É possível preservar aquilo que define o homem - o sorriso, mais do que o riso - no meio da mais desumana dor e angústia? Sim, é possível. Provou-o Roberto Benigni , em "A Vida é Bela", jogando a fraqueza da inocência infantil contra a força da máquina de morte das muitas "auschwitzes" do nazismo.
quinta-feira, janeiro 27, 2005
O Dia da Memória: Entre "A Vida é Bela" e "A Lista de Schindler"
É possível preservar aquilo que define o homem - o sorriso, mais do que o riso - no meio da mais desumana dor e angústia? Sim, é possível. Provou-o Roberto Benigni , em "A Vida é Bela", jogando a fraqueza da inocência infantil contra a força da máquina de morte das muitas "auschwitzes" do nazismo.
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quarta-feira, janeiro 26, 2005
Para a EDA, Luz é Nome de Estádio?
Segue a prometida irritação versejada para a EDA, e respectiva nota prévia.
Hoje, chamar-lhe-ia um "POSTEMA"... "avant la lettre".
Nota prévia. No passado Domingo, dia 20, pela manhã, vi que não tinha electricidade, em casa. Pensei, logo, num dos tradicionais cortes programados da EDA. Fui confirmar no jornal da Sexta Feira. Lá estava a habitual “ementa”, na nota informativa, com os cortes do fim de semana.
Mas, se eram todos no Concelho da Praia, como é que, na Vila de São Sebastião, não havia luz?
Reparei melhor. Lá estava São Sebastião, no Concelho da Praia, ao lado da Fonte Bastardo e Cabo da Praia.
Resolvi, então, desabafar, neste
POSTAL ABERTO À DONA EDA, S.A. ,
SENHORA (DA LUZ) APAGADA
Senhora EDA -
A da luz.
Dona EDA -
Nossa cruz.
Tia EDA,
Com arrojo,
Nos conduz,
Para um reino,
Algures,
Entre as trevas
E a(lguma) luz!
Na Terceira,
Entre cortes
E avarias,
As nossas vidas
Comandas.
Manhãs de Sábado,
Fins de semana,
São dias -
Velho fado -
Que, só tu,
Para todos,
Programas.
Na passada Sexta feira,
Em nota,
Mais que informativa,
De formativo
E administrativo
Teor e rigor,
Mais alto andaste,
Mais longe chegaste:
A velha Vila,
A de São Sebastião,
A da Salga, a da Mina,
A da Ribeira de Frei João,
A da Matriz, a do Império, a do Drumond,
Para o Concelho da Praia,
Regiamente,
Mandaste.
E a ele, soberanamente,
Entregaste.
Com moderação
E cautela,
Reconheça-se que o fizeste.
Apenas,
Entre as oito e as treze.
E, por tabela,
Como é tua histórica vocação,
Com corte programado.
Sem luz.
Como é tua secreta ambição
Para todas as freguesias,
Lugares e lugarejos
Desta, por ti, iluminada Região.
Todos sabemos.
Dia vinte
Do mês de Junho,
Já era histórica data,
Para a Praia.
É a data
Da Vitória de ser cidade.
No bolo do aniversário
Passou a ter,
A Praia,
Não, mais voltagem,
Não, mais um ampere,
Mas, mais uma vela,
Pela EDA
Ofertada.
Ofertada,
Mas apagada.
Todos confirmámos.
Quanto à luz,
Com a EDA,
Quer da lâmpada
Quer da vela -
É do estatuto dela -
Só fornece
E oferece
Apagada.
Vila de São Sebastião, 22 de Junho de 2004
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segunda-feira, janeiro 24, 2005
É a EDA aquele monstro...
Pequena distracção de escassa importância, perante as atribulações a que vem sujeitando, há longos anos, todos os terceirenses. Também concordo. Mas acho particularmente irritantes os erros evitáveis, sobretudo, quando se somam a muitos outros. Alguns deles, possivelmente, inevitáveis.
Para memória dessa pequena história de lapsos evitáveis, aproveito para deixar aqui o registo de dois lapsos anteriores. Um, que resolvi assinalar através de um requerimento que escrevi, como deputado, e que, em termos públicos, apareceu assumido pelos restantes deputados do PS da Terceira. O segundo, através de uma irritação versejada que publiquei nos jornais da altura dos acontecimentos. Nesta página pode conseguir-se o acesso ao requerimento e nesta ler a correspondente resposta do Governo Regional.
Para quem não se quiser dar ao incómodo do Link deixo aqui registadas as lancinantes perguntas gritadas à EDA:
- Porquê e até quando?
