- Da comunicação social açoriana, de fim e princípio de ano, fixei-me nalgumas coisas que me parecem merecer registo.
- Os balanços e juízos do ano que acaba, parecem estar a passar de moda, na comunicação social regional, a avaliar pelo tratamento dado ao passamento de 2004. As previsões sobre o ano que começa, há muito que passaram para a abertura dos poucos almanaques que ainda restam. O "Deus super omnia" sobre os anos que vão passando, arrisca-se a não encontrar nem almanaques para o abrigar.
- Que me tenha apercebido, apenas os dois diários da Terceira mantiveram o estilo tradicional do jornal dedicado aos mais importantes acontecimentos e figuras do ano. Não me refiro ao habitual estendal dos acontecimentos regionais, nacionais e internacionais, alinhados com segura sucessão cronológica. Mas àquela preocupação de deixar para a posteridade o nome das personalidades e dos acontecimentos que, os jornais, sobretudo os jornais, têm o fito de libertarem da lei da morte anual.
- Talvez, porque a conjuntura não favoreceu este entretenimento jornalístico de fim de ano como sinónimo de fim de festa.
- A nível internacional, porque o maremoto do sudeste asíático, criou um novo tema para competir dramaticamente com a maior árvore de Natal, a disputa dos Pais-Natal para o Guiness ou as queixas dos comerciantes sobre a queda do poder de compra e das Cassandras natalícias sobre o excesso de consumismo.
- A nível nacional, porque as peripécias "santaninas" de um governo de lances e personagens de opereta, a oscilar entre o caricato da falta de sentido de Estado do clã santanista (incubadora, ambulância, a Assembleia posta ao nível "interessante pfu"! ou "não-interessante pfu", de um chá das cinco na "Linha") ; ou o exibicionismo "poseur" do Paulo Portas, que usa o sentido de Estado como se pode usar gravata de seda ou fato de fino corte. Para a fotografia e para as câmaras televisivas, e que, se percebe, que "despe" logo de seguida.
- A nível regional, porque o verdadeiro acontecimento do ano foi o grande embuste da comunicação social sobre o resultado das eleições regionais. Só pode ser para se manter firme nessa postura que há órgãos de comunicação social que continuam a classificar "sem sombra de dúvida" que " O PS surpreendeu toda a gente com uma vitória histórica".
- Conclusão rigorosa, mas não convincente. Afinal, os senhores jornalistas, mesmo quando pensaram o contrário de toda a gente, continuam a considerar-se os porta- vozes "de toda a gente"! E esta, hein!!!
- Também, enfim, as minhas ideias ao vento, não "ventaram" por tantas paragens como eu próprio pensei, ao iniciar este "post"! Mea Culpa! O próximo, garanto que será sobre duas ideias mais "ventosas".
domingo, janeiro 09, 2005
Ideias ao Vento
Publicada por Dsousa à(s) 6:10 da tarde
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário