quinta-feira, junho 30, 2005

Quem dos seus velhos inimigos se descuida...


...Nas suas mãos lhe irá cair.

Exactamente a 24 deste mês cumpriu-se, para mim, este provérbio.

Como todos os provérbios, este foi criado depois dos factos ocorridos. Por isto é que todos eles ressumam sabedoria de dura experiência feita.

Mas vamos aos factos.

De há algum tempo para cá, que está lançado na Internet o alerta geral contra as mil e uma armadilhas que espreitam o descuidado surfista da net.

Phishing, spam, Spyware, hadware, trojanos e hackers, um ciclone de vírus implacáveis, que obrigam os esforçados anti-virus, "firewall" e demais arsenal de protecção, a actualizações permanentes, mas sempre atrasadas.

E obrigam os navegadores da rede a terem cuidado com a própria sombra quando se arriscam a abrir a porta a qualquer ficheiro e a fazer o mais inofensivo "download".

Pudera! Se, até o blogue, aparentemente, mais inocente pode ser um cavalo de Tróia de códigos mais ou menos maliciosos!

Vejam só como um dos produtores de software de segurança descreve o abismo de ameaças em que mergulhamos na Internet:

“Are you vulnerable to identity theft? Internet hackers know thousands of ways to break into vulnerable PC systems. In seconds they can steal private files, credit card information, tax records, passwords and Social Security Numbers. Remote thieves can even hijack your system to send spam messages. Or plant destructive viruses”.

É claro que ninguém pode manter-se indiferente a este ambiente de cautelas e alertas de todas as cores do arco-íris.

Assim, fui erguendo a minha muralha defensiva pessoal com todos os recursos gratuitos, e até alguns pagos, fornecidos pelas “micrososofts”, “netscapes”e outros zeladores da minha segurança.

Só em Spywares creio que já ia em três. Um velava pelos "malware". Outro, pelos “keylloger” e "hijacker". E um terceiro estava atento às falhas de qualquer dos outros dois.

Um arrancava com o computador. Outro, assistia-o no encerramento. Aquele, para o ajudar a saltar, lesto, da cama. Este, para que o seu sono pudesse ser repousante e não me surpreendesse no meu próximo reencontro com ele.

É verdade. Velavam. Arrancavam. Zelavam. Protegiam. Tudo no passado. Muito imperfeito. Muito próximo. Mas que já me parece muito remoto. Porque definitivamente perdido.

Desde o dia 24 deixaram de fazer tudo isto.

Evaporaram-se.

Todos ao mesmo tempo.

Foram-se embora, sem aviso prévio.

Na companhia da “motherboard” que a minha muito querida e venerada amiga EDA (exactamente, a produtora, distribuidora e democratizadora da energia eléctrica desta Região) resolveu entregar ao criador, devidamente incinerada, na manhã do dia de São João.

Provavelmente, por respeito, a um qualquer ritual, desconhecido mas tão sagrado como qualquer outro, a EDA resolveu fazer a sua fogueira sanjoanina, não na noite de São João, mas na manhã do dia do Santo. Não, na rua. Mas em minha casa. No meu computador.

Assim, ando eu , há quase oito dias, no meio dos destroços, a tentar recuperar os cacos de algumas “minhas imagens”, “meus documentos”, “meus favoritos”, “meus blogues”, “minhas webs”, ingloriamente imoladas à imprevisibilidade e à velocidade dos cortes de luz da EDA.

Só porque confiei que uma “Power Muste 600 USB" seria garantia suficiente contra as tropelias da EDA.

Duro Engano.

Os velhos hábitos da EDA resistem a tudo.

Até aos milhões que os sucessivos governos nela têm enterrado.

E eu?

Vou continuar a resistir? Não sei.

Pelo menos, uma pausa estival estou pensando fazer.

Até breve.

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