- Mas porquê e até quando?
- Meu Deus, mas porquê e até quando?
- Senhora EDA, mas porquê e até quando?
A irritação versejada segue na próxima entrada em versão integral, na impossibilidade de remeter para uma hiperligação.
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domingo, janeiro 23, 2005
Ferreira Drumond - O Homem dos "Anais" e de muito mais
Francisco Ferreira Drumond, nascido na Vila de São Sebastião, na Terceira, em 21 de Janeiro de 1796, e falecido a 11 de Setembro de 1858, é conhecido, sobretudo, como autor dos "Anais da Ilha Terceira".
A passagem, na última sexta feira, de mais um aniversário do seu nascimento é pretexto para recordar a obra e o homem.
O facto de ocorrer também a passagem de 150 anos sobre a sua morte, dentro de três anos, recomenda que as entidades culturais ou outras, vocacionadas para a comemoração das datas importantes relacionadas com figuras de especial relevo da nossa história açoriana, como é o caso de Ferreira Drumond, comecem a pensar em iniciativas para lembrar aquela data.
Ferreira Drumond é considerado o maior historiador açoriano da sua geração e um dos maiores de sempre.
Duas características do seu método de escrever história se podem relevar nesta breve referência.
Em primeiro lugar, a sua preocupação metodológica de alicerçar a história no documento escrito, no texto do arquivo, no documento público ou privado, que permite elucidar os factos, as suas causas e circunstâncias e fixar a verdade histórica contra a deturpação da lenda e da frágil memória colectiva dos acontecimentos.
Em segundo lugar, a sua preocupação de escrever a história dos acontecimentos que narra, enquadrando-os na perspectiva global da história "das nove ilhas dos Açores"( como reza o próprio título de uma das suas obras) e na própria história do país.
Qualquer destas características conferem actualidade e perenidade ao homem e à obra.
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Post Poema Post Mortem
poema morto de ver morrer
Estranha obra
A obra da morte.
Estranha hora
A de ver morrer.
Sempre a esperança por não acontecer!
Sempre a surpresa por ter acontecido!
Estranha obra
A obra da vida.
Estranha condição
A contradição de viver.
Cede a certeza de para sempre ser
Perante a surpresa de se ver morrer!
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quarta-feira, janeiro 19, 2005
O Venturoso Merceeiro de Votos e Lugares
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segunda-feira, janeiro 17, 2005
O "Pigmalião", da "santíssima trindade" do PSD-Açores?
Eis a sua versão, nos termos em que vem descrito na "Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura" da Verbo Editora:
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sábado, janeiro 15, 2005
O Congresso da "santíssima trindade"
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quarta-feira, janeiro 12, 2005
Derrota do PSD Com Cabeça Intacta
Mas não. Não é meu. Nem foi escrito hoje. Foi escrito em 1999. No dia 8 de Novembro, no diário "A União". E referia-se à derrota eleitoral do PSD-Açores para a Assembleia da República.
Mas porque misteriosa associação de ideias é que o título não me sai da cabeça e do ouvido? Precisamente, hoje.
Em primeiro lugar, porque quem anda, como eu, há vários dias, a rasgar velhos papeis, que, na altura, pareciam destinados à eternidade, e para os quais, hoje, só vejo um destino : o caixote do lixo, uma vez por outra, encontra nacos de prosa de surpreendente actualidade. Nalguns casos, como o deste título, mesmo espantosamente proféticos.
Em segundo lugar, porque ouvi o Victor Cruz, logo pelas oito da manhã, no nosso "Bom Dia" televisivo, a falar de muita coisa, e de muitas interessantes coisas, sobre o que é e o que foi, o que sente e o que sentiu, o que desistiu e consentiu, e o quanto resiste e confia e o que devem ser os líderes e como os gostam de ver os açorianos e o que devem ser os partidos e os seus membros e... e...e... Mas, nem uma só palavra, sobre os Açores e os açorianos. Os seus problemas e as soluções do PSD-Açores para esses problemas. Muitas palavras sobre quase tudo. Mas nada, nenhuma ideia, sobre aquilo que, para um partido de alternativa, deveria ser o centro de tudo: a sociedade açoriana e o seu futuro, segundo o PSD-Açores.
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terça-feira, janeiro 11, 2005
Duas Ideias ao Vento
É com o título de "duas ideias ao vento", que começo este.
Vou limitar-me a enquadrar essas duas ideias e, depois, enumerá-las e numerá-las, para melhor as destacar.
