sexta-feira, dezembro 31, 2004
MAS A PALAVRA, SENHORES, PORQUÊ?
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quarta-feira, dezembro 29, 2004
O CHOQUE DE COINCIDÊNCIAS!
A chamada reportagem de rua, sobre a personalidade do ano nos Açores, além de ter sido feita de modo a provocar situações que induziam o desrespeito total do repórter pelas pessoas entrevistadas e pela credibilidade do seu próprio trabalho, foi da responsabilidade de um repórter com estreitas ligações familiares a um dos nomes que veio a ser mencionado nessa entrevista como possível candidato ao título de figura açoriana do ano !
É evidente que toda a gente ficou "convencidíssima" de ter sido ao acaso da rua, que o repórter entrevistou essa pessoa, ainda bem recentemente alto dirigente e representante do mesmo partido do seu familiar. E que, toda a gente também percebeu que foi com a mais santa das ingenuidades que aquele ex-dirigente deixou cair o nome do familiar do repórter!
Tudo isto com intervenientes que trazem a marca de um passado lamentável nesta área do favorecimento familiar!
É de enaltecer o esforço partilhado, de inovação e reformulação em diálogo com sectores interessados, que os responsáveis e alguns participantes do programa têm desenvolvido. Se não for por outras, ao menos por esta razão, o programa pode prenunciar um novo esforço da regional RTP para fugir ao seus tradicionais figurinos estereotipados e burocráticos.
Chega, de regionalização do disparate e de falta de senso!
Publicada por Dsousa à(s) 9:00 da manhã 0 comentários
CICLONE (de gralhas) EM DEZEMBRO
Estou em dívida comigo próprio em dois "post" sobre as malfadadas gralhas.
Este é o primeiro.
Devo este primeiro, por respeito a um comentário do Cristóvão de Aguiar sobre as "gralhas insolentes".
Bem sei que é com atraso pouco cibernético que volto ao assunto, mas julgo que convém fazê-lo, porque podem ter ficado na mente de quem nos tenha lido, mais dúvidas sobre a matéria do que aquelas que eu ou o Cristóvão de Aguiar, decerto, desejaríamos.
Não pretendo alimentar qualquer polémica sobre o tema com Cristóvão de Aguiar, com quem venho tentando aprender a bem-escrever português, pelo menos, desde "A Semente e a Seiva". Há mais de um quarto de século, portanto.
Posso ter sido mau aluno, mas tal nem significa que não tenha direito a opiniões próprias sobre o assunto ou que, exprimindo-as, esteja a tentar "ensinar o Padre-Nosso ao Vigário".
No meu "murganhito, "encontrou Cristóvão de Aguiar várias maleitas.
A que considero mais importante é a que se relaciona com as duplas Forum/Fora e Curriculum/Curricula.
Nenhuma das consultas feitas (e foram várias) abonam em favor da opinião de Cristóvão de Aguiar. Ambos os termos ou são considerados palavras invariáveis, quando aportuguesados ou, se utilizados no plural, deviam sê-lo segundo as regras do português (foruns ou curriculuns, por exemplo), mas nunca usando o plural latino.
Esta opinião é a aceite e fundamentada no Ciberdúvidas do SAPO, como pode ser comprovado nos linkes seguintes: forum e fora, curriculum e curricula.
Para quem não se queira dar ao incómodo dos linkes, acrescento apenas que faz tanto sentido usar "fora" ou curricula", como usar "memoranda" a fazer de plural, em vez de "memorandos". E que o "Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa", que regista cerca de 30 acepções diferentes da palavra "fora", não a refere no sentido de plural de "forum". E o "Houaiss" é considerado o mais exaustivo dos actuais dicionários da lusofonia.
Quanto às restantes "morganhices" do meu texto, que a inquisitorial ratoeira do Cristóvão teria apanhado, não me parece necessário convocar um ou vários "forum" de linguística, por causa delas. Ou invocar um ou vários prestigiados "curriculum" para o efeito.
Assinalo apenas que "clima", no sentido de "ambiente", é registado por todos os dicionários que conheço, e não consta ter sido acusado de "brasileirismo foleiro", por exemplo, o "Grande Dicionário da Língua Portuguesa", de José Pedro Machado, ainda mais, abonado com o nome da "Sociedade de Língua Portuguesa."
Também não encontrei qualquer fundamento, para condenar expressões como "tolerante para" ou "pode dispensar". Nem sequer, nenhuma, das muitas e contraditórias regras para o uso do hífen, me obriga a escrever boa-fé em vez de boa fé.
