Circunstâncias várias impediram-me, esta semana, de prestar a atenção habitual a este blogue e aos comentários que foram sendo feitos ao último "post" do dia quatro.
Vou aproveitar este texto, para tornar mais clara a perspectiva em que situei as minhas considerações, sobre a aparente (ou real) anomalia social, representada pela atitude geral da comunicação social regional (e não só), na cobertura das passadas eleições regionais.
Pode resumir-se assim. Como foi possível à comunicação social, no seu conjunto, cair no erro de palmatória, de considerar com iguais probabilidades de êxito, o partido que acabou por arrancar uma vitória arrasadora e as forças políticas que foram esmagadas por uma derrota escandalosa?
Pelos comentários que me foram chegando, fiquei com a impressão que as pessoas consideraram esta forma de colocar o problema, ou irrealista (sonho romântico) ou redutível à tentação de "tabloidização", que varre todos os média, (criar "suspense", mesmo contra os factos), ou então, à capacidade manipuladora da chamada "máquina laranja"(duas máquinas, por sinal, a nacional e a regional).
Pelos comentários que me foram chegando, fiquei com a impressão que as pessoas consideraram esta forma de colocar o problema, ou irrealista (sonho romântico) ou redutível à tentação de "tabloidização", que varre todos os média, (criar "suspense", mesmo contra os factos), ou então, à capacidade manipuladora da chamada "máquina laranja"(duas máquinas, por sinal, a nacional e a regional).
Não me parece que qualquer destas explicações seja suficente para explicar e, muito menos, permita considerar supérflua, redundante ou inexistente e meramente formalista ou sem conteúdo efectivo, a questão posta naqueles exactos termos.
Irrealista ou romântico seria reclamar para a comunicação social qualquer pretenso objectivismo total que impediria a diversidade de opiniões. A questão é precisamente ao contrário e a contrária. O que faltou foi a diversidade de posições. Construiu-se, ficcionou-se, "misterioso" e tendencioso unanimismo, contra a realidade, posteriormente, revelada pelas urnas. Mas que já existia na sociedade. O surpreendente está na cegueira da comunicação social para, dessa realidade, ter o menor vislumbre. O problema aqui é o da do unanimismo na cegueira. Não, da eventual diversidade de opiniões explicável à luz de interesses também vários.
Quanto à capacidade manipuladora, como é que se explica que ela tenha sido tão eficaz com os jornalistas açorianos e tão ineficaz com os restantes açorianos? Só admitindo que os nossos jornalistas são os mais "tontinhos" de todos os açorianos. Rejeito, com toda a veemência possível, tamanha monstruosidade. Ou cinismo. Ou desconsideração.
Pelo que respeita à tentação do "tablóidismo", ocorre perguntar. Porque é que a ninguém, a nenhum jornalista, no caso, ocorreu tentar o "suspense" (que é sempre a ruptura com o previsível) contra a opinião dominante ? Teria conseguido uma dupla vitória. Criar o suspense e acertar!
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