segunda-feira, março 17, 2008

(VIII) Vitorino Nemésio - Uma caricatura de escárnio e mal dizer (VIII)





VI


E Vitorino ensinava
e semeava e podava
muita letra inofensiva.
E gemia pelos cantos
que não havia um escritor,
que toda a literatura

morrera da sua amargura
de não ser um director.
Mas, enquanto assim dizia,
ia ensinando a poesia
aos alunos mais espertos.
Uma poesia inocente!
Ou bela prosa vazia
com muita pornografia
de jornalismo impotente.


Vitorino desistia

de estar bem com toda a gente.

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