Mantenho o entendimento que devem, todas elas, ser consideradas matéria de livre opinião, e não de qualquer decisão ex cathedra de nenhum "forum" de um só perito, ou de vários, com importantes curriculum/currículos.
Para todas estas questões, e muitas outras, remeto os interessados, para o já referido Ciberduvidas.sapo.pt.
Para algumas das questões atrás referidas podem ser "clinkados" os linkes seguintes: clima, pode dispensar, regência das palavras, uso do hífen, hífen e o novo acordo.
Quem ainda estiver com disposição para uma leitura sobre temas afins desta problemática pode ler Português- língua abastardada.com.
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sábado, dezembro 25, 2004
O NATAL DE "VER"
Mas o que eu pensava trazer para este "post"não era esta minha vivência pessoal da data, mas aquilo que julgo serem as suas raízes, pela pena de um nome quase completamente esquecido da literatura portuguesa.
Trata-se de Brito Camacho (1862-1934), que foi importante político da primeira república, jornalista e prolífico escritor.
A sua obra de contos "De Bom Humor", abre com um conto intitulado "A missa do Galo", de que transcrevo a passagem que originou o título deste "post".
" Havia sempre, no pequenino rancho, quem perguntasse à comadre Antónia porque se chamava àquela cerimónia a missa do galo, e porque era ela dita à meia noite, quando todas as outras missas eram ditas, as do domingo, das onze para o meio dia, e as da semana logo de manhã cedo, frequentadas estas só pelas velhas.
A comadre Antónia explicava:
- O menino Jesus nasceu à meia noite; a missa que se diz a esta hora é em acção de graças pelo seu nascimento. Os galos não costumam cantar tão cedo; mas naquela noite, mal souberam que o menino tinha nascido, desataram a cantar. Quando o menino fez um ano, rezou-se a primeira missa da meia noite, e um galo, sem ninguém saber donde tinha vindo, apareceu na cabeça do padre, cantou como fazia na capoeira, e desapareceu como tinha vindo, sem ninguém saber para onde foi.
Em você sendo grande - dizia a comadre Antónia, virando-se para mim - verá estas coisas nos livros e outras muitas que os fiéis devem saber, para não cairem em pecado.
Toca a deitar."
Nesta era da usura da imagem, em que, muitas vezes, acabamos por ficar incapacitados de ver para além dela, o Natal faz-nos (faz-me) regressar a esses tempos de um universo mitológico de explicações claras para tudo, que nos permitia "ver estas coisas nos livros" e na vida.
Depois de ter saído desse universo há muitos anos, sinto-me feliz por a ele poder voltar. Nem que seja...um dia por ano!
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quinta-feira, dezembro 23, 2004
MAIS UMA "ILHA NOVA" ?
Pelo menos, foi aquilo que, para meu espanto, me aconteceu.
Não sou tão ingénuo que não perceba que não foram superadas todas as barreiras que, no mundo real, dividem os participantes nesta aventura. Mas não tenho dúvida que algumas delas foram vencidas. No mundo em que vivemos, de exasperação das diferenças e ampliação dos conflitos, este pequeno (ou grande?) passo é de saudar.
Por isto mesmo, não podia deixar passar o dia de hoje, com todos os significados históricos que tem, e com os que cada um de nós, em geral, lhe acrescenta, para assinalar e, pela parte em fui bafejado, agradecer e rejubilar com esta "ilha nova".
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terça-feira, dezembro 21, 2004
O VICTOR E A SUA CRUZ
É ser Victor. Literalmente Victor. Vencedor. Sempre Vencedor.
Vencedor, quando decide criar uma coligação. Que era mais do que uma coligação. Era um movimento. Para todos os açorianos.
Não coligou o PP para a campanha, nem movimentou os açorianos para o voto. Mas o Victor continuou Victor. Literalmente Victor.Vencedor. Sempre Vencedor.
Vencedor, quando se demite na noite das eleições. Por sentido de responsabilidade.
Vencedor, quando regressa para se recandidatar ao cargo de que se demitiu. Por igual sentido de responsabilidade.
Vencedor, quando se candidata à Assembleia Regional. Vencedor, quando se candidata à Assembleia da República. Vencedor, quando se ausenta da Assembleia Regional por causa da Assembleia da República. Vencedor, quando se ausenta da Assembleia da República por causa da Assembleia Regional. Vencedor, quando só aparece na Assembleia da República para colher o que outros semearam.Vencedor, quando não aparece na Assembleia Regional, porque aí nada havia para colher, porque não houve ninguém que tivesse capacidade de semear para ele. Mas ele é o Victor. Literalmente Victor. O Vencedor.
