Pois é. Falta a menção à terceira pessoa da dita "trindade" partidária.
Confesso que pensei reduzir essa menção ao título desta entrada. Deixando, assim, a quem lê-se o título, o trabalho de fazer o "link" mental para o respectivo personagem.
Vim a concluir depois, que valia a pena dar algum desenvolvimento ao título.
É que o personagem em questão tem, em elevado grau, a esquiva e sinuosa capacidade de fazer esquecer o objectivo central de todos os seus actos - a sua carreira política - por detrás da máscara da disponibilidade permanente para todos os lugares.
Até consegue disfarçar o seu egocentrismo radical, com atitudes de aparente disponibilidade para assumir lugares de menor relevo, desde que esse facto seja devidamente publicitado. Como acabou por acontecer neste Congresso, com a aceitação, por ELE, do humilde lugar de Vice-Presidente, no meio da multidão de outros cinco.
ELE que, (imagine-se só!) já foi Presidente do Partido! Claro, presta-se a ser humilde. Mas, como neste texto. Com "bold"! Só para ele!
Bem pode sentir e mostrar, perante os olhares fascinados e embevecidos dos açorianos, justificado orgulho desta santíssima humildade!
A mesma humildade orgulhosa ou orgulho humilde que o leva a dizer, depois dos lancinantes apelos do líder para a cruzada autárquica, que, do modo mais altruista e heróico, prefere correr o risco de continuar a ser Ministro da Agricultura do que prontificar-se ao passeio eleitoral, que, inevitavelmente, o sentaria na cadeira de Presidente da Câmara de Angra!
Para não alongar demasiado este "post", vou retirar da prateleira desta mercearia apenas o pernicioso artigo que justifica o título, que, aliás, remete para um venturoso rei da dinastia de Aviz, em cujo reinado Portugal se transformou na grande mercearia da Europa.
Este membro desta "santíssima trindade" partidária, atreveu-se a um negócio sem precedentes na história da democracia nos Açores.
Quem tem conhecimento das grandes aspirações da nossa autonomia e democracia açoriana, sabe a relevância que tem sido atribuída pelos agentes políticos à presença de representantes dos Açores nos órgãos de decisão e de representação do poder político da União Europeia.
Toda a gente sabe, igualmente, a luta que, por todos os partidos regionais, tem sido travada para se conseguir o reconhecimento nacional de listas próprias da Região nas eleições para o Parlamento Europeu, ou outra modalidade equivalente. Tal ainda nunca se conseguiu. Em alternativa e, por vezes com bastante resistência dos partidos nacionais, tem-se conseguido a representação de candidatos regionais, em lugares elegíveis nas listas dos dois maiores partidos nacionais.
É neste contexto, que este trinitário personagem, eleito nas listas do seu partido para o Parlamento Europeu, resolve fazer tábua rasa de tudo isto e sacrificar o seu lugar de deputado no PE, por troca com um lugar de Secretário de Estado no Governo da República!
Negócio absolutamente inqualificável! Mercearia vergonhosa!
A forma mais desavergonhada de sacrificar os intesses da Região e os votos dos açorianos ao exclusivo interesse da sua carreira política pessoal.
Desprezo pelo voto dos açorianos! Desprezo pelos interesses institucionais da Região! Desprezo pela consequência imediata de deixar a Região sem representação, junto do maior grupo parlamentar do PE! Porque a sua substituição não podia ser feita por outro candidato não-eleito da Região!
Desprezo pelas consequências a prazo, pelo descrédito que recai sobre a exigência de ter candidatos elegíveis nas listas dos maiores partidos nacionais, por este eleito da Região ter trocado o lugar para que pediu o voto dos açorianos e do país, pelo prato de lentilhas de um lugar secundário no Governo.
O que vale a este senhor, é a inversão e a subversão dos valores democráticos, de que o seu partido e alguma comunicação social tem sido lamentáveis arautos na sociedade açoriana! Houve mesmo comunicação social regional, que se deu ao descoco de o mencionar como uma das figuras em alta entre os açorianos!
O seu partido, nos Açores, já está sofrendo as consequências destas afrontas ao sentido de dignidade e justiça dos açorianos.
Pecebe-se, porque é que o personagem não está disposto a correr o risco de se sujeitar, tão cedo, ao voto dos açorianos! É mais seguro tentar Portalegre!
Desta "trindade", livrai-nos senhor! E ajudai os açorianos a continuarem a libertação que iniciaram em 96!
Nota final. A falta do nome do personagem neste texto não é distracção! É intenção!
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