No "Choque de Gerações"da passada semana, foram adiantadas duas ideias sobre a alteração ao sistema eleitoral regional, proposta pelo Grupo Parlamentar do PS-Açores, na última legislatura da ALRA.
A fazer fé na primeira dessas ideias, o sistema proposto implicaria o aumento do número de deputados da Assembleia da Região.
Tendo em conta a segunda, o novo sistema proposto seria apenas uma das muitas variantes do método de aproveitamento dos restos dos votos não atribuídos aos diferentes partidos, que ocorrem sempre na aplicação dos cálculos baseados no método de Hondt. Esta ideia já teria sido repetidamente estudada nas muitas comissões que, sobre a matéria, se sucederam na ALRA. Portanto, nem sequer se distinguiria por particular originalidade.
Confesso que, há distância de uma semana, já não me recordo se as duas afirmações foram feitas pelo mesmo participante no "Choque."
Pouco interessa para o fim que tenho em vista. Que é o de não deixar acumular dúvidas ou incorrecções sobre este assunto, que é previsível virem a suceder-se nos próximos tempos. Fiquei também com a convicção que aquelas afirmações resultavam apenas da falta de conhecimento pormenorizado do referido sistema.
Permitam-me que acrescente que, como fiz parte de todas (ou quase todas) as Comissões que, nos últimos 20 anos, trataram deste assunto na ALRA, sou-lhe particularmente sensível.
Transcrevo do texto que tenho à minha frente, antecedido de uma nota que diz: "Versão entregue aos partidos da CERSE (Comissão Eventual para a Revisão do Sistema Eleitoral) , em 11-12-2003)".
- "O sistema pode ser realizado, alternativamente: aumentando o número total de deputados (dos actuais 52 para 57, com um círculo de compensação de 5), mantendo a actual distribuição de mandatos por ilha. Reduzindo o número de deputados hoje atribuídos às ilhas ( por exemplo, retirando 1 a cada, menos ao Corvo; ficando a ALRA com 49 deputados -44+5)".
- "O apuramento (para o círculo de compensação) é feito da seguinte forma: Soma-se o número total de deputados eleitos pelos partidos nos nove círculos de ilha; A plica-se o método de Hondt ao resultado agregado da votação na região de cada partido; Dos quocientes assim obtidos, são eliminados, para cada partido, tantos quantos os deputados já eleitos nas ilhas; são atribuidos os mandatos do círculo de compensação aos maiores quocientes, depois de feita aquela eliminação."
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domingo, janeiro 09, 2005
Ideias ao Vento
- Da comunicação social açoriana, de fim e princípio de ano, fixei-me nalgumas coisas que me parecem merecer registo.
- Os balanços e juízos do ano que acaba, parecem estar a passar de moda, na comunicação social regional, a avaliar pelo tratamento dado ao passamento de 2004. As previsões sobre o ano que começa, há muito que passaram para a abertura dos poucos almanaques que ainda restam. O "Deus super omnia" sobre os anos que vão passando, arrisca-se a não encontrar nem almanaques para o abrigar.
- Que me tenha apercebido, apenas os dois diários da Terceira mantiveram o estilo tradicional do jornal dedicado aos mais importantes acontecimentos e figuras do ano. Não me refiro ao habitual estendal dos acontecimentos regionais, nacionais e internacionais, alinhados com segura sucessão cronológica. Mas àquela preocupação de deixar para a posteridade o nome das personalidades e dos acontecimentos que, os jornais, sobretudo os jornais, têm o fito de libertarem da lei da morte anual.
- Talvez, porque a conjuntura não favoreceu este entretenimento jornalístico de fim de ano como sinónimo de fim de festa.
- A nível internacional, porque o maremoto do sudeste asíático, criou um novo tema para competir dramaticamente com a maior árvore de Natal, a disputa dos Pais-Natal para o Guiness ou as queixas dos comerciantes sobre a queda do poder de compra e das Cassandras natalícias sobre o excesso de consumismo.
- A nível nacional, porque as peripécias "santaninas" de um governo de lances e personagens de opereta, a oscilar entre o caricato da falta de sentido de Estado do clã santanista (incubadora, ambulância, a Assembleia posta ao nível "interessante pfu"! ou "não-interessante pfu", de um chá das cinco na "Linha") ; ou o exibicionismo "poseur" do Paulo Portas, que usa o sentido de Estado como se pode usar gravata de seda ou fato de fino corte. Para a fotografia e para as câmaras televisivas, e que, se percebe, que "despe" logo de seguida.