Vencedor, nos Açores, quando construiu o seu PSD sobre os pés de barro de uma geração de delfins. Vencedor, no continente, quando aceitou ser Vice do PSD de Santana em troca de um fugaz momento televisivo. Como líder demissionário, nada nem ninguém representava dos Açores. Passou a não representar nada nem ninguém no PSD nacional.
Nos Açores, reduziu um partido, outrora, hegemónico na sociedade açoriana, a uma facção. No continente, só se podia sentir bem, noutra facção. A que está a meio caminho entre os santanistas e as santanetes. Mas ele é Victor. Literalmente Victor. Sempre Vencedor. Para sempre Vencedor.
Vencedor, porque conseguiu iludir metade da sociedade açoriana com as suas perspectivas de vitória, solidamente fundadas na opinião publicada e nas sondagens apropriadas. Vencedor, porque, depois de derrotado, consegue iludir o seu próprio partido de que continua vencedor.Victor. Literalmente Victor. O Vencedor. Ele próprio é o seu arco e o seu triunfo.
Mas que Cruz, Victor!
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segunda-feira, dezembro 20, 2004
NUNCA DIGAS DESTA GRALHA NÃO BEBEREI!
O seu êxito mais que assegurado levou à decisão editorial de consagrar o singular fenómeno em obra apropriada.
É como segue a descrição completa da ficha de identificação do espécime bibliográfico e inseparáveis gralhas.
Largas Gralhas Têm 100 Anos
Autabiografia de Pinta da Costa
Preço: EURA 25,00
Editor: A'NIÃO GRÁFICA ANGRENSA
Ano de Ediçã: 2004(duas mil e quatra)
N.ª de Páginas: 250
Encadernaçã: Capa Mal
Dimensães: 17x24 cm
Aquela jornalística imagem do dia viu a luz pública no passado dia 8 do corrente. No dia 14, o mesmo reputado órgão tentava uma réplica. Saiu menos brilhante, mas também justifica honrosa menção .
Temos de reconhecer que se trata de um saboroso título! É gostoso e degustativo!
E depois não digam que eu ando a promover uma monumental caçada bloguística às gralhas jornalísticas! Elas é que nos atacam as papilas e as pupilas!
Publicada por Dsousa à(s) 10:07 da tarde 0 comentários
quinta-feira, dezembro 16, 2004
GRALHAS INSOLENTES OU ERROS IMPERDOÁVEIS?
Mal comparando, sou talvez mais tolerante para um deslize na expressão ou no pensamento do que para uma gralha.
Porque, instintivamente, devo pensar que todo o erro é desculpável. Até o cometido por má fé ou preconceito? Até esse.
Mas a maldita gralha, sobretudo, em textos que, como são, (ou deviam ser) todos os publicados depois de passarem pelo crivo de vários profissionais e chegarem às mãos de um cliente, que só os compra e os paga porque confia nesse pressuposto do profissionalismo atento e rigoroso.
Com esta mania, como se deve calcular, tenho dias com desilusões especialmente amargas.
Imagine-se que, outro dia, comprei um livro, que há muito tempo ando para ler. O Jogo das Contas de Vidro, do Hermann Hesse.
Trata-se de uma 5ª edição, com data de 2003, da Dom Quixote (a 1ª foi em 1989).
A própria capa traz, quase como antetítulo do livro, Prémio Nobel de Literatura. Cria-se, assim, à partida, um clima de inevitável exigência e rigor.
Infelizmente, desmentido na terceira página da obra. E logo no índice. Que não pode dispensar especiais cuidados.
Somos agredidos por uma monumental gralha, num texto em que se diz, em duas linhas: Na primeira, O Jogo das Contas de Vidro. Na segunda: Introdução à Sua História num Estado ao alcance de Todos.
Quem não advertir que se trata de uma gralha, repito, absolutamente imperdoável numa obra destas em 5ª edição, terá uma grande desilusão, ao verificar na página 6, que repete, em destaque, no meio da página: O Jogo Das Contas de Vidro, Introdução à sua História num Estudo ao Alcance de Todos. É uma simples vogal, poderá dizer-se. Mas que abismo entre um Estado e um Estudo, terá de reconhecer-se!
Note-se que, nestas palavras, todos os pormenores contam, até a simples distribuição entre maísculas e minúsculas. O
Malditas Gralhas! Ou maldito quem nelas cai, uma, duas, três vezes ?
Mais há mais ainda. Na mesma página 3. No mesmo índice, escreve-se: Os Três Curricula. Nem mais.
