domingo, abril 17, 2005

Foi notícia do Expresso, ontem




Só espero que o murro tenha sido numa mesa da PT.

Que é coisa que eu não tenho.

Eu, que recebo
pela terceira vez,
na mesma semana,
as mesmas felicitações,
em três maravilhosos
ofícios,
pensados pela mesma pessoa,
escritos pela mesma pessoa,
assinados pela mesma pessoa.
Por ter aderido,
sem saber,
sem querer,
sem imaginar,
a mais um plano mirabolante
da generosa PT,
que quer, à viva força,
fazer a minha felicidade,
pondo-me a falar ao telefone,
(este sim da PT)
entre a meia noite
e as sete da manhã,
e aos fins de semana
e com euros-prémio ao minuto.

Fico aliviado
e feliz,
mesmo sem falar,
mesmo se não quiser falar,
mesmo se falar à força,
só para não defraudar
os sapientes cálculos da PT,
sobre o valor-minuto
do meu telefónico
falar.

O que seria de mim,
entre a meia noite
e as sete da manhã
de cada dia,
e a sexta e a segunda
de cada semana,
se a PT não preenchesse
as minhas horas de insónia
e os meus dias
de semanal lazer,
com os seus mirabolantes
e inigualáveis planos
da minha
telefónica felicidade.

Mas por que é que
Eu, quase accionista que sou
da nossa querida PT,
pelo que lhe pago,
e pelas partidas
que ela me prega,
não tenho uma mesa da PT,
para retribuir
tanta atenção e carinho
com o meu murro agradecido?

Eu, que recebo ofícios da PT
que tenho telefone da PT,
que tenho de usar redes da PT,
Por que é que não tenho
uma banal mesa da PT?
Para poder desabafar,
como o Expresso,
publicamente garante
que não se priva de desabafar,
o principal accionista
privado,
da PT?

Já decidi.

Vou reclamar,
em privado,
ao accionista público da PT
uma mesa,
privativa,
só minha...
e da minha PT.

Para não ter
de continuar a esmurrar,
as minhas pobres mesas,
por causa das partidas...
da minha rica-PT.

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