domingo, maio 01, 2005

João e Joaquim, deputados-ressuscitados ou paradoxos-vivos?




João e Joaquim são Bosco e Ponte, deputados na República para bem da RTP-Açores.

Já não estão aqui. No túmulo da maioria. Já estão lá. Na Assembleia da República. Ressuscitaram.

Como é que se sabe?

Por terem feito requerimento sobre a RTP-Açores.

Sobre quê?

Sobre a angústia dilacerante que os consome, desde 20 de Fevereiro, a respeito das "instalações obsoletas" da RTP-Açores.

E antes de 20 de Fevereiro, que angústias é que os atormentavam nesta matéria?

Sobre isto o requerimento é omisso.

Como omissos foram eles próprios, sobre o assunto, em todos os fevereiros, marços...dezembros de 2002, 2003 e 2004.

O requerimento só reza que idêntica angústia os dilacera sobre "o processo de disponibilização gratuita nos Açores dos canais generalistas portugueses".

Desde quando os atormentam estas lancinantes dúvidas?

Também não consta do requerimento.

Mais paradoxos de Zenão?

Não. Não creio.

Estes Aquiles da oposição, ultrapassam mesmo a tartaruga da decência que era de exigir a quem, ainda há dois meses, era governo.

De Aquiles, o calcanhar
os dois herdaram.
Bem depressa, sem corar
nem hesitar,
perante o mundo
o revelaram.

De Aquiles se canta
a brevidade da vida.
De Bosco e Ponte,
O que mais espanta
É a memória,
tão breve,
assim, perdida.

Quando podiam influir,
calaram.
Mas agora falam.
Julgam iludir
Os que esperaram
A palavra certa
Na hora do poder.
Não a palavra-esperta
para, apenas,
aparecer.

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