Quando o poder, que emana do povo, deixa de ser exercido ou contra o povo se exerce, alegando servi-lo;
Quando a autoridade carece de autoridade e o legítimo se declara ilegítimo;
Quando a lei é uma palavra batida e pisada, que se refugia nas catacumbas do direito;
Quando os ferros da paz se convertem em ferros de insegurança;
Quando a intimidação faz ouvir suas árias enervantes e até o silêncio palpita de ameaças;
Quando faltam a confiança e o arroz, a prudência e o feijão, o leite e a tranquilidade das vacas;
Quando a fome é industrializada em slogans e mais fome se acumula quanto mais se promete ou se finge combater a fome;
Quando o cruzeiro desaparece no sonho de uma noite de papel por trás de um cortejo de alegrias especuladoras e de lágrimas assalariadas;
Quando o mar de pronunciamentos frenéticos não deixa fluir uma gota sequer de verdade;
Quando a gorda impostura das terras dadas enche a boca dos terratenentes;
Quando a altos brados se exigem reformas para evitar que elas se implantem e assim continuem a ser reclamadas como dividendo político;
(continua)
quarta-feira, maio 04, 2005
QUANDO
Publicada por Dsousa à(s) 5:49 da tarde
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1 comentário:
olá, gostaria desse texto completo! vc tem, como faço pra ver a continuação? beijo
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