Ora bem. Ou se escrevia em português escorreito : Os Três Currículos. Ou se recorria ao termo latino "curriculum". Mas, neste caso, dizem as boas regras que este estrangeirismo deve ser tratado como uma palavra indeclinável. Por isto mesmo, sempre "curriculum". Quer seja um... três...ou uma centena...
É verdade que se tornou, hoje, corrente, quando se frequentam reuniões em todas as latitudes do globo, falar da presença de alguém em vários "fora". Estando a referir-se ao plural de "forum". Também neste caso se trata de erudição a mais e de português a menos.
Não vá este já longo "post", sem mais uma observação .
Esse aziago dia ainda ficou marcado pela agressão de mais duas gralhas de um respeitável "jornal de referência" da imprensa regional. No próximo desabafo bloguístico falarei disto mesmo.
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terça-feira, dezembro 14, 2004
OS CAVALOS DOS CORREIOS CORREM MESMO?
Publicada por Dsousa à(s) 1:20 da tarde 0 comentários
domingo, dezembro 12, 2004
...O SERVIÇO NORMAL É QUE AFECTA
Publicada por Dsousa à(s) 9:17 da tarde 0 comentários
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quarta-feira, dezembro 08, 2004
A MUSICA SALVA
É dirigida pelo pianista argentino Miguel Ângelo Estrella que trocou uma prometedora carreira artística nos circuitos comerciais internacionais por este testemunho permanente de convivência humana e musical para além das divisões da religião e do nascimento.
Actualmente em digressão por França, posto perante a questão da utilidade para a paz desse testemunho de convivência através da música, respondeu:
"Não sou um angelical ingénuo. As coisas são complementares. A orquestra limita-se a dar concertos e a ser a reunião de músicos vindos de horizontes diversos e proporciona contactos extemamente fecundos com os mais variados públicos.
A paz é possível. A segurança em Israel é possível. Um verdadeiro Estado palestiniano é possível.
É multiplicando as pressões que se chegará a tudo isto. Entre outras, aquelas que a Europa pode exercer.
Não se pode deixar a paz só nas mãos de homens como Sharon e Bush.
A nossa próxima missão é reconstruir a vida musical na Palestina. Este objectivo é vital. Na América Latina, onde a Música Esperança trabalha há mais de vinte anos, não há um só jovem das favelas com preparação musical que tenha caído na droga, no álcool, nas seitas ou na prostituição. Nem um único. A música salva".
Neste dia 8 de Dezembro em que, em Portugal, se vive a comemoração de um mistério que transcende as leis da natureza, não será de todo despropositado lembrar o exemplo de uma fé profunda na capacidade do espirito humano para superar o que parece ser apenas a força dos preconceitos sociais entre pessoas e povos.
Que o possível, se faça!
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terça-feira, dezembro 07, 2004
AFINAL, NEM GANHOU A PRIMEIRA PÁGINA
Publicada por Dsousa à(s) 11:55 da manhã 0 comentários
segunda-feira, dezembro 06, 2004
LIVROS COM AUTOR
Acontece. Com estes "postes" levantados ao sabor da última impressão. E as impressões mais fortes de hoje vieram-me de notícias sobre livros. É verdade. Não dos próprios livros. Que ainda não li. Como foi o caso do livro do "post"anterior. E vai voltar a ser a situação dos dois de que falo a seguir.
De facto, quem que é pode resistir a anunciar aos sete ventos da blogolândia, que acaba de ler o comentário a um livro sobre um pedagogo do século XIX (1770-1840) de nome Joseph Jacotot, cujo lema era:
"Ensinar sem emancipar é embrutecer".
E que dizia que o objectivo do seu método pedagógico era:
"Que todo o homem do povo possa conceber e atingir a sua dignidade de homem, conhecer a medida da sua capacidade intelectual e decidir sobre o seu uso".
Mas o mais espantoso e revolucionário era o próprio método que defendia e aplicava. O método do "mestre ignorante" e que partia do princípio que se pode ensinar mesmo aquilo que se ignora. Só é necessário ser capaz de levar o aluno a usar da sua própria inteligência.
Não. Não se trata da velha teoria da reminiscência com raízes em Sócrates e Platão. Até porque ele também afirmava que:
"A instrução é como a liberdade. Não se recebe, conquista-se".
Seja como for, vou já a correr para uma livraria "on line," para encomendar
"Le Maitre Ignorant"(cinq leçons sur l'émancipation intellectuelle). Autor: Jacques Ranciére.
