dois, tem de ter o trabalho de ler a notícia.
    E toda a gente sabe, a começar pelos jornalistas, que os olhos dos leitores são preguiçosos.
    E muitos passarão adiante, encolhendo os ombros e carregando o sobrolho, diante de "mais uma estúpida briga entre partidos".
    Que chamar a isso?
    Pura magia milagreira.
    Daquela que, se não leva aos altares, leva aos palcos da grande política.
    É por isto, que julgo traçado o destino da Sara Santos de casa que faz milagres em casa própria e alheia.
    É deste confuso magma que a nossa vida política (não) necessita, mas vive.
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