sexta-feira, novembro 18, 2005

#01 A Sorrir para a Eternidade...

NA LITERATURA


"Em vez de levar Tchecov para o estúdio, Giulio dirigiu-o para uma pequeno salão, fê-lo sentar e lançou-se num longo monólogo sobre o papel do fotógrafo numa estância frequentada sobretudo por doentes estrangeiros.
Sabia que muitos dos hóspedes de Badenweiler eram doentes à espera de salvação, mas cépticos quanto à possibilidade de a alcançarem.
Pelo que, todos eles, num dado momento, sentiam a necessidade de se fazerem fotografar, de deixarem atrás de si uma última imagem.
Pediam para ser retratados com uma luz doce que não acentuasse eventuais marcas de doença, em atitudes que traduzissem alegria de viver.
Este retrato psicológico da sua clientela devia interessar seguramente um escritor como Tchecov.
Este desarmou o fotógrafo ao dizer-lhe que também ele queria um daqueles retratos a sorrir para a eternidade(...)".

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