Os dois alados equinos desta sugestiva gravura bem podiam ser a imagem de marca dos nossos CTT. Mas nunca foram. Nem são. E tenho algumas dúvidas que algum dia venham a ser. Explico a previsão e algumas das circunstâncias que me levam a continuar com este tema.
Não. Não se trata de nenhuma obsessão. Muito menos de uma campanha.
Apenas acontece que ontem tive de voltar aos CTT de Angra para o envio de mais uma insignificante carta.
A cena foi a habitual. A mesma máquina da senha. A mesma grande distância entre o número que ela me destinava, (0463) e o número do quadro eletrónico do cliente a ser atendido (o435) naquele momento (15h18).
Mais ou menos o mesmo número médio, constante, de 20 pessoas dispersas pela sala. Excepto os seis felizardos contemplados com os únicos escassos lugares sentados de que dispõe o moderno e vistoso mobiliário da sala.
A mesma expressão de irritação mal contida dos utentes que vinham entrando, perante a abissal diferença entre o número premiado, que a máquina lhes ofertava e o número real a ser atendido e que lhes ditava a sentença de mais de meia hora de fatal espera pela sua vez. A minha chegou pelas 15h50. Nada mau. Para os censuravelmente apressados tempos que correm no século XXI. Apenas 32 minutos! Só mais um minuto do que da última vez!
O curioso é que a larga maioria dos clientes tinha todo o aspecto de já terem entrado no novo milénio. Os CTT de Angra é que, aparentemente, não.
Com efeito, em vez dos três funcionários nos 6 guichés, que encontrara da última vez, agora eram mesmo 6.
Isto quer dizer que vi mais funcionários! Mas não vi nenhum equipamento do tipo das balanças que qualquer vulgar mercearia de qualquer ruralíssima freguesia dos Açores dispõe, para indicar automáticamente o peso e o preço dos mais variados produtos.
Será verdade mesmo, que tais maravilhas da técnica actual não são adaptáveis a um serviço postal com uma gama muito inferior de produtos e de funções do que qualquer humilde mercearia? E a que o utente, que não estivesse interessado no contacto personalizado com o funcionário, pudesse aceder.
Não acredito que tais máquinas não existam e menos ainda acredito que os nossos CTT não as usem ou não tenham planos para a sua aplicação. Resta-me perguntar, porque não chegaram aos CTT de Angra, que acabam de sair de uma profunda remodelação?
Penso que seria de exigir mais que apenas dois alados equinos voando...para o passado.
Sem comentários:
Enviar um comentário