Até gostaria que o título que encima este texto fosse da minha autoria. Escrito hoje. Para definir a situação presente do PSD-Açores.
Mas não. Não é meu. Nem foi escrito hoje. Foi escrito em 1999. No dia 8 de Novembro, no diário "A União". E referia-se à derrota eleitoral do PSD-Açores para a Assembleia da República.
Mas porque misteriosa associação de ideias é que o título não me sai da cabeça e do ouvido? Precisamente, hoje.
Em primeiro lugar, porque quem anda, como eu, há vários dias, a rasgar velhos papeis, que, na altura, pareciam destinados à eternidade, e para os quais, hoje, só vejo um destino : o caixote do lixo, uma vez por outra, encontra nacos de prosa de surpreendente actualidade. Nalguns casos, como o deste título, mesmo espantosamente proféticos.
Mas não. Não é meu. Nem foi escrito hoje. Foi escrito em 1999. No dia 8 de Novembro, no diário "A União". E referia-se à derrota eleitoral do PSD-Açores para a Assembleia da República.
Mas porque misteriosa associação de ideias é que o título não me sai da cabeça e do ouvido? Precisamente, hoje.
Em primeiro lugar, porque quem anda, como eu, há vários dias, a rasgar velhos papeis, que, na altura, pareciam destinados à eternidade, e para os quais, hoje, só vejo um destino : o caixote do lixo, uma vez por outra, encontra nacos de prosa de surpreendente actualidade. Nalguns casos, como o deste título, mesmo espantosamente proféticos.
Até porque, no desenvolvimento do título, se sentenciava, citando, num rigor de análise auto-crítica surpreendente: "São vários os factores que contribuíram para que o PSD tivesse perdido as eleições, por isso, não existem motivos para pedir a cabeça de ninguém".
Em segundo lugar, porque ouvi o Victor Cruz, logo pelas oito da manhã, no nosso "Bom Dia" televisivo, a falar de muita coisa, e de muitas interessantes coisas, sobre o que é e o que foi, o que sente e o que sentiu, o que desistiu e consentiu, e o quanto resiste e confia e o que devem ser os líderes e como os gostam de ver os açorianos e o que devem ser os partidos e os seus membros e... e...e... Mas, nem uma só palavra, sobre os Açores e os açorianos. Os seus problemas e as soluções do PSD-Açores para esses problemas. Muitas palavras sobre quase tudo. Mas nada, nenhuma ideia, sobre aquilo que, para um partido de alternativa, deveria ser o centro de tudo: a sociedade açoriana e o seu futuro, segundo o PSD-Açores.
Em segundo lugar, porque ouvi o Victor Cruz, logo pelas oito da manhã, no nosso "Bom Dia" televisivo, a falar de muita coisa, e de muitas interessantes coisas, sobre o que é e o que foi, o que sente e o que sentiu, o que desistiu e consentiu, e o quanto resiste e confia e o que devem ser os líderes e como os gostam de ver os açorianos e o que devem ser os partidos e os seus membros e... e...e... Mas, nem uma só palavra, sobre os Açores e os açorianos. Os seus problemas e as soluções do PSD-Açores para esses problemas. Muitas palavras sobre quase tudo. Mas nada, nenhuma ideia, sobre aquilo que, para um partido de alternativa, deveria ser o centro de tudo: a sociedade açoriana e o seu futuro, segundo o PSD-Açores.
Voltei a ouvir falar sobre Victor Cruz e o seu PSD, e o PSD e o seu Victor Cruz, pela uma da tarde, pelas seis e meia da mesma tarde e pelas oito da noite, a seguir à mesma tarde do mesmo dia, e continuei, como açoriano que sou, a não ouvir uma única palavra sobre mim, na qualidade de açoriano, nem sobre qualquer outro açoriano, que não seja do PSD, dos TSD, da JSD ou de qualquer outra das siglas que restam, de ligação ao PSD num mundo açoriano, passado e ultrapassado, de hegemonia PSD.
Afinal, o problema do PSD não são as suas derrotas. É a sua cabeça "intacta". Antes das eleições de 1999. E depois das eleições de 1999. Antes das eleições de 2004. E depois das eleições de 2004. A sua cabeça "intacta". No que foi o PSD. E não, no que são, hoje, os açorianos.
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