- A nível regional, porque o verdadeiro acontecimento do ano foi o grande embuste da comunicação social sobre o resultado das eleições regionais. Só pode ser para se manter firme nessa postura que há órgãos de comunicação social que continuam a classificar "sem sombra de dúvida" que " O PS surpreendeu toda a gente com uma vitória histórica".
- Conclusão rigorosa, mas não convincente. Afinal, os senhores jornalistas, mesmo quando pensaram o contrário de toda a gente, continuam a considerar-se os porta- vozes "de toda a gente"! E esta, hein!!!
- Também, enfim, as minhas ideias ao vento, não "ventaram" por tantas paragens como eu próprio pensei, ao iniciar este "post"! Mea Culpa! O próximo, garanto que será sobre duas ideias mais "ventosas".
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sábado, janeiro 08, 2005
Clareando Ideias
Pelos comentários que me foram chegando, fiquei com a impressão que as pessoas consideraram esta forma de colocar o problema, ou irrealista (sonho romântico) ou redutível à tentação de "tabloidização", que varre todos os média, (criar "suspense", mesmo contra os factos), ou então, à capacidade manipuladora da chamada "máquina laranja"(duas máquinas, por sinal, a nacional e a regional).
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terça-feira, janeiro 04, 2005
O IMPREVÍSIVEL OU O INDESEJADO?
Penso mesmo que o facto de, em Portugal e na Região, tradicionalmente, se negligenciarem e descuidarem essas questões e se cultivarem atitudes de despreocupação até para o simples enunciado desses temas, contribui para a criação do clima generalizado de cepticismo em relação ao exercício do direito de voto.
O voto acaba por assumir o aspecto caricato de uma verdadeira lotaria, em relação a cujo resultado, acabam por falhar escandalosamente, precisamente aqueles instrumentos que a sociedade considera os intérpretes orgânicos do pulsar das suas tendências mais autênticas, e em que delega, implicitamente, essa função de lhe devolver uma leitura, tendencialmente aproximada e o mais rigorosa possível, dessas tendências sociais subjacentes ou profundas.
Estes
É caso para perguntar. Se eles mostram que, nem para isso servem, quando há um controle posterior das suas previsões, então para que servirão?
Um dos enigmas que, pessoalmente, me intriga, desde as últimas eleições regionais de 17 de Outubro do ano passado, pode assim resumir-se.
Creio que todos (ou quase) concordarão comigo que, na sociedade açoriana, em 2004, se encontravam em pleno funcionamento os mecanismos de transparência democrática que permitem (devem permitir) aos cidadãos tomar consciência do pensamento dominante da sua população, em relação às opções politicas em confronto.
O poder político instituído na Região, representado pelo PS-Açores e o seu Governo, não dominava (nunca dominou nem domina) os aparelhos ideológicos fazedores de opinião, como a RTP/Açores, a RDP/Açores e os restantes órgãos regionais da comunicação social escrita e falada.
Este habitual factor de distorção da compreensão da realidade social, nos seus aspectos menos superficiais, também estava arredado. Também julgo que a maioria das pessoas partilharão comigo esta opinião.
A longuíssima pré-campanha eleitoral, que se arrastou por cerca de um ano (desde que PS e PSD realizaram os respectivos congressos, nos finais de 2003) e a disputadíssima campanha eleitoral, decorreram em condições de plena utilização de todos os trunfos disponíveis por parte dos participantes. Em particular, dos dois maiores. Em particularíssimo caso, do segundo maior - O PSD e o seu bebé-proveta, que nisso empenhou passado, presente e (suspeito) que o futuro.
Neste contexto de mercado político de concorrência perfeita (ou quase), que os economistas, em vão, procuram para a sua área de análise e previsão, como é que foi possível manter de pé, durante toda a fase final da disputa eleitoral, a simulação de um confronto com resultado incerto entre os dois principais adversários? O PS e a Coligação Açores?
Como é que foi possivel, que o jornalismo exercicido nessas condições, se possa ter feito eco, sem excepção relevante, de que aquelas duas forças políticas se encontravam em pé de igualdade, quanto ao resultado final e que até, com mais probabilidade, apontasse para o favoritismo da Coligação?
Neste "post", que já vai longo, fico-me pela pergunta.
Mas voltarei ao assunto. Não, necessariamente, para uma resposta cabal. Seguramente, pelo menos, para o esboço de um modelo de método para encontrar a possível resposta.
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segunda-feira, janeiro 03, 2005
A "BRINCADEIRA" de 2004
Publicada por Dsousa à(s) 6:59 da manhã 0 comentários