Se alguém se decidir a fazer o mesmo, poderemos, depois, blogar sobre o tema.
O outro livro já está traduzido em português. É de Dominique Wolton. Um nome muito conhecido de quem se interessa pelos problemas da informação e da comunicação nas sociedades modernas. Tem por título "A Outra Globalização". Apenas direi que o seu primeiro capítulo tem por tema"Informar não é comunicar". O que, só por si, nos poderia levar de volta a Joseph Jacotot. Mas não serei eu que o farei. Pelo menos, por agora.
Publicada por Dsousa à(s) 11:20 da manhã 0 comentários
O ANONIMATO MEDIÁTICO
Não resisto a deixar aqui registada uma notícia lida num dos órgãos de informação regional, há poucas semanas, e que considero uma nova modalidade de atingir o anonimato: ser notícia nos jornais.
Publicada por Dsousa à(s) 8:58 da manhã 0 comentários
domingo, dezembro 05, 2004
sábado, dezembro 04, 2004
COM TRATOS
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quinta-feira, dezembro 02, 2004
SAMPAIO - O DEFENESTRADOR
- Nas defenestrações físicas com lugar na história (a de Praga em 1618, a de Lisboa em 1640) o nome dos defenestradores não chega a saltar para as páginas da história. Este lugar é ocupado pelo defenestrados. O salto pela janela é um salto para a história. Nas defenestrações simbólicas costuma acontecer o contrário. A queda pela janela é uma queda no esquecimento histórico. O nome do defenestrador é que fica na história. No caso de Santana e de Sampaio penso que também assim será.
- Sampaio deve-me uma desculpa pelo que fez em Julho, empossando Santana Lopes como primeiro Ministro. Eu devo uma desculpa a Sampaio, porque nunca acreditei que ele recuperasse, em Novembro, o fôlego do semi presidencialismo que lhe faleceu em Julho. Estamos quites.
- Em Julho, Sampaio agiu como Presidente em regime puramente parlamentar. Foi o seu momento de Rainha de Inglaterra. Com actuação de Presidente meramente simbólico e discurso de cariz semi-presidencialista. Hoje, limito-me a aceitar tudo o que maioria quiser. Amanhã, poderei exigir o direito de inventário que já hoje me assiste. O amanhã semi-presidencialista chegou... pelo entardecer de terça feira.
Publicada por Dsousa à(s) 2:26 da tarde 0 comentários
quarta-feira, dezembro 01, 2004
PENSAMENTOS AVULSOS SOBRE A DEFENESTRAÇÃO DE SANTANA
- Santana Lopes terá direito a ser incluído na elite restrita dos pequenos-grandes defenestrados da história política?
- Pelo menos, metaforicamente, pode afirmar-se que Santana Lopes chegou ao poder pela porta larga das grandes questões ( défice de legitimidade partidária e eleitoral, défice de imagem como político e como pessoa, etc.) e saiu pela janela estreita das pequenas questões (a demissão de um comentador de uma televisão e a demissão de um ministro...importante apenas quando deixou de o ser).
- A história continua a ser comandada pelos "narizes de Cleópatra". Se Cavaco Silva não tivesse escrito um artigo para o Expresso do último sábado; se o Ministro Henrique Chaves se tivesse demitido, mas não tivesse enviado para as redacções dos órgãos de comunicação social a "bomba" do comunicado; se Santana Lopes não tivesse pedido o adiamento de uma tomada de posse por causa de uma simples festa de casamento; se outras mil e uma leves "sardinhas"não se tivessem vindo a acumular, como carga mal estivada, no porão da frágil nau governativa de Santana; Se... se... se... se... se... coisas cada vez menos graves não tivessem sido o pão de todos os dias que Santana serviu a um país atónito durante 4 meses, provavelmente, hoje, dia um de Dezembro, Santana Lopes estaria de malas aviadas para a Turquia... a ajudar a dilatar a fé e o império entre os infieis.
- Ninguém sabe para que serviu, politicamente, a corte de muitas "Santanetes" que borboletearam junto de Santana nos dias do poder. Toda a gente sabe para que serviram os fieis "Santanistas" de sempre, como Rui Gomes da Silva e Henrique Chaves. Para precipitarem a sua saída do poder. Cumpriram o fadário de todos os homens de mão que vegetam na sombra dos líderes. Sombras úteis para a conquista do poder. Sombras maléficas para o seu exercício. Por isto mesmo, os líderes ou se desfazem deles a tempo ou são as suas primeiras vítimas.
Publicada por Dsousa à(s) 11:43 da manhã 0 comentários