Governo declara nula adjudicação de sistema de telecomunicações
"Informação coloquial" sustenta urgência da decisão de Sanches
O que mais me espanta neste embrólio adjudicativo, nem sequer são os millhões do Estado entregues a um único concorrente suspeito pelo defunto governo Santana Lopes, três dias depois de ter morrido nas urnas de voto.
Percebemos que é uma prática perfeitamente admissível ou até previsível em tal governo. O que me impressiona é o contexto de autêntica perversidade oral com que tudo isto aparece emoldurado.
Todos nós, provavelmente nos recordaremos de algumas formas mais ou menos bizarras de envolver a actividade oral com a actividade política, mas creio que a que se descreve na 2ª das notícias acima linkadas bate todos os recordes de originalidade.
Para melhor poder ser saboreada transcrevo a parte mais "apimentada" da notícia:
O auditor jurídico do Ministério "afirma ter justificado a "urgência" do acto de adjudicação ao ex-ministro Daniel Sanches apenas de forma oral. No processo não constava nenhum documento e António Costa pediu ao magistrado que se explicasse. O auditor jurídico esclareceu o ministro da Administração Interna, num primeiro momento, que a sua opinião resultou "da informação coloquial" obtida na conversa com o anterior ministro, Daniel Sanches, e, ainda, no conhecimento "dos instrumentos jurídicos que serviram de base ao lançamento do projecto". Esclareceu, porém, que não conhecia o relatório final da comissão de avaliação e que ignorava "quaisquer elementos" que integrassem aquele processo".
Perante tudo isto, só me ocorre usar a boca para um grito à Eduard Munch
sexta-feira, maio 06, 2005
Oralidade Perversa... Perversidade Oral
Publicada por Dsousa à(s) 3:43 